O ano passado foi lançada esta colecção pelo Círculo de Leitores. Começou pelo Minho e cada 2 meses chega-me mais um exemplar. Chegou agora a vez de receber o Volume VI (serão 10) sobre Santarém e Setúbal, embora contenha informação de outros distritos, nomeadamente Leiria.
Comecei a folheá-lo e encontrei um capítulo sobre Alcanena - o D16, na página 136. Surpresa, Minde não constava! Ando para a frente e para trás, desespero mas lá encontrei: Minde estava logo na parte inicial, no Capítulo D15, página 48. Título do capítulo - Batalha e Porto de Mós!
E tem logo direito a duas entradas - a Igreja de Nossa Senhora da Assunção (matriz de Minde) e o polje de Minde, ambas ilustradas por uma fotografia.
Os autores, no final de cada capítulo, listam unidades de património não descritas na obra. No que respeita a Minde, referem:
Ermidas de S. Sebastião, de Santo António e São Silvestre, Capela de Nossa Senhora da Guia, escola primária, Museu Roque Gameiro, Casas do Açores e Amarela, casa neogótica, coreto, mata e lagoa de Minde.
Algumas observações:
1. A escola primária deve ser aquela que já era...
2. O Museu Roque Gameiro também deve ser aquele que já foi, pois agora, se e quando voltar a existir, será (esperemos que não) o Museu da Aguarela.
3. Pensava eu que conhecia minimamente o património de Minde. Pelos vistos não! «Casa Amarela»? «casa neogótica»?
4. Os autores desconhecem Minde: depois de descreverem o polje de Minde. voltam a referi-lo como mata e lagoa de Minde, ignorando que são tudo a mesma coisa.
Anexo: Estas são as 2 entradas sobre Minde referenciadas na citada publicação.
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5 comentários:
Essa da "casa Amarela" também já li algures, o que me intrigou bastante. Foi na net.
Será confusão com alguma casa na região? Neogótica?
Alguém tem alguma pista?
Nas m/ investigações não cheguei a conclusão nenhuma.
Eu não conheço a obra de que fala mas, de acordo com a sua breve descrição, parece que pelos vistos esqueceram também uma parte fundamental do património de Minde - o Minderico - a particularidade linguística de Minde. Mas esse esquecimento ou total desconhecimento em nada me espanta... quando nem os próprios linguistas in loco se interessam não se pode esperar que os autores da colectânea "Portugal Património" o façam! Se estiver enganada uma vez que, repito, não conheço a obra, por favor corrijam-me.
Boa noite Vera.
Esta obra apenas abarca o património monumental, arquitectónico e natural de Portugal. Também o Mirandês não está referido.
Já quanto à sua segunda observação, não posso concordar consigo. A nível local, o CAORG tem feito uma ampla divulgação do nosso Minderico. Ainda há um ano lançou uma edição revista e actualizada do dicionário de Calão Minderico.
Poderiamos ter ido mais longe? É claro que sim. O município nunca acarinhou a sua divulgação, também nunca foi criada uma instituição com o propósito especifico de divulgar o Minderico, O Próprio Jornal de Minde poderia ter notícias regulares em Minderico, cuja tradução viria no mês seguinte.
É sempre possível ir mais além. Lembro-me de há uns anos atrás haver uns encontros mensais na «loja do Mestre Migança». Nunca mais foram feitos...
Obrigado pela sua participação.
João Manuel Querido
Olá boa noite. Obrigada pelo seu comentário. Eu quando falava dos linguistas nao me referia de forma nenhuma aos trabalhos desenviolvidos em Minde para a preservação do minderico. Esses devem ser louvados e apoiados com bastante empenho. Eu referia-me sim aos senhores e senhoras linguistas de profissão que se encontram nos gabinetes das suas universidades e nenhum interesse têm por variedades linguísticas como o minderico que vão contra a tão defendida homegeneidade linguística em Portugal.
Vera Ferreira
Só mais uma observação: o meu "in loco" no comentário incial tem dois sentidos. Por um lado refere-se a Portugal (não a Minde) - isto porque eu estou fora do país. Por outro, ao facto dos nossos linguistas (e falo por conhecimento de causa e profissão) terem pouca ou nenhuma formação de trabalho de campo (in loco), menosprezando assim esse tipo de actividades.
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