30 junho, 2009

Igteja Matriz de Minde


A Igreja Nª. Senhora da Assunção (ou Matriz de Minde) em Minde e a Igreja Nª Senhora da Conceição na Louriceira
são as únicas edificações do Concelho de Alcanena consideradas Património Nacional e classificadas de Interesse Público pelo IPPAR,

Por cá quase que esquecemos isso, o começar pelo site da CM Alcanena que ignora o facto. Um património que devia ser valorizado, mas é ignorado e omitido.
Não por todos. O conceituado fotógrafo Dias dos Reis, que já fotografou Portugal de lés a lés, e muitos outros locais do mundo, passou por Minde no dia 22 de Maio, e claro, o interesse foi fotografar a Igreja Matriz de Minde. Deixou-nos esta vintena de fotos que publicou no site:
http://www.pbase.com/diasdosreis/minde_igreja


Sobre a Igreja Nossa Senhora da Assunção, ou Matriz de Minde, no site oficial do IPPAR - Instituto Português de Património Arquitectónico, podemos ler:
  • Designação - Igreja de N. Senhora da Assunção, Matriz de Minde

  • Categoria / Tipologia - Arquitectura Religiosa / Igreja

  • Situação Actual - Classificado

  • Categoria de Protecção - IIP Imóvel de Interesse Público

  • Decreto - 2/96, DR 56, de 06-03-1996

Descrição:
Dedicada a Nossa Senhora da Assunção, a igreja matriz de Minde foi restaurada em 1648 conforme indica a inscrição no frontão que coroa a fachada. Não se conhece o ano da sua edificação, mas somente as diversas campanhas de que foi objecto a partir de meados do século XVII, pois grande parte destas intervenções encontra-se datada em diferentes elementos do templo.
O ano que surge a seguir a 1648 é o de 1704, no portal da fachada lateral Norte indicando, muito possivelmente, a sua construção. Já sobre o portal principal figura em caracteres romanos o ano de 1732. Entre a realização dos dois portais, há registos de uma campanha de talha dourada, em 1723, responsável pela colocação dos retábulos e dos azulejos da capela-mor, estes últimos, em azul e branco representando o Nascimento de Cristo, a Adoração dos Magos e Pastores, a Visitação e a Anunciação.
A fachada principal é delimitada por pilastras, coroadas por pináculos, com a torre sineira à direita, num plano ligeiramente recuado. Ao centro, abre-se o portal de linguagem clássica, ladeado por pilastras caneladas e coroadas por pináculos, estes já sobre o entablamento. A janela do coro, de linhas rectas, encontra-se entre o portal e à base do amplo frontão contracurvado que coroa o alçado, e que denuncia, tal como o portal lateral de 1704 ou a sineira, um dinamismo mais próximo do barroco.
No interior, a nave exibe duas capelas e dois altares colaterais, com retábulos de talha dourada, apresentando tecto de madeira e coro alto assente sobre colunas de cantaria. A área dos altares, elevada em relação ao pavimento da nave e protegida por balaustrada, é revestida por azulejos seiscentistas de padrão polícromo e outros figurativos mais recentes. Na capela-mor, e para além do revestimento cerâmico já referido, importa destacar a pintura de quadratura da abóbada e o retábulo de estilo nacional. (RC)



Páginas do site do IPPAR
Igreja N. Sª da Assunção - Minde ........ Igreja N. Sª da Conceição - Louriceira



25 junho, 2009

Hoje: Dra.Vera dará aula de Minderico


Lá longe, na Terruja das Babosas, a Dra. Vera Ferreira não conteve as saudades da Piação do Ninhou e fez-nos uma surpresa. De Berlim para Minde, para nos dar mais uma aula da Piação. E aí está ela. Quem o confirma é o carranchano e touquim Carlos:

Olá Pessoal,
a Vera está em Minde, amanhã às 21H00, no CAORG quem puder aparecer vamos fazer a aula de 6ª feira amanhã, também porque na sexta-feira há a sardinhada da banda e muito pessoal irá para lá.

Agradecia que avisassem o pessoal da alteração e amanhã teríamos uma aula com a Drª Vera Ferreira.
Obrigado a todos.
Carlos Amoroso

Pois então, HOJE (5ª Feira) é a vez de nós lhe fazermos uma surpresa:
- VAMOS ENCHER O CAORG !!!

23 junho, 2009

TV MINDE - entrou em órbita




Quando o passo é maior que a perdigota, o resultado é sempre uma incógnita, e depois é que vêm as consequências. Conseguiu-se um cantinho emprestado dum servidor, tínhamos uma webcam boa, e com as engenhoquices do Carreira, o Media Minde lá conseguiu pôr umas imagens em directo. Fixe.

Agora com o teatro a coisa complicou-se. O Rui trouxe um amigalhaço, o Beto, simpático, cheio de boa vontade, artilhado com o "canhão" daquela câmara que utilizamos nas transmissões, e... pronto. O resultado foi o que se viu e já ninguém quer olhar para a nossa estimada webcam.



Esta amostra deu bem para perceber o potencial enorme que um projecto desta natureza pode ter em Minde. Com boa vontade poderá tornar-se em algo muito sério e um instrumento importantíssimo e vital na divulgação de muitas actividades numa terra que quer apostar forte na cultura e no desenvolvimento turístico.

Eternizar acontecimentos, divulgar e valorizar toda a vertente cultural e patrimonial, são por si só argumentos válidos, mas, se pensarmos um pouco mais, dá para imaginar o potencial no apoio ao projecto do Minderico como língua, na divulgação das escolas, eventos, e até da actividade indústrial. Basta deixar correr a imaginação.

O que dá gozo é que num grupo de malucos há logo um Rui que diz: - vou escrever uma novela; com 12 episódios. Outro acrescenta: - com imagens de exteriores. Do outro lado ouve-se: - dava para transmitir os jogos do Vitória. - Eh, pá, e o jazz? O jazz vai ficar um espectáculo. - Podíamos fazer já um trabalho do caraças no festival do Tiago. Bem... choveram para alí bidons de idéias e umas quantas parvoíces.



Tudo é possível, mas há que acalmar s ânimos.
Descendo ao mundo real, nada disto é possível sem um mínimo de equipamento. E onde é que ele está? Nas lojas. Mínimamente será necesária uma boa câmara semi-profissional (como o brinquedo da foto), alguns acessórios, e um servidor próprio com capacidade apreciável. O resto quase que se consegue com computadores pessoais e um empréstimo de uma mesa e outra câmara daqui e dali (há sempre uns amigos). Mas...
È aqui que começam as faltas de ar, e logo alguém sugere: - vocês começam a fazer uns casamentos e baptizados e resolvem o problema.

Esperamos bem que a solução não passe por aí, mas o certo é que sem capital nada disto se faz. Vamos ter que comprar equipamento, e são precisos euros.
O material é caro, ninguém quer andar a pedinchar, mas o Media Minde terá de arranjar fórmulas de financiamento de modo a todos nós podermos colaborar um pouco para que este projecto tenha pernas.

Para já, irão ser lançados DVDs do Festival de Jazz 09 e outro do teatro O Páteo das Cantigas que esperamos comercializar.
O DVD do Jazz é uma colectânia dos melhores momentos do JAZZminde 2009 om as excelentes imagens produzidas pelo Rui Venâncio, e deverá estar disponível por cerca de 17 euros. Será incluído num pack com uma T-shirt do JAZZminde 09. (disponível para as primeiras reservas).
Depois virá o DVD do teatro com montagem em estúdio. Brevemente será indicado no site http://www.media.minde.eu/ como fazer a sua pré-reserva.

Outra iniciativa será começar a incluir publicidade no TV MINDE e nos sites do MINDE.EU, Até lhe poderemos fazer um anúncio publicitário como o que está a passar agora na TV MINDE. Estão a vender pens para portáteis a 9.45€. Destas você não arranja em lado nenhum. WWW.TV.MINDE.EU

Uma coisa é certa: Já ninguém pensa na webcam nem em voltar para trás, e, no mínimo, quando chegar o festival Materias Diversos, em Novembro, queremos estar uns "profissionais".
O Media Minde vai comprar o equipamento básico, (nem que se seja com o aval do Padre Albino), e vai promover acções de formação. Sim, sim. Formação !!

Para estas bricadeiras são precisos colaboradores e o Media Minde está a agendar várias acções, tipo workshops em várias áreas de formação. Câmaras, net, locução, mistura, apresentação, direcção, etc, etc. são muitas àreas que exigem conhecimentos mínimos.

As novas tecnologias exigem preparação, e quem sabe se esta TV MINDE não virá a ser o princípio de novas actividades profissionais em Minde. Dêem-lhe ASAS !!!
Brevemente, será lançado o programa destas acções de formação e recrutamento.
"Junta-te a nós e colabora com o Futuro" é o lema pomposo que arranjamos para esta etapa inicial, e assim que houver mais novidades, estejam descansados que eu darei aqui conta do recado.



Para já, e no próximo Sábado, vai haver um extra.
Mais um directo da peça de teatro "O Pátio das Cantigas" ás 21h.30h.
Três sessões esgotadas e três transmissões em directo não foram suficientes. O público reclamou, e aí vem uma actuação extra do grupo Boca de Cena e... com direito a nova transmissão em directo (habituamo-nos e não queremos outra coisa). Possívelmente até vamos aproveitar o facto de termos o Beto e a tal artilharia alí dísponível para fazermos umas brincadeiras suplementares.
Compreendi-te !!!

Vá ao TEATRO!!!!
As emissões poderão ser vistas no site WWW.TV.MINDE.EU

A Festa Natura e o Parapente


O RBM 2009 foi um sucesso, mas podia ter sido ainda maior.
Depois do êxito do BTT, no meio de tantos elogios até deu para disfarçar o grande nó atravessado na garganta que a malta da organização sentia. A grande chuvada de Sábado obrigou a recorrer ao improviso e abrigar algumas possíveis actividades da Festa Natura debaixo do alpendre do Ana Sonça, anulando todo o programão previsto para a Praça 14 de Agosto. Comeu-se o porco, mas... o tempo não deu para muito mais. Depois, no Domingo, os ventos não colaboraram nada para que fossem inauguradaa as obras da base de descolagem de parapente de Minde, e a malta não pôde levantar vôo. Outra machadada no evento.



O S. Pedro acabou por ser simpático e nos compensar com uma bela manhã de Domingo, ideal para o btt e caminhada, mas lixou-nos estas duas vertentes importantes do evento.
Foi pena, porque teria tornado o evento mais bonito e colorido. A aposta foi forte em esforços na Festa Natura e no Parapente, e... Minde teria saído mais cópio. Paciência, fica para a próxima se o S. Pedro o permitir. (e com TV).



BASE DE LANÇAMENTO DE PARAPENTE
Era uma aspiração antiga, não andava nem desatava, e afinal não foi assim tão difícil de resolver. E até saíu uma obra boa, barata e de fácil execução. A CM de Alcanena acedeu a colaborar, os Amigos da Vida Selvagem, a JFM e PNSAC também, e na data prevista ficaram concluídos os trabalhos acordados. Cinco estrelas. A questão de propriedade do local também parece que ficou esclarecida.
Como acréscimo apenas se pede que seja colocado um prumo metálico com uma bóia indicadora dos ventos (tipo auto-estrada). Era extremamente útil e identificava o local. Uma pequena estação meteorológica, era a cereja no bolo.
Resultado:
Com ventos NE dispomos de um dos melhores locais de lançamento de parapente na zona centro do país, bonita paisagem, amplas aterragens, e com um excelente e rápido acesso entre o local de descolagem o poiso. Para escolas, é do melhor.
Depois do Verão, quando os ventos são mais favoráveis, é vê-los por aí a pairar no ar. Talvez um festivalzinho de parapente seja uma hipótese para inaugurar e divulgar a nova descolagem. Quem sabe!!! (????)

Bem..., ficamo-nos por aqui!
Mas para que não tenham dúvidas que a base está pronta e que os reis dos ares estiveram cá na data marcada, aqui fica este registo fotográfico que foi retirado do site Vento & Térmica



PS: Como sugestão, depois cliquem no vídeo "Nordeste 2009 - Macedo de Cavaleiros". Seria lindo, lindo... em Minde. Um espectáculo!!!

22 junho, 2009

Tiago Guedes e... Materiais Diversos!!!




Tiago Guedes é o director artístico do novo festival,
que se realiza de 19 a 29 de Novembro

Regresso às origens: dali saiu, aos 18 anos, para estudar dança em Lisboa, e licenciar-se na Escola Superior do Instituto Politécnico, e ali regressa 12 anos depois - suspendendo temporariamente a sua obra de coreógrafo - como director artístico de um festival. Dança, teatro, música, performance, anuncia-se a 1ª edição de Materiais Diversos, de 19 a 29 de Novembro.



"Ali" é Minde (onde nasceu) e "ali" é Alcanena, cuja Câmara Municipal é organizadora do festival. Ele é Tiago Guedes e os dados da sua biografia não são aqui mera curiosidade: a relação, simultaneamente, de proximidade e de distância com um micro-cosmos (ribatejano) habitam o programa editorial deste festival que leva o nome - Materiais Diversos - da estrutura de produção do coreógrafo. Proximidade e distância: porque algo tem a ver com os idílicos modelos de infância e algo tem a ver com as transformações que obrigam a reconfigurar essa memória.

Podemos dizer isto sobre Materiais Diversos: programará materiais contemporâneos, internacionais e nacionais, no interior, em Alacanena, Minde e Torres Novas - na dança, Raimund Hoghe ("L'Après Midi"), Eszter Salomon e "Magyar Tankoc" ("peça autobiográfica, ela revisita a família, a música e a dança tradicional húngara", diz-nos Tiago Guedes), Jonathan Burrows+Matteo Fragion, Filipa Francisco+Bruno Cochat ou ainda Luís Guerra, Andresa Soares e Tânia Carvalho; no teatro, associando a Cão Solteiro ao artista plástico Vasco Araújo, e programando também Martim Pedroso ("Purgatório"); na performance, com Karine Décorne+Simon Proffitt, ou com Margarida Mestre e André Murraças; na música destacando Norberto Lobo.



Mas diz o director artístico: "não queremos correr o risco de ser um ovni" no interior, uma bolha artificial. E por isso - e isto singulariza Materiais Diversos - uma série de espectáculos foram inventados juntando os convidados às estruturas que existem no local. E é assim que, por exemplo, Eszter Salomon se associará ao Rancho Folclórico do Covão do Coelho (aldeia vizinha a Minde) para uma "espécie de 'jam session' entre os bailarinos e os músicos das duas companhias"; que a encenadora Cláudia Gaiolas encenará "A Gaivota", de Tchekov, com o grupo de teatro local Boca de Cena; ou que André Murraças intervirá no Museu Roque Gameiro de Minde, encenando uma visita guiada. Eis como se convoca - para esta contemporânea festa na aldeia - a capacidade associativa das populações locais, possibilitando-lhes envolvimento e expressão. A elas e aos equipamentos - Cine-Teatro S. Pedro (Alcanena), Cine-Teatro Rogério Venâncio, Blackbox do auditório do Conservatório Regional de Música, Museu Roque Gameiro (todos em Minde), Teatro Virgínia (Torres Novas, que se junta ao festival ao abrigo de uma parceria).

Materiais Diversos existe através de um protocolo, para dois anos, renováveis, com a Câmara Municipal de Alcanena. Que apoia o projecto em 40 por cento do orçamento - o mesmo que cabe ao Ministério da Cultura. A edição de 2010 acontecerá no Verão, em Setembro. Com a renovação do protocolo Materiais Diversos não será apenas nome de festival: designará também um projecto de centro internacional de residências artísticas.
Publicado em "IPSILION"


20 junho, 2009

Soberba a representação de "O Pátio das Cantigas"




A peça de teatro "O Pátio das Cantigas", encenada por Elsa Nogueira e levada a palco pelo Grupo Boca de Cena, estreou ontem no Cine-Teatro Rogério Venâncio em Minde com lotação esgotada, e tem previstas mais duas sessões: hoje uma e amanhã outra.

Assisti em Lisboa através da transmissão em directo pela TV MINDE, e só tenho uma palavra para descrever o que vi: SOBERBO.
Os cenários estão um espectáculo e as representações estão à altura de muitos profissionais que já vi. Amanhã conto estar entre a assistência, e aconselho o mesmo a todos os que apreciam esta arte da representação.


Quanto à transmissão em directo pela TV MINDE, fiquei admiradíssimo pela qualidade das imagens. São excelentes, e posso afirmar que chegaram em óptimas condições a vários assistentes na Europa, África e América. Assim o mundo fica mais pequeno.

Hoje e Domingo tornaremos a transmitir em directo a peça, e as fotos que são aqui apresentadas neste slide-show foram obtidas através da captura das imagens em directo do site www.tv.minde.eu . Melhor, só mesmo na farmácia, ou na Leitaria Estrela d'Alva.

PCP Minde




As eleições estão à porta, e o núcleo do PCP em Minde abriu um blog para difundir as suas actividades. Chama-se PCP MINDE e tem o endereço: http://www.pcp-minde.blogspot.com/ .

No Domingo, dia 28 de Junho de 2008, pelas 13 horas, o PCP irá promover no Hotel Eurosol em Alcanena um almoço de apresentação dos candidatos da CDU, às próximas eleições autárquicas, com a presença do camarada António Filipe, vice-presidente e deputado na Assembleia da República.

18 junho, 2009

Teatro em Minde: O Pátio das Cantigas




É já no próximo fim-de-semana que o Grupo Boca de Cena da Casa do Povo de Minde, vai estrear no palco do Cine-Teatro Rogério Venâncio a hilariante comédia "O Pátio das Cantigas".
A peça de teatro será exibida nos dias 19, 20 e 21 de Junho pelas 21h30m.

Do período áureo da comédia portuguesa, que se transformaria em cinema de sucesso popular, “O Pátio das Cantigas” é, na minha opinião, “la crème de la crème”.Os seus intérpretes eram todos vedetas do teatro de Revista, que diariamente levava centenas e centenas de pessoas, em duas sessões, aos vários teatros existentes no saudosíssimo Parque Mayer.António Silva, Vasco Santana, Laura Alves, Ribeirinho e Barroso Lopes, formavam um grupo de luxo, a que se juntou o então grande galã do cinema português, António Vilar.

Passados 67 anos desde a produção cinematográfica, "O Pátio das Cantigas" estará no palco de Minde com encenação de Elsa Nogueira. com a participação de Isabel Pereira, Rui Venâncio, Manuel Reis, Elsa Nogueira, Regina Branco, João Afonso, Catarina Almeida, Paulo Alves, Ana Fresco, Rui Afonso, Simão Pedro, Lurdes Lopes, Nuno Pires, Agostinho Nogueira, Fábio Gorjão, Gilberto Rosa, TóZé Crachat e João Faria.
Os bilhetes estão à venda na Relíquia, e com este elenco de luxo todos esperamos lotações esgotadas. Reserve já o seu lugar e vá RIR ATÉ NÃO PODER MAIS!!!!!

Paralelamente a TV MINDE irá fazer mais uma experiência de transmissão em directo, estando agendadas as 3 sessões com transmissões na hora.
Será apenas utilizada uma câmara fixa, mas contamos que as imagens sejam de qualidade pois conseguimos um equipamento topo de gama.
Isto não impede que levante "o rabinho do sofá", pois se quer ouvir as célebres expressões "Oh Evaristo, tens cá disto?" terá de comprar bilhete e de se deslocar ao Cine-Teatro porque... possívelmente iremos fazer cortes estratégicos.
Vá ao TEATRO!!!!
As emissões poderão ser vistas no site WWW.TV.MINDE.EU



2º Festival de Casais Robustos de Música Tradicional


Organizado pela Robustuna Afonsina de Casais Robustos, no próximo dia 21 de Junho (Domingo), com início às 15h, decorrerá o 2º Festival de Casais Robustos de Música e Cantares Tradicionais Portugueses.
Para além da participação da Robustuna Afonsina, o Festival conta com a participação do Grupo Coral os Cardadores da Sete, de Castro Verde, da Tuna Souselense do Centro Cultural e Desportivo de Souselas, do Grupo de Cantares de Sousel, e do Grupo Musical e Tradições do Espinheiro.
O Festival terá lugar no Salão Polivalente de Casais Robustos.


17 junho, 2009

21,6 milhões para salvar o Alviela


O calvário das populações ribeirinhas do Alviela devido à poluição pode estar a chegar ao fim. A luz ao fundo do túnel começou a ver-se sexta-feira, 5 de Junho, com a assinatura, em Alcanena, de um protocolo envolvendo quatro entidades e que prevê a realização de várias intervenções complementares para mudar a face ao rio. A metáfora luminosa foi deixada pelo representante da AUSTRA – Associação de Utilizadores do Sistema de Tratamento de Resíduos de Alcanena, Fernando Fernandes, dizendo que “desta vez a luz ao fundo do túnel não é a do comboio que nos vem arrasar a todos, mas sim a saída” para os problemas.

O investimento estimado é de 21,2 milhões de euros e engloba: a construção de uma unidade de tratamento de resíduos industriais (raspas verdes); a melhoria do sistema de tratamento da ETAR de Alcanena; remodelação da rede de colectores de águas residuais; reabilitação da zona de lamas não estabilizadas; e defesa contra cheias da ETAR de Alcanena.

Integrado no mesmo protocolo, assinado pela Câmara de Alcanena, Instituto da Águas (INAG), Administração da Região Hidrográfica do Tejo (ARHT) e AUSTRA, encontra-se ainda a reconstrução da cascata do mouchão de Pernes, no concelho de Santarém. Uma obra também há muito reclamada e cujo início está previsto para breve.

O presidente da Câmara de Alcanena, Luís Azevedo (ICA), considera que desta vez não se trata apenas de uma expressão de intenções mas sim de medidas concretas para colocar fim ao flagelo ambiental que há décadas, de forma regular, afecta o rio que cruza os concelhos de Alcanena e Santarém. O autarca fez um breve historial do processo, reconhecendo que a industrialização desenfreada e desumanizada deixou mossas difíceis de esquecer. “A agonia e morte do rio Alviela foi a face mais mediática e triste desse problema”, lamentou.

Apesar do investimento de 70 milhões de euros feito nas duas últimas décadas no sistema de tratamento de resíduos de Alcanena, o problema nunca ficou resolvido por inteiro. E é isso que agora se pretende. O secretário de Estado do Ambiente, Humberto Rosa, lamentou o arrastar do problema mas congratulou-se com a concertação entre as várias entidades que à partida permitirá resolver uma questão complexa. Também o secretário de Estado do Desenvolvimento Regional, Rui Baleiras, realçou esse aspecto e o envolvimento de três programas operacionais (Centro, Alentejo e da Valorização do Território) na comparticipação dos projectos.



Ler Mais em "ALCANENA-ONLINE"

Música de Câmara e Canto (CAORG)




A Galeria de Exposições do Cine-Teatro São Pedro recebe, no próximo dia 21 de Junho (domingo), pelas 18:00h, um concerto comentado de Música de Câmara e Canto, pelo Grupo de Câmara e Canto do Conservatório de Música Jaime Chavinha (CAORG), com direcção do Professor Hélder Gonçalves.

Depois do brilhante concerto do Ensamble de Clarinetes, este concerto comentado, ao final da tarde de Domingo, é uma nova proposta para divulgar o trabalho de alunos e professores deste conservatório de música. E também uma oportunidade para passar um final de tarde diferente e original.
Entrada Livre!

Salão do Salão do Automóvel e do Motociclo Clássico


O Pavilhão Multiusos de Alcanena recebe, nos dias 27 e 28 de Junho de 2009, a quinta edição do Salão do Salão do Automóvel e do Motociclo Clássico.

Realizado nos moldes das edições anteriores, este evento temático vai reunir coleccionadores e admiradores de viaturas antigas, com matrículas até ao ano de 1980, veículos que marcaram a sua época e que são, hoje, preservados enquanto património cultural e recreativo.
Paralelamente, decorrerá o IV Passeio Turístico pelo Concelho de Alcanena, sob o tema “Entre a Serra e o Rio”, na tarde do dia 27 de Junho, com concentração marcada junto aos Paços do Concelho, às 13:30h e partida às 15:00h.

Estão já abertas as inscrições para os interessados em participar no evento, nas seguintes modalidades:
- Expositor Automóvel (prioritário para veículos que ainda não tenham sido expostos);
- Expositor Motociclo
- Expositor de coleccionismo, peças ou outros artigos relacionados com o tema;
- Participante no Passeio Turístico.

As inscrições deverão ser enviadas até dia 16 de Junho para:
Câmara Municipal Alcanena / Sector de Cultura e Turismo
V Salão do Automóvel e do Motociclo Clássico
Praça 8 de Maio - 2380-037 Alcanena

Descarregue aqui a Ficha de Inscrição e consulte as normas do V Salão do Automóvel e do Motociclo Clássico.
Veja também o itinerário do IV Passeio Turístico pelo Concelho de Alcanena.
Para mais informações, contacte o Sector de Cultura e Turismo da Câmara Municipal Alcanena, através do telefone 249 889 114 ou do e-mail cultura@cm-alcanena.pt.
Esta é uma iniciativa conjunta do Município de Alcanena e das entidades Vítor Mira Lda., Motoclube Alcanena e “Amigos das Velharias”.
Veja aqui o cartaz de divulgação do evento.



Airefolk – Festa do Solstício nos Olhos de Água


A Praia Fluvial dos Olhos de Água recebe, nos próximos dia 19, 20 e 21 de Junho, a segunda edição da Airefolk – Festa do Solstício, com o seguinte programa:

Sexta, 19 de Junho
Mu
Mosca Tosca
Sábado, 20 de Junho
Alfa Arroba
Fol&ar
Domingo, 21 de Junho
No Mazurka Band

A bilheteira estará aberta a partir das 20:00h e o preço dos bilhetes é o seguinte:
Bilhete simples (uma noite) – 10€ - Bilhete geral (duas noites) – 15€

A par da animação musical, decorrem também workshops de dança, workshops de instrumentos, visitas ao carsoscópio, passeios pedestres, jogos tradicionais e noite dos morcegos.

Esta é uma iniciativa da Associação Cultural e Ambiental Cov’Altas, Município de Alcanena, Carsoscópio – Centro Ciência Viva do Alviela, Tradballs e Cine-Teatro São Pedro, e com os apoios da Junta de Freguesia de Louriceira, Crédito Agrícola de Porto de Mós, Luságua Alcanena, AIJIL – Associação de Apoio Integrado aos Jovens e Idosos de Louriceira e Restaurante Bar Olhos d’Água.

Para mais informações consulte www.myspace.com/festivalairefolk.
Veja aqui o cartaz de divulgação do evento.
Ver Programa


15 junho, 2009

Férias Desportivas de Verão em Alcanena


O projecto Férias Desportivas está de regresso com mais uma edição das Férias Desportivas de Verão, que decorre de 29 de Junho a 24 de Julho, uma iniciativa do Sector de Desporto, Juventude e Tempos Livres do Município de Alcanena, feita a pensar na ocupação das crianças do concelho durante o período de férias escolares.

Com a duração de 4 semanas (uma semana para cada turno), este programa destina-se a crianças e jovens com idades compreendidas entre os 6 e os 15 anos e inclui um vasto leque de actividades: idas à praia, às piscinas e à Praia Fluvial dos Olhos de Água, acampamento, atletismo, andebol, basquetebol, futsal, futebol, futebol de praia, cinema ao ar livre, pedestrianismo, caminhadas nocturnas, dinâmicas de grupo e manobras com cordas.

Os 4 turnos decorrerão nos seguintes períodos:
1º Turno: de 29 de Junho a 3 de Julho
2º Turno: de 6 a 10 de Julho
3º Turno: de 13 a 17 de Julho
4º Turno: de 20 a 24 de Julho

A inscrição, no valor de 10€/turno, inclui transporte, equipamento necessário à realização das actividades e seguro de acidentes pessoais.
As inscrições são limitadas a um máximo de 40 participantes por turno.

Os interessados em participar nas Férias Desportivas da Páscoa deverão efectuar a sua inscrição no Sector de Turismo da Câmara Municipal de Alcanena (249 889 010) ou na Delegação da Câmara Municipal de Alcanena em Minde (249 840 491).
Veja o cartaz de divulgação da actividade.



11 junho, 2009

Mindrico: A fala secreta dos têxteis de Minde e Mira de Aire (II)

Alé carranchanos e covanos antónio forno da piação dos charales do Ninhou.

Fiquei extremamente chocada com o que li, por um lado pela falta de investigação de base que esta notícia revela (não há qualquer referência ao actual trabalho de documentação e revitalização do minderico, enquadrado no programa DOBES e financiado pela Fundação Volkswagen) e, por outro, pela imprecisão e até mesmo desconhecimento da realidade linguística aqui descrita, bem como por algumas observações do Prof. Abílio Martins.

Comecemos por exemplo pelo título da notícia: "Mindrico: A fala secreta dos têxteis de Minde e Mira de Aire". Que veracidade deve ser concedida a uma notícia que nem sequer "MINDERICO" sabe escrever? Uma coisa é a forma como se diz, outra a forma como se escreve. Curioso os tais estudiosos que a notícia fala não saberem isso. Por outro lado, erros desta natureza na nomeação do tema central da notícia revelam a tal falta de investigação e o fraco trabalho jornalístico a que me refiro no parágrafo anterior.

Por falar em estudiosos, já agora perguntaria que estudiosos???? Nos cerca de 2 séculos de existência (baseados apenas nos registos escritos) do minderico NUNCA ninguém do nível académico se interessou em estudar A SÉRIO a variante linguística que o minderico representa. O que temos à disposição até ao momento são os glossários produzidos em Minde - sem qualquer intervenção de linguistas, um artigo de Serra Frazão na Revista Lusitana no início do século passado com uma lista de vocábulos mindericos, uma tese de doutoramento de 2004 que faz referência ao minderico (relata apenas a sua existência mas não lhe faz qualquer análise) e NADA MAIS, além do trabalho que eu própria, enquanto linguista, tenho vindo a desenvolver com o minderico desde 2001.

A primeira abordagem científica feita ao minderico foi apresentada por mim na Universidade de Munique em 2004. Onde estão então os estudiosos que tecem considerações sobre uma realidade linguística que desconhecem na íntegra?

É muito fácil lançar epítetos e elaborar classificações do género "falar secreto sem características para ser considerado língua", "uma língua de comportamento secreto" mas pergunto-me quais são as bases para o fazer? Classificações e considerações baseadas no que "se ouviu dizer" sem análise in loco da realidade em causa são para mim marcas de, por um lado, linguística de secretária e, por outro, total desconhecimento do que se afirma e até uma certa preguiça intelectual.

Que tipo de factores linguísticos são estes para delimitar o que é ou não uma língua:
a) "Foi a língua em que as pessoas aprenderam a falar e portanto tem um significado afectivo muito forte. " [Afirmação da Prof. Drª. Maria Helena Mira Mateus relativamente ao mirandês]. Neste ponto concordo inteiramente com a Prof. Drª. Maria Helena Mateus. A relação do falante com a sua língua bem como a identificação que daí avdém são de facto factores determinantes para numa classificação língua ou dialecto. Mas sendo assim o minderico também é uma língua! Das várias entrevistas que efectuei em Minde foi-me muita vez relatada a aprendizagem do minderico através de transmissão geracional, de pais para filhos. Tive também oportunidade de constantar no trabalho em Minde a forte relação dos mindericos com o minderico (alguns evitam falá-la, o que é normal em comunidades bilingues; outros, por sua vez, orgulham-se bastante dela). Isso retira ao minderico o significado afectivo forte que o consideraria uma língua de acordo com o argumento da Prof. Drª. Maria Helena Mateus? Ou será este apenas um critério que revela pouco ou nenhum conhecimento da realidade minderica? Por outro lado e voltando a mais um comentário da professora relativamente ao mirandês e comparando-o com o minderico ("Não é uma língua de comportamento secreto"), gostaria de realçar que com o alargamento do vocabulário inicial e dos contextos de utilização, bem como o consequente alargamento da comunidade de falantes (todos os grupos sociais da comunidade minderica) no final do século XIX e inícios do século XX, o minderico afastou-se das suas origens (língua secreta) e, como tal, perdeu também o tal “comportamento secreto”.

b) serão antes as "características, fonética e estruturas próprias" que delimitam uma língua? Primeiro, enquanto linguista, pergunto-me sinceramente que base tem uma classificação desta natureza? Que características devem ser tidas em conta? Ou melhor, o que se entende aqui por "características"? Não são as "estruturas próprias" e a "fonética" também características de uma língua? Mas partimos então por segundos do pressuposto que a listagem de elementos faz sentido; se assim é, os tais "estudiosos" revelam um perfeito desconhecimento do minderico porque só quem conhece o minderico na sua profundidade sabe o quão diferentes as suas estruturas são do português(e falo de estruturas morfossintacticas e até acrescentaria estruturas pragmáticas, sem esquecer as especificidades fonéticas do minderico).

Como será vista pelos tais "estudiosos" a não inteligibilidade entre minderico e português ou a utilização do minderico em todos os contextos, como língua de comunicação diária em Minde no tal "apogeu" que o próprio Prof. Abílio reconhece? O que dirão então ao facto do minderico ter perdido há muito o tal comportamento secreto? Ou que conhecimento revelam quer das possíveis evoluções das línguas secretas quer de outras línguas que, tal como o minderico, surgiram como línguas secretas e se tornaram a língua principal da comunidade (para alguns exemplos pode consultar Klaus Siewert (ed.) 1996. Rotwelsch Dialekte)? Porque será que a notícia terá esquecido de reflectir também acerca do facto de que a classificação (ou não) de uma variante linguística como língua é uma questão, na maioria das vezes, política?

Esses factos nem sequer referidos são e porque será? Puro desconhecimento do que é o minderico?

Desculpem o meu desabafo mas não poderia deixar uma tal aberração sem comentário e por isso pretendo oficializar o meu comentário (ainda mais elaborado) junto das entidades que publicaram esta notícia.

Pedia a vossa ajuda nesta tarefa. Deixem aqui a vossa opinião. Não deixem o assunto ficar simplesmente por aqui com comentários do género "nem vale a pena ligar ao que escrevem porque não sabem o que dizem" porque no final, se não reivindicarmos, será esta abordagem absurda que prevalecerá.

Um cruzeiro a todos
Vera Ferreira

PSD ganhou em Minde e Alcanena paras as Europeias




Já começa a ser um hábito o concelho de Alcanena reflectir os resultados nacionais. Tal como no país, o PPD/PSD saíu vitorioso no concelho de Alcanena para as Eleições Europeias.
Na freguesia de Minde a vitória dos sociais democratas foi estrondosa com mais do dobro dos votos sobre o PS, e até na freguesia de Alcanena o PSD (415) suplantou o PS (363).



COMENTÁRIO:
As Europeias nada têm a ver com as Legislativas nem com as Autárquicas, mas os resultados mostram que não seria descabido uma candidatura do PSD à CMA com um candidato Minderico. Provavelmente não seria para ganhar, mas certamente elegiria um vereador ou dois.

10 junho, 2009

Sabe o que é o Mindrico?


Artigo publicado hoje no site «Observatório do Algarve»:

http://www.observatoriodoalgarve.com/cna/noticias_ver.asp?noticia=29856

Sabe o que é o Mindrico?
O calão mindrico, falado nas zonas de Minde e Mira de Aire, é um falar secreto sem características para ser considerado língua como o mirandês, defendem estudiosos.

O professor Abílio Martins e a linguista Maria Helena Mira Mateus explicaram à agência Lusa as várias gradações de línguas, dialectos e calões secretos, no momento em que passam dez anos sobre a declaração do mirandês como língua oficial de Portugal.

Estão neste caso a língua dos pedreiros de Guimarães, o calão dos contrabandistas de Albergaria-a-Velha, a gíria dos vendedores de tecidos de Castanheira de Pêra ou o latim dos Canhoteiros de Viana do Castelo, muitos deles códigos falantes de classes sociais ou de terras particulares.
No caso do mindrico, de Minde (Alcanena) e Mira de Aire (Porto de Mós), o isolamento serrano conduziu a um idioma local próprio que resistiu aos séculos mas que agora corre o risco de extinção devido à globalização e à falta de apoios.


Em declarações à Agência Lusa, Abílio Martins, que coordenou uma das reedições do livro “A Piação dos Charales do Ninhou” (“Maneira de Falar dos Mindricos”, em português corrente), afirma não ver “grande futuro” no calão mindrico.
“Nunca foi um instrumento de diálogo”, considera o antigo professor, de 80 anos, explicando que são “muito poucos os que conhecem alguns termos”. Diz mesmo que “tentar trazer o calão ao de cima não é mais que fazer reavivar umas brasas que estavam apagadas”.

Abílio Martins, que nasceu e vive em Minde, concelho de Alcanena, sustenta que o calão mindrico tem origem na segunda metade do século XVIII, mas avisa que “não há dados muito seguros”.
“Existia, essencialmente, para os cardadores que saíam de Minde nas suas digressões de ofício pela região”, refere, acrescentando que “a avaliar pelos primeiros nomes que apareceram, era para os clientes não os compreenderem”.
Abílio Martins acredita que este calão tem de ser enqudrado na fase de apogeu da indústria têxtil da vila, quando “vendedores de mantas e compradores de lãs” iam para as feiras. Usavam-no para “esconder certos segredos e truques de negócio” e para falar da “maneira como se governavam”.
Admite que no período do Estado Novo, o calão “dava sempre a oportunidade de fazer comentários sem se denunciar”.
O antigo professor destaca a presença de “poucos verbos” no mindrico, entre os quais “jordar" que era "usado em várias circunstâncias”.
“Há nomes de pessoas que figuram como substantivos comuns”, exemplificando com o nome “Francisco Vaz”, que significa padre. A palavra para barbeiro “dizia-se pelo nome do barbeiro”, acrescentou Abílio Martins, sublinhando que o calão mindrico “não tem correspondência em todas as palavras”.

A linguista Maria Helena Mira Mateus explicou à Lusa que em Portugal apenas o mirandês tem "características, fonética e estruturas próprias" que permitem considerá-lo uma língua e não um mero dialecto.
Embora derive de um dialecto asturo-leonês caído em desuso em Espanha, o mirandês é a única língua com estrutura existente no país além do Português, indica a linguista: "Tem características específicas que não são próprias do Português nem do galego".
Apesar de existirem "muitos falares e dialectos transfronteiriços" - como nos casos do mindrico ou do barranquenho - o mirandês é a única língua que pode ser vista como tal, refere Maria Helena Mira Mateus.
"Foi a língua em que as pessoas aprenderam a falar e portanto tem um significado afectivo muito forte"."Não é uma língua de comportamento secreto", explica a linguista.

O mirandês foi declarado "língua oficial" em Portugal a 29 de Janeiro de 1999 e passou a ser estudado como tal pelos alunos da pré-primária ao 12º ano, na região de Miranda do Douro.
Uma tradução em mirandês de "Os Lusíadas" de Luís de Camões, feita por Amadeu Ferreira, será lançada até ao fim do mês de Junho.


NOTA ADICIONAL por PM:
Infelizmente esta foi uma notícia divulgada e difundida pela agência Lusa. Sob o título "Mindrico: A fala secreta dos têxteis de Minde e Mira de Aire" foi publicada em inúmeros sites e blogs, entre os quais o site de RTP, Expresso, Sapo, Notícias do Ribatejo, etc.
Há dias que mais valeria estarmos calados. No Expresso pode ler e comentar a notícia aqui: (eu já comentei)
http://aeiou.expresso.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=ex.stories/520129


09 junho, 2009

Raid BTT Minde 2009 / Rescaldo




Foram cinco centenas de bicicletas que alhinharam na partida para o 2º Raid BTT realizado em Minde. E foi fantástico todo o ambiente em redor deste evento realizado pela juventude do Ninhou que cada vez mais me eleva o orgulho de ser Minderico.
Vou guadar as m/ palavras para outro post posterior, mas reproduzo aqui alguns dos imensos comentários colocados no Fórum BTT ( http://www.forumbtt.net/index.php/topic,59396.0.html) que é o ponto de encontro cibernético de todos os betetistas do país.




Felicitações a todos os que fizeram parte da organização deste evento... Simplesmente fabuloso;
Pontualidade na partida, reforços sempre a postos, percurso fabuloso, almoço divinal...
Sem dúvida alguma dos melhores que tenho feito... Muitos parabéns;
Só uma pequena observação numa ou outra curva em que a sinalização poderia estar um pouco antes do acontecimento mas nem se notou numa prova tão bem preparada....
Um muito obrigado por poder desfrutar de uma prova tão bem concebida....
Para o ano estarei aí novamente... facilmente chegarão ao milhar de participantes
1berto massagista

Viva,
eu achei o passeio muito bom: trilhos fantásticos, marcações irrepreensiveis, boa assistência pelas equipas móveis, bom almoço.
Parabéns à organização e até para o ano !
jdteixeira

Boas...
Muitos parabens à organizaçâo por mais uma belissima prova,
é sem dúvida uma das mais bem organizadas.
felicitações a todo o pessoal envolvido.
Tunas



Boas, espero que todos os betetiscas e acompanhantes tenham feito um bom regresso a casa depois de mais um grande evento que nos foi proporcionado por esta espectacular organização. Do melhor que tenho encontrado, para mim é um Portalegre em ponto mais pequeno, mas com singles. A parte final desde a serra até à meta é simplesmente divinal, assim como todo o percurso, continuem com este moral que um dia destes têm o Raid de Minde como uma referência a nivel nacional.
Abraço e boas pedaladas.
ze_lora

Estive tb presente nesta segunda edição, que acho que melhorou ligeiramente em todos os aspectos, que já tinha estado mto bem.
Secretariado rápido, partida a horas, e o mais importante, excelentes trilhos com que fomos brindados, principalmente os singles tracks, simplesmente fabulosos, e uma chegada a Minde
em grande estilo, em suma uma boa manhã de BTT
Bom ambiente, boas marcações, muito pessoal nos cruzamentos, bons banhos e um excelente almoço com dois pratos à escolha, o bacalhau à Bráz estava mto bom, quando cheguei não havia fila que com o chegar dos participantes ficou consideravél (um aspecto a rever),mas que nem por isso tira o brilho a esta prova.
Cumps
Carlos Silva

boas , gostei muito do passeio espectacular
trilhos bem tecnicos , muita muita pedra , enfim deu para enpenar o corpo todo
só um reparo ao prencipio os trilhos deviam ser mais largos , para evitar paragens.
mas a organização esta de parabens 5 estrelas
valeu a pena ir de torres vedras até minde
ate para o ano
noel

boas noites amigos do pedal ... Fiquei maravilhado com esta grande dia de btt... muitos parabens a todos os envolvidos, 10* do melhorzinho que existe por ai ...
continuem estão num bom caminho, abraços e até para o ano...
marco Sousa

Os BTTegas também foram lá, e voltaram de barriga cheia!!!
Excelente raid, com percurso espectacular. Organização impecável e muita cor e festa à volta do evento, que dá ainda maior interesse. Muito bem.
Para o ano há mais!!
Um abraço dos amigos de Viegas.
Lynx

No que respeita ao Raid btt Minde 2009,só tenho uma palavra para o definir e para não ser maçador com os post................ .......FORMIDÁVEL .
paulumb


05 junho, 2009

Vamo todos rezar


Vamos todos rezar para que o S. Pedro não nos estrague seis meses de trabalho e preparação. Esta malta da organização do BTT bem o merece !!!

Festa Natura e o Raid BTT Minde 2009




O Raid BTT Minde 2009, cuja preparação começou a ser planeada e organizada há seis meses atrás, não será só BTT, Parapente e Passeio Pedestre.
Este evento terá início no Sábado (dia 6) às 15 horas na Praça 14 de Agosto com a FESTA NATURA, cuja realização pretende ser o embrião de uma grande festa e expo da natureza num futuro muito próximo.

Da programação da Festa Natura constam múltiplas actividades para crianças e graúdos onde se inclui: Actividades Lúdico Pedagógicas para crianças, Biblioteca Itenerante, Jogos Tradicionais como o Cinquilho e o Jogo da Cavilha, Corridas de Sacos, Insufláveis, Tenda Natura Lounge, Demonstração de Karaté, Gincana de Segways, Bilhar Holandês, Tiro ao Arco, Pintura, etc, etc.
Haverá ainda Porco Assado no Espeto, Bar dos Escuteiros e um Écran Gigante para ver o jogo entre as selecções de Portugal e Albânia, e... muita música com DJs.
Um mundo de diversão para toda a família, e a organização conta com a sua presença e, principalmente, que traga os seus filhos e netos. Não se irá arrepender !!!

RAID BTT MINDE 2009 em números
Para este evento, cujas inscrições para o BTT já se encontram encerradas e esgotadas, a organização estima os seguintes números:

RAID BTT - 500 concorrentes
Acompanhantes - 200 pessoas
Passeio Pedestre - 150 a 200 caminheiros
Mini BTT - 65 crianças
Parapente - 25 pessoas
Almoço - 850 convivas
Organização - 55 voluntários
Socorrismo - 45 bombeiros + 5 paramédicos
Expo BTT - 8 expositores (Pav. Ana Sonça)
Festa Natura - 50 colaboradores e 400 visitantes

Enfim, se o S. Pedro colaborar, espera-se que seja um dos maiores eventos realizados em Minde nos últimoa anos. Poderá ver toda a programação da Festa Natura e de todo o restante evento no site WWW.BTT.MINDE.EU



Passeio Pedestre no Polje de Minde


A manhã do dia 7 de Junho (Domingo) vai ser muito movimentada em Minde. Além do BTT, Mini BTT e Parapente, existe ainda o PASSEIO PEDESTRE no Polje de Minde.

Se no ano passado a adesão atinguiu 180 pessoas, este ano a organização preparou meticulosamente todos os pormenores. Vão existir mais guias, sendo alguns geólogos e especializados no meio-ambiente e biodiversidade da nossa região. Contamos com a participação de alguns especialistas do movimento AMIGOS DA VIDA SELVAGEM.

A partida terá início às 9h30m no Pavilhão Gimnodesportivo de Minde, o percurso terá aproximadamente 10 kms, e não será necessário qualquer inscrição. Basta juntar-se e participar.
Se pretender poderá também almoçar connosco no Pavilhão Ana Sonça juntamente com os participantes no BTT. O almoço terá o custo de 8 euros, mas terá que se inscrever antes de se iniciar o passeio, e, para facilitar a vida à organização, poderá fazê-lo já através do e-mail bttminde@gmail.com.

Venha passear connosco e conhecer as maravilhas do Polje de Minde.
Irá divertir-se e a SUA SAÚDE AGRADECE. MEXA-XE !!!

Estes são alguns dos locais por onde irá passar, e poderá ver o guião do passeio aqui: www.minde.eu/btt/anexos/PP_guiao_RBM2009.pdf

Zegrega do Carranchano


O Carranchano Carlos Amoroso tem continuado o seu excelente trabalho como touquim da Piação do Ninhou às Sextas-Feiras no CAORG. Mas, segundo nos fez constar, anda um pouco triste e desagradado com algumas piações de covanos caducos que andam as escadeirar do engenho da Piação do Ninhou, e enviou-nos a zegrega que transcrevo abaixo.
Eu estou de acordo com ele, pois só covanos didis prá frente é que podem escadeirar deste ancho engenho que está a ser engenhado no Ninhou, mas estou certo que são tão poucos que em nada afectarão a continuação deste excelente trabalho que está a ser feito em Minde.

Escadeirar da piação do Ninhou

Alé carranchanos do Ninhou,
ambrosiei e gambio-vos a do pinto lopes para vos jordar na chaveca o que sou vila franca de em poucas sestas escadeirar com o meu engenho nas da piação da classe do touquim.
Tem-me jordado aos das caçoas que alguns charais, mais caducos piam ao ninhou e aos seus patitas que o meu engenho e da Drª Vera está a ser didi para o Ninhou, como sou antónio forno pelo Ninhou e pelos seus charais e não sou antónio forno de didezas para o Ninhou, ambrosiei jordar em josé grego o meu engenho. Esses touquins da piação que mirantem a borboleta para a piação. Não jordo maqueda cópia para lhes jordar os das caçoas.
Estou-vos a gambiar a do pinto lopes para estarem vila franca do que engenho. Jordava na chaveca que o meu engenho seria cópio para o Ninhou e para os charais, mas miranto que como piam esses caducos o engenho é didi, por isso por mim vais escadeirar, muito embora com os mirantes apiamados.

Um chocho para todas as covanas do Ninhou e um cruzeiro ancho para os covanos
Carlos Amoroso

VFCM - Futsal - Torneio de Verão


É já hoje, dia 05 de Junho que se inicia o Torneio de Verão de Futsal organizado pelo Vitória Futebol Clube Mindense.

O torneio realizar-se-á no Pavilhão Gimnodesportivo de Minde e conta com a participação de várias equipas, cuja inscrição decorreu até ao passado dia 1 de Junho.

Existem vários troféus e prémios monetários em disputa, e o ritmo competitivo é garantido. Se gosta da modalidade, o seu lugar está reservado nas bancadas do pavilhão. Apareça !!!

03 junho, 2009

Inauguração das emissões da TV MINDE


É já no próximo Sábado (dia 6) que a TV MINDE terá a sua primeira emissão experimental em directo. A emissão inaugural terá início pelas 18 horas na Praça 14 de Agosto, dando uma panorâmica do que se estará a passar na Festa Natura.
No Domingo contamos transmitir, também em directo, a partida e a chegada do Raid BTT Minde, sendo posteriormente colocados vídeos de passagens em vários locais do percurso.



A TV MINDE é um projecto do núcleo Media Minde da Casa do Povo de Minde, cuja estrutura ainda está "muito crua" e a dar os primeiros passos. Já foram feitos alguns ensaios e a "coisa" resultou com imagem de razoável qualidade, mas nada nos garante que vá funcionar em pleno no dia da inauguração.

Será utilizada a tecnologia FLASH, o sinal será transmitido via satélite pela TMN, e tudo dependerá das condições de transmissão e velocidade que este operador disponibilizar na altura, pois no Ninhou nem sempre são as melhores.
Iremos estar limitados a improvisadas câmeras fixas e sem mesa de mistura, mas estamos esperançados que tudo corra bem, apesar do amadorismo e falta de experiência marcarem forte presença.

O Núcleo Média Minde pede desculpas antecipadas por eventuais falhas, mas, para já, o que conta é a vontade e a intenção de que esta emissão experimental possa vir a ser o embrião de um interessante projecto.

No próximo dia 20 de Junho contamos transmitir a peça de teatro "O Pátio da Cantigas" directamente do Cine-Teatro Rogério Venâncio.
As emissões poderão ser vistas no site WWW.TV.MINDE.EU

Marta Menezes no Cine-Teatro São Pedro


O Cine-Teatro São Pedro apresenta, no próximo dia 6 de Maio (sábado), pelas 21:30h, um Recital de Piano com Marta Menezes, jovem pianista do concelho de Alcanena, natural de Minde.

Marta Menezes iniciou os seus estudos musicais no Conservatório de Música de Minde, onde foi aluna de Gabriela Capaz e Paulo Pacheco. Actualmente, encontra-se a frequentar o último ano da Licenciatura em Piano da Escola Superior de Música de Lisboa, na classe de Miguel Henriques.

Frequentou diversas masterclasses e cursos de aperfeiçoamento com os pianistas António Rosado, Álvaro Teixeira Lopes, José Eduardo Martins, Volker Banfield e Olga Prats, entre outros. Tem participado em diversos concursos em Portugal e no estrangeiro, tendo sido laureada no II Concurso Nacional de Ourém (2005), Concurso Internacional Scriabin (Paris – 2006), Concurso de Piano da Cidade de San Sebastien (2007), e 18º Concurso Internacional de Piano “Roma 2008”.

Apresenta-se regularmente em recital, a solo e em formações de câmara, tendo actuado em diversos locais, tais como: Auditório do Conservatório Jaime Chavinha, Auditório Municipal de Ourém, Teatro S. Luís, Palácio Foz, Centro Cultural de Belém e Escola Superior de Música de Lisboa.

Com uma duração aproximada de 60 minutos (sem intervalo), este espectáculo destina-se a maiores de 4 anos, sendo o preço dos bilhetes no valor de 5€ (preço único). As reservas poderão ser efectuadas através dos telefones 249 889 115 ou 249 889 010 (das 9:00h às 12:30h e das 14:00h às 17:30h), ou através do e-mail bilheteira@cine-teatro.alcanena.pt .
A não perder!

Vera Ferreira responde a 10 questões


Como colaboradora deste blog, a Dra. Vera Ferreira, licenciada em Línguas e Literaturas Modernas, enviou-nos, com o pedido de publicação, a resposta a 10 questões sobre a Piação do Ninhou, que lhe foram colocadas, via e-mail, pelo Snr. Eng. Vítor Coelho da Silva, editor do site Minderico.com.
São questões e respostas muito interessantes que nos ajundam a compreender melhor este nosso grande património cultural.

1 – Nas semanas que já leva de estadia em Minde, sente que continua o interesse pelo seu trabalho?

No conjunto estive cerca de 8 semanas em Minde e o que posso dizer é que o interesse pelo projecto de documentação do minderico não só se manteve como aumentou continuamente.

2 – Quantos alunos, jovens e adultos frequentam as aulas da Piação do Ninhou? Sente que os alunos memorizam rapidamente? Tem havido desistências?

Ao todo são cerca de 80-90 alunos, tendo este número vindo a aumentar com a continuação das aulas. Desistências não tem havido. As pessoas estão extremamente empenhadas na aprendizagem do minderico porque se consciencializaram da sua importância enquanto elemento de identificação social e cultural, além da riqueza patrimonial a ele associada.

Quanto às capacidades de memorização dos diversos alunos é difícil tecer generalizações nesse sentido dado que cada aluno é um aluno, com capacidades e especificidades cognitivas individuais. Seria acima de tudo errado relacionar uma memorização rápida com uma aprendizagem bem sucedida e eficaz. Mais importante que a memorização é a compreensão. O que posso constatar é que os alunos perceberam e dominaram rapidamente nas estruturas e construções do minderico e isso sim é um sinal de sucesso. Importa salientar também que a maioria dos alunos que frequentam as aulas são falantes passivos (alguns deles activos) do minderico. Por isso, não estamos perante aulas de aprendizagem de uma língua estrangeira mas de aulas para activar e pôr em prática um conhecimento passivo.

3 – Há muitos anos coligi o dicionário de Português para a Piação do Ninhou que, juntamente com trabalho idêntico realizado pelo Cid Manata Pires, deu origem ao anterior livro azul, tarefa coordenada pelo Prof. Abílio Martins. Nessa altura, se bem me lembro, haviam cerca de 1.000 vocábulos. Nas suas entrevistas e investigações, deu conta de existirem mais vocábulos, não registados em livro?

Sim, nas entrevistas e pesquisas que efectuei encontrei de facto muitos termos não documentados nos dicionários até agora existentes.

4 – Acha pertinente a criação (invenção) de novos vocábulos, para complementar os já existentes? Em caso afirmativo, quem deverão ser as pessoas a encetar esse trabalho?

Eu não lhe chamaria criação e muito menos invenção de novos vocábulos mas sim desenvolvimento natural da língua, tal como aconteceu com o português e todas as línguas do mundo. As línguas não surgem com um vocabulário fixo e determinado. A parte lexical de uma língua (e é assim que deveremos ver o minderico) está em constante evolução para uma melhor adaptação à realidade também ela em constante mudança. Para o desenvolvimento natural do léxico de que falava, as línguas têm vários “métodos” à sua disposição (empréstimo com ou sem adaptação fonética, tradução, metáfora, metonímia, etc.). Pensemos por exemplo no surgimento do lexema “internet” ou “computador” no português. Daí me parecer pouco científico falar-se de invenção. O próprio Vítor Silva refere num dos seus posts de 12/12/2001 no Portal Minderico que “Outros termos estão permanentemente a surgir, já que o Linguajar Típico de Minde, como aliás qualquer língua ou dialecto, está em constante evolução e adaptação” (http://www.minderico.com/minderico/artigo.asp?cod_artigo=123094).

O surgimento desses novos vocábulos aparece associado à utilização da língua no seu dia-a-dia, ou seja são os seus falantes que “determinam” o desenvolvimento lexical. Penso que seria incorrecto ter um grupo escolhido e específico de pessoas a decidir, ou aí seria melhor dizer “a inventar”, novos vocábulos porque isso significaria tirar a língua dos seus contextos naturais e colocá-la numa situação artificial, ou seja, isso significaria a imposição de algo vindo de fora sobre a própria língua. Quem “faz” a língua são os seus falantes, com as suas idiossincrasias.

Esse trabalho de desenvolvimento lexical tem sido interactivo e acima de tudo comunicativo como se pode constatar nas aulas de minderico, nas quais possíveis novos termos, ditados pela necessidade, são discutidos por todos sem nunca nos esquecermos das estruturas de base características do minderico. O que pude observar é que esses novos termos, consciente ou na maioria das vezes inconscientemente, seguem na íntegra as características tipológicas do minderico.

Neste sentido seria importante também uma certa reflexão acerca do surgimento do minderico: também aí não houve uma “comissão” que determinou que termos deveriam fazer parte do minderico. O minderico é caracterizado exactamente pela espontaneidade vocabular e essa deve ser preservada. Além disso, uma das características principais do minderico é a perífrase (a descrição). Dizer que o minderico não tem um lexema para o conceito x ou para y é de certa forma incorrecto ou uma observação muito agarrada ao português (neste caso), porque na verdade o minderico descreve o conceito x ou y por meio de perífrases (por exemplo “gambiar a do pinto lopes” = “escrever”), usando os lexemas que tem ao seu dispor; isso é comum em várias línguas do mundo. Para analisarmos e estudarmos o minderico temos de nos abstrair do português e não tê-lo sempre como “modelo” ou base argumentativa, isto porque o minderico é uma realidade linguística por si só.

A existência de comissões para determinação de vocábulos novos ou para “purificação” de vocábulos existentes é de facto uma realidade em algumas comunidades linguísticas (como na França por exemplo) mas a estas comissões está sempre associada uma determinada atitude política (nacional e linguística) de carácter purista e normativo que, na minha opinião, acaba por ser contraditória ao desenvolvimento natural da língua. Mais importante que isso é, para mim, a existência de uma comunidade de falantes com boa fluência na, conhecimento da e gosto pelo própria língua.

5 – Que critérios deverão ser usados?

Como já referi na pergunta anterior, penso que o surgimento de novos termos não deve ser forçado mas sim seguir um desenvolvimento natural. Neste sentido falar de critérios específicos torna-se contraditório. Porém, todas as línguas relevam determinadas tendências no desenvolvimento dos seus vocabulários e o mesmo acontece no minderico. Desta forma deve-se acima de tudo ter em conta essas tendências no minderico que se reflectem nas suas estruturas internas e nas suas características semânticas. Por exemplo o minderico no seu léxico recorre frequentemente ao uso de metáforas, metonímias de várias bases, perífrases, elipses, etc..

6 – Quais os critérios técnicos que levam a Drª Vera a considerar que a Piação do Ninhou é uma língua e não um mero calão?

Como já tive oportunidade de referir várias vezes, o minderico surgiu de facto como um sociolecto (mais vulgarmente designado por “calão”), ou seja, uma variedade linguística usada por um determinado grupo social. Porém, o minderico ultrapassou em muito as barreiras do que se designa por sociolecto ao tornar-se, numa perspectiva diacrónica, o meio de comunicação por excelência em Minde. Se inicialmente o minderico era usado apenas pelos produtores e vendedores de mantas e só no nas feiras, rapidamente passou a ser usado por todos os grupos sociais e profissionais da comunidade minderica e nos mais variados contextos de utilização, sendo inclusive transmitido de pais para filhos. Estas características afastam o minderico do conceito de “calão”.

Antes de me pronunciar acerca do conceito de língua ou, mais concretamente, à classificação do minderico enquanto língua, importa salientar que para não existem factores ou critérios pré-definidos, 100% infalíveis e usados para qualquer situação, mas sim e apenas tendências de acordo com o conhecimento que se tem das línguas do mundo. Além de que, considerar ou não uma variante linguística como uma língua é também (e acima de tudo) um acto político.

Vejamos por exemplo alguns dos factores que aproximam o minderico do conceito de língua:

a) o facto do minderico se ter desenvolvido no meio de comunicação por excelência dentro da comunidade minderica (e não apenas característica de um grupo específico);

b) a não inteligibilidade entre falantes de minderico e de português (é mais fácil para um falante de português entender o espanhol do que o minderico);

c) a identificação (socio-cultural) dos mindericos com o minderico;

d) a forma como a comunidade em geral e os falantes em particular perspectivam a variante que falam (como sendo diferente do português);

e) a transmissão geracional verificada pelo menos até aos anos 70 do século passado .

É nesta perspectiva (e não com base em conceitos como calão, dialecto e/ou sociolecto) que o minderico deve ser entendido, analisado e devidamente apoiado.

7 – Conseguiu já descobrir em que data (século) terá aparecido esta língua, quais os grupos sociais que lhe deram origem, quem a divulgou ao longo do tempo e o porquê de em meados do século passado ter caído em desuso?

Pelas fontes que tive oportunidade de investigar até ao momento (apesar de ter consciência do trabalho que ainda tem de ser feito), os primeiros registos escritos (em minderico ou sobre o minderico) remontam aos finais do século XVII / inícios do século XVIII; o que não significa que o minderico tenha surgido nesse período. Refiro-me apenas aos registos escritos. Neste momento estou a efectuar um estudo para tentar datar e reconstruir o mais detalhadamente possível o que se poderia chamar o “proto-minderico”.

De uma forma bastante simplista e reducionista, podemos dizer que com o aumento da popularidade das mantas mindericas no século XVI e o consequente aumento da actividade têxtil, os mindericos começaram a frequentar feiras e mercados por todo o país com um grande espírito corporativista. Para protegerem e defenderem o seu negócio e tirarem mais proveito das comercializações, os cardadores e os comerciantes de Minde começaram a usar o minderico entre si para inteligivelmente discutirem perante estranhos o seu negócio. O minderico era, portanto uma espécie de “língua de defesa” como afirma Abílio Martins. Na sua fase embrionária, o vocabulário do Minderico, presumivelmente baseado em algum substrato arcaico regional, tinha vários lexemas para dinheiro e muitos termos do domínio da produção têxtil. Isto explica-se pelo facto do Minderico, nesta fase, ser essencialmente a linguagem de um grupo sócio-económico específico.

Depois desta fase inicial, e com muita criatividade por parte dos seus falantes, o minderico enriqueceu o seu vocabulário gradualmente. Com o aumento do vocabulário, o minderico alarga também os seus contextos de aplicação, começando a ser usado não só por razões comerciais/de secretismo mas também em contextos da vida social diária. Consequentemente, a comunidade de falantes aumentou e o minderico torna-se um elemento de união e identificação. A partir deste momento, começa a ser usado por todos os grupos sociais, transformando-se na linguagem do quotidiano em Minde, usada em todos os contextos sociais, económicos, culturais e políticos. Além disso, o isolamento geográfico de Minde (a vila situa-se num vale, rodeado pela Serra de Santo António e a Serra dos Candeeiros) foi também um factor importante para o uso e preservação desta variedade linguística única, uma vez que o contacto com as vilas vizinhas era praticamente inexistente.

Penso que não poderemos nem devemos falar de divulgadores do minderico em sentido individual e restrito. Pelo que referi anteriormente, essa divulgação foi conseguida essencialmente pelos seus falantes porque são eles que dão vida a qualquer língua. Não podemos esquecer também a importância que os vários glossários compilados ao longo destes anos tiveram para essa divulgação. Porém, esses são apenas elementos acessórios.

Infelizmente o minderico caiu em desuso, não tanto em meados do século passado mas mais por volta dos anos 70 do século passado. Há vários factores que contribuíram para esse desuso, factores esses que também encontramos noutras comunidades onde existem línguas minoritárias e ameaçadas, como por exemplo:

1) A influência avassaladora do português como língua oficial do ensino, dos media, das instituições publicas;

2) A visão negativa do minderico proveniente de epítetos e classificações como “calão”, maioritariamente impostas de fora, que inconscientemente influenciam a forma como os próprios falantes vêem e vivem a sua língua (uma língua de um grupo sem formação, de certa forma estigmatizado; uma língua apenas associada ao passado, vista como não tendo futuro e que não se adapta às novas realidades – ou seja, uma língua que aparentemente não nos dá vantagens no mercado de trabalho e, por isso, deixou de ser passada aos filhos);

3) Agregado a 2) temos também a perda de identidade comunitária como resultado da constante e intensiva globalização;

4) A falta de ensino acompanhado, didacticamente preparado do minderico nas escolas;

5) O declínio económico de Minde e o êxodo dos seus habitantes para locais fora de Minde onde não se fala o minderico.

Isto para referir apenas alguns desses factores que me parecem mais preponderantes.

8 – O Ministério da Educação está informado do seu trabalho? Se sim, quais os apoios que estão a ser prestados?

O trabalho que tenho estado a desenvolver com o minderico enquadra-se, como já várias vezes salientei, no programa de documentação de línguas ameaçadas da Fundação Volkswagen. Sendo um trabalho de documentação de um património linguístico o objectivo principal é, como tal, a documentação (e não a educação) – a criação de um corpus que mostre no futuro, ao público em geral e à comunidade linguística em particular, o que é o minderico. Nesta fase não seria de esperar qualquer envolvimento do Ministério da Educação. Na fase de revitalização que advém de um projecto desta natureza, e que já iniciei por iniciativa própria, serão feitas as exposições necessárias ao Ministério da Educação e aí esperar-se-á não só o envolvimento mas também o apoio do mesmo. Esse apoio provavelmente só será conseguido mostrando que o minderico é património linguístico nacional e que tem de ser preservado. Para isso é preciso o trabalho e empenho total de todos os falantes “piando à modeia pra diante entre si e com os seus terraios”.

9- Quando termina esta sua primeira estadia em Minde. Quando voltará novamente?

A minha estadia terminou no final de Abril de 2009 mas voltarei de novo a Minde, para a segunda fase de trabalho de campo, em Setembro de 2009.

10 – Na sua ausência, continuarão as aulas da Piação?

Sim, as aulas continuaram com o senhor Carlos Amoroso que, além da sua dedicação pessoal ao minderico, tem dado todo o apoio a este projecto.

Vera Ferreira