23 dezembro, 2007

Uma vela pela PAZ

Nesta época, quando passamos e olhamos à nossa volta, vemos um Natal comercial, interesseiro e consumista. O Natal não é as prendas, as luzes ou as iguarias, não é a mira do lucro. O Natal é a celebração do nascimento, para os que crêem, de um homem há dois mil e sete anos, que se afirmou como sendo filho de Deus. Mas que também comunicou que todo o homem era filho de Deus e que cada um se revestia de dignidade própria e com pleno direito a ser feliz.

Para isso é necessários que os bens naturais, ao serem transformados, beneficiem todos os homens e que possam contribuir para a realização pessoal de cada um. Que o tempo de trabalho não elimine o tempo de descanso nem destrua os momentos necessários para que as pessoas se reencontrem no lar, no laser, na convivência.

Hoje existem sinais do tempo que contrariam o espírito do Natal e que agravam cada vez mais a situação dos trabalhadores. Há cada vez mais precariedade e exclusão social:

  • o desemprego atinge meio milhão de trabalhadores, muitos com mais de 40 anos, pouco qualificados, sem esperança de encontrar um novo emprego. Quantas pessoas, no ano que passou, ficaram desempregadas em Minde?
  • o trabalho é cada vez mais deslocado, por períodos de tempo longos, que afastam pais e filhos, marido e mulher, pondo em causa a família e a educação que é devida aos filhos:
  • os horários são cada vez mais desfasados, muitas das vezes um dos pais chega à noite e encontra os filhos a dormir;
  • A sensação de precariedade no trabalho, o ritmo que nos é exigido, o tempo extra que somos «convidados» a prestar, provoca esgotamento e falta de capacidade de compreensão e de paciência;
Tudo isto implica um aumento da delinquência e da desagregação do conceito de família. No entanto, chegamos a esta época e são ultrapassados recordes de utilização dos cartões bancários, sai-se e encontramos filas e filas de automóveis junto às grandes superfícies, tudo sinais de um consumo desenfreado que leva ao endividamento das famílias e à sua destruição.

Anteontem, na minha rua, um «sem-abrigo» caiu ao chão, vítima de coma alcoólico, e muitos adultos passaram por ele «fingindo» não o ver. Navegamos num mar de prendas mas somos indiferentes ao horror da carência e do sofrimento dos outros!

E, já agora, compramos tantas prendas mas...alguém se lembra de dar uma ao Menino Jesus? Uma prenda que Ele aprecie? Porque não?

Aderir ao movimento da Cáritas:

OPERAÇÃO 10 MILHÕES DE ESTRELAS
UM GESTO PELA PAZ

Vou citar o site da Cáritas:

«Pelo 5º ano consecutivo, a Cáritas vai realizar em todo o país a OPERAÇÃO 10 MILHÕES DE ESTRELAS-UM GESTO PELA PAZ.

Esta iniciativa tem o objectivo de contribuir para “lançar uma pedrada no charco” em que se tornou a vivência do Natal que deixou de ter no seu centro o aniversariante: Jesus Cristo. Na génese desta campanha estão os valores da solidariedade da justiça e da paz.
A vela é apenas um sinal e um instrumento que facilite a partilha de bens com os mais pobres, porque enquanto persistirem tantas e tão graves desigualdades não haverá paz na terra mesmo para “os homens de boa vontade”.


A proposta do acendimento de uma pequenina chama nos parapeitos das nossas casas também é denúncia da opulência, expressa em milhões de luzes que se acendem mas que não iluminam verdadeiramente nem aquecem os corações.

FAÇA UM GESTO DE PAZ. NA NOITE DO DIA 24 DE DEZEMBRO
ACENDA UMA VELA PELA PAZ »


Mais informações em www.caritas.pt/estrelas