21 outubro, 2009

Mais um moinho da fonte sobre a piação!


Alé carranchanos,
como jordam?
E como jordam os passos no Ninhou? Na Terruja das Babosas o arrepia jorda ancho pra diante, até já se miranta brancana. Neste zegrega jordo-vos o parreiral da tece-tece do bruxo do cafeportugal.net onde foi gambiado a do pinto lopes um moinho da fonte sobre a vossa piação. Soletrem e gambiem a do pinto lopes os vossos ambroseios:
http://cafeportugal.net/pages/iniciativa_artigo.aspx?id=1280

Piei e gambiei a do pinto lopes à covana que engenha no cafeportugal.net que a piação não é nem linguajar nem calão mas josé grego a covana gambia a do pinto lopes no parreiral do tece-tece do bruxo que a piação é linguajar e calão. Nós piamos piamos mas as caçoas e os mirantes dos covanos dos planetários devem jordar embutidos de mari-joaquina sagalha! Colando isso, o moinho da fonte até jorda cópio e gambia a sua patente para jordar a piação terrantezmente aos mirantes dos covanos do pai da vida e isso é cópio para o engenho de todos vós.

Um chocho da carranchana que é vila franca de rejordar ao Ninhou à bia!
Vera


Minderico - Em Minde ainda se ouve a «Piação dos Charales do Ninhou»

A antiga linguagem dos mercadores de colchas sobrevive ainda hoje por terras de Minde, concelho de Alcanena. Não se sabe quantas pessoas continuam a linguajar a «Piação dos Charales do Ninhou».

Certo é que termos actuais como televisão já entraram para o vocabulário de uma variedade linguística que teima em não querer morrer e que conta com defensores acérrimos.
Que o digam Vera Ferreira e Alzira Roque Gameiro, as nossas duas interlocutoras.
Carla Santos; Fotos - Minde Online domingo, 18 de Outubro de 2009

O Centro Cultural Roque Gameiro em Minde, no concelho de Alcanena, situa-se numa pacata praça. Desde o edifício, protegido pelas sombras generosas de um jardim, ouve-se uma lingua diferente. Numa sala os alunos da Professora Vera Ferreira aprendem o calão minderico, ou a «Piação dos Charales do Ninhou». A variedade linguística de Minde tem as primeiras referências escritas pelo final do século XVII, início do século VXIII. A professora e investigadora Vera Ferreira explica, contudo, que não significa que o minderico tenha obrigatoriamente surgido nesse período.

Vera Ferreira recua na história local e encontra uma explicação para o aparecimento da «Piação dos Charales do Ninhou». A investigadora fala de uma «língua de defesa» e atribui o surgimento do minderico «ao aumento da popularidade das mantas mindericas no século XVI e o consequente aumento da actividade têxtil. Os mindericos começaram a frequentar feiras e mercados por todo o país com um grande espírito corporativista. Para protegerem e defenderem o seu negócio e tirarem mais proveito das transacções, os cardadores e os comerciantes de Minde começaram a usar o minderico». Ou seja, na génese o minderico era uma construção de palavras e expressões que permitiam aos membros da comunidade falar entre si sem darem a conhecer o significado dessa comunicação a outros, os de fora. Com o tempo o minderico acaba por extravasar o âmbito corporativista, alargando-se a toda a comunidade.

Alzira Roque Gameiro directora do Museu de Aguarela Roque Gameiro é outra apaixonada pelo minderico e frequentadora assídua das aulas. É com entusiasmo que afirma percebê-lo cada vez melhor. «Começou como uma linguagem aberta apenas a um determinado grupo social. A partir daí foi enriquecendo de tal maneira que hoje o minderico não se limita só aos termos relacionados com o comércio, permitindo alimentar qualquer tipo de conversa» explica a aluna que fala minderico desde criança. Uma vez por semana os perto de 90 alunos, de proveniência muito heterogénea e com idades entre os seis e os 60 anos, sentam-se nas cadeiras para assistir à «Piação dos Charales do Ninhou». As aulas fazem parte de um projecto que nasceu bem longe, na Universidade de Regensburg, inserido no Programa de Documentação de Línguas Ameaçadas (DoBeS). O projecto de documentação e revitalização do minderico é apoiado financeiramente pela Fundação Volkswagen. As aulas arrancaram pela primeira vez no Centro Cultural Roque Gameiro em Março de 2009.
Vera Ferreira recorda o dia que teve contacto com esta variedade linguística. «O meu pai (Bauduíno de Sousa Ferreira), corria o ano 2000, recebeu de um colega, na Batalha, um pequeno dicionário com alguns vocábulos de minderico» este pequeno livro com estranhos vocábulos viria a conduzir a professora ao misterioso mundo do minderico. «Foi esse livrinho que há quase uma década atrás veio despertar todo o meu interesse pelo minderico bem como o vontade de o estudar a outros níveis» acrescenta.

Como se manteve vivo o minderico até aos dias de hoje? Vera Ferreira atribui a preservação da variedade linguística ao isolamento geográfico de Minde. A freguesia situa-se num vale rodeado pela Serra de Santo António e a Serra dos Candeeiros. O contacto com as vilas vizinhas era praticamente inexistente. Neste momento é difícil estimar de forma clara do número actual de falantes.

Certo é que o minderico é uma variedade linguística muito ligada à terra onde nasceu e à associação de lugares, história local e costumes. A directora do Museu de Aguarela Roque Gameiro é peremptória ao afirmar que «se não encontrarmos a palavras o poder criativo leva-nos a rodeá-la com outras imagens da própria terra». Alzira Roque Gameiro exemplifica dizendo que «televisão em minderico diz-se «figurona do Mindinho» porque Minde fica rodeado de superfícies elevadas, e uma das antenas de televisão está num sítio muito rochoso que se chama mindinho. A antena tem um ar de dominar todo o espaço, que faz figura de gente grande e daí figurona do Mindinho», conclui com satisfação.Já agora, um «Zé Pedro» é um bigode, um «terraizinho» é uma criança. Se for um «terraizinho judaico», é o Menino Jesus. Já uma «alexandrina» é uma fotografia e um «carranchano», um amigo. E, se alguém tocar um «renhomnhom», está a toca uma gaita-de-foles. (Ver PORTAL sobre o Minderico )
Publicado em "CAFÉ PORTUGAL"

9 comentários:

Vera Ferreira disse...

Pelo que já se pode ler no site "Café Portugal", há senhores a quem o conceito de língua aplicado ao minderico os incomoda muito. Apelo que deixem também a vossa opinião, acima de tudo enquanto falantes do minderico. Defendam o que é vosso e que outros apenas "criticam" por total DESCONHECIMENTO.

Eu já deixei a minha!

Chochos da carranchana
Vera

vmcs disse...

É muito estranho ainda não ter aparecido aqui ninguém a solidarizar-se com o Carlos Amoroso.

Muito estranho, mesmo!

Vítor

Vera Ferreira disse...

O Carlos Amoroso, a quem estimo muito enquanto pessoa e amigo, tomou a decisão que deveria tomar por motivos de saúde, tal como me comunicou atempadamente. Que maior solidaridariedade se pode mostrar por um amigo e colega de trabalho que não o apoio TOTAL e votos de rápidas melhoras? Isso não é preciso ser feito publicamente, só porque parece bem, mas sim nos actos diários - aqueles que muitos têm dificuldade em ver!

Cumprimentos
Vera

Vera Ferreira disse...

só gostaria ainda de acrescentar um ponto para, desde já, esclarecer possíveis dúvidas: o Carlos continua a trabalhar comigo de forma directa e activa, apoiando-me a 100% neste projecto de documentação e revitalização do minderico, língua que lhe é tão querida.

Vera

Carlos Amoroso disse...

Não morreu ninguém smplesmente decidi parar com as asulas por diversos motivos sendo o mais forte o agravamento do meu estado de saúde. Não pretendo criar guerras entre as pessoas pois esse nunca foi nem será o meu objectivo, Quanto ao apoio à Drª Vera 100%. Peço toda a gente que a apoio fortemente, pois esta trabalha mito em prol desta terra que tanto amamos. Tudo pcor Minde nada contra Minde. Vamos apoiar conforme pudermos.

Carlos Amoroso

amigo do lobo disse...

As melhoras e continue a apoiar este projecto. Todos os Mindericos o terão em alta estima, mesmo que por vezes pareçam não estar agradecidos ou ser excessivamente exigentes ou críticos. É a maneira de ser da terra. Se não fosse assim, nunca uma terra encalhada entre 2 serras e com apenas 2.200 habitantes tinha a força e o impacto sócio-económico (agora menos), cultural e até político que Minde tem e teve.
Por vezes, somos tão exigentes que tendemos a não reparar que certas características que passam despercebidas ou que até são tidas como defeitos ou excessos, são a nossa maior força.
Parabéns pelo projecto.

PM disse...

Caro Carranchano Carlos,
A tua decisão é soberana, mas, pessoalmente, espero que este PONTO FINAL seja apenas uma VÍRGULA, umas RETICÊNCIAS, ou, quanto muito, um PONTO DE INTERROGAÇÃO.
A tua saúde está, e estará, sempre em primeiro lugar, mas espero que muito em breve possas retomar as tuas funções de Grande Mestre e Touquim da Piação do Ninhou.
Quanto ao DR e às bocas e contra-bocas de certas pessoas, o melhor será sempre fazeres orelhas moucas e responder como me costumas responder a mim: - Hã? Ouvi à primeira, mas....

Tu és o MAIOR na Piação do Ninhou!!! (tanto em tamanho como em conhecimento)
Um Cruzeiro, e espero ver-te no Aniversário da Banda.
PM

vmcs disse...

Bom dia

Era suposto haver aqui muito mais declarações de apreço pelo Carlos Amoroso. Quer de DRs quer de não DRs.

Quanto à Drª Vera Ferreira, não se preocupe porque não era para si a pergunta colocada no Portal Minderico.

Aconselho a Drª Vera Ferreira a estar atenta no final da redacção do seu trabalho sobre a Língua Minderica, não vá dar-se o caso de no documento aparecerem outras assinaturas, que não a sua.

Quanto aos DRs da declaração do Carlos Amoroso, as "coisas" explicar-se-ão por si.

Felicidades para a Drª Vera Ferreira e que seja frutuosa a colaboração entre si e o Carlos Amoroso.

Um abraço para ambos.

Vítor

Vera Ferreira disse...

Obrigada sr. Vítor pelo seu conselho de amigo mas quanto a isso não se preocupe porque neste tipo de projectos também não será directamente a minha assinatura a aparecer.

Cumprimentos
Vera Ferreira