Alé carranchanos,
como jordam?
E como jordam os passos no Ninhou? Na Terruja das Babosas o arrepia jorda ancho pra diante, até já se miranta brancana. Neste zegrega jordo-vos o parreiral da tece-tece do bruxo do cafeportugal.net onde foi gambiado a do pinto lopes um moinho da fonte sobre a vossa piação. Soletrem e gambiem a do pinto lopes os vossos ambroseios:
http://cafeportugal.net/pages/iniciativa_artigo.aspx?id=1280
Piei e gambiei a do pinto lopes à covana que engenha no cafeportugal.net que a piação não é nem linguajar nem calão mas josé grego a covana gambia a do pinto lopes no parreiral do tece-tece do bruxo que a piação é linguajar e calão. Nós piamos piamos mas as caçoas e os mirantes dos covanos dos planetários devem jordar embutidos de mari-joaquina sagalha! Colando isso, o moinho da fonte até jorda cópio e gambia a sua patente para jordar a piação terrantezmente aos mirantes dos covanos do pai da vida e isso é cópio para o engenho de todos vós.
Um chocho da carranchana que é vila franca de rejordar ao Ninhou à bia!
Vera
Minderico - Em Minde ainda se ouve a «Piação dos Charales do Ninhou»
A antiga linguagem dos mercadores de colchas sobrevive ainda hoje por terras de Minde, concelho de Alcanena. Não se sabe quantas pessoas continuam a linguajar a «Piação dos Charales do Ninhou».
Certo é que termos actuais como televisão já entraram para o vocabulário de uma variedade linguística que teima em não querer morrer e que conta com defensores acérrimos.
Que o digam Vera Ferreira e Alzira Roque Gameiro, as nossas duas interlocutoras.
Carla Santos; Fotos - Minde Online domingo, 18 de Outubro de 2009
O Centro Cultural Roque Gameiro em Minde, no concelho de Alcanena, situa-se numa pacata praça. Desde o edifício, protegido pelas sombras generosas de um jardim, ouve-se uma lingua diferente. Numa sala os alunos da Professora Vera Ferreira aprendem o calão minderico, ou a «Piação dos Charales do Ninhou». A variedade linguística de Minde tem as primeiras referências escritas pelo final do século XVII, início do século VXIII. A professora e investigadora Vera Ferreira explica, contudo, que não significa que o minderico tenha obrigatoriamente surgido nesse período.
Vera Ferreira recua na história local e encontra uma explicação para o aparecimento da «Piação dos Charales do Ninhou». A investigadora fala de uma «língua de defesa» e atribui o surgimento do minderico «ao aumento da popularidade das mantas mindericas no século XVI e o consequente aumento da actividade têxtil. Os mindericos começaram a frequentar feiras e mercados por todo o país com um grande espírito corporativista. Para protegerem e defenderem o seu negócio e tirarem mais proveito das transacções, os cardadores e os comerciantes de Minde começaram a usar o minderico». Ou seja, na génese o minderico era uma construção de palavras e expressões que permitiam aos membros da comunidade falar entre si sem darem a conhecer o significado dessa comunicação a outros, os de fora. Com o tempo o minderico acaba por extravasar o âmbito corporativista, alargando-se a toda a comunidade.
Alzira Roque Gameiro directora do Museu de Aguarela Roque Gameiro é outra apaixonada pelo minderico e frequentadora assídua das aulas. É com entusiasmo que afirma percebê-lo cada vez melhor. «Começou como uma linguagem aberta apenas a um determinado grupo social. A partir daí foi enriquecendo de tal maneira que hoje o minderico não se limita só aos termos relacionados com o comércio, permitindo alimentar qualquer tipo de conversa» explica a aluna que fala minderico desde criança. Uma vez por semana os perto de 90 alunos, de proveniência muito heterogénea e com idades entre os seis e os 60 anos, sentam-se nas cadeiras para assistir à «Piação dos Charales do Ninhou». As aulas fazem parte de um projecto que nasceu bem longe, na Universidade de Regensburg, inserido no Programa de Documentação de Línguas Ameaçadas (DoBeS). O projecto de documentação e revitalização do minderico é apoiado financeiramente pela Fundação Volkswagen. As aulas arrancaram pela primeira vez no Centro Cultural Roque Gameiro em Março de 2009.
Vera Ferreira recorda o dia que teve contacto com esta variedade linguística. «O meu pai (Bauduíno de Sousa Ferreira), corria o ano 2000, recebeu de um colega, na Batalha, um pequeno dicionário com alguns vocábulos de minderico» este pequeno livro com estranhos vocábulos viria a conduzir a professora ao misterioso mundo do minderico. «Foi esse livrinho que há quase uma década atrás veio despertar todo o meu interesse pelo minderico bem como o vontade de o estudar a outros níveis» acrescenta.
Como se manteve vivo o minderico até aos dias de hoje? Vera Ferreira atribui a preservação da variedade linguística ao isolamento geográfico de Minde. A freguesia situa-se num vale rodeado pela Serra de Santo António e a Serra dos Candeeiros. O contacto com as vilas vizinhas era praticamente inexistente. Neste momento é difícil estimar de forma clara do número actual de falantes.
Certo é que o minderico é uma variedade linguística muito ligada à terra onde nasceu e à associação de lugares, história local e costumes. A directora do Museu de Aguarela Roque Gameiro é peremptória ao afirmar que «se não encontrarmos a palavras o poder criativo leva-nos a rodeá-la com outras imagens da própria terra». Alzira Roque Gameiro exemplifica dizendo que «televisão em minderico diz-se «figurona do Mindinho» porque Minde fica rodeado de superfícies elevadas, e uma das antenas de televisão está num sítio muito rochoso que se chama mindinho. A antena tem um ar de dominar todo o espaço, que faz figura de gente grande e daí figurona do Mindinho», conclui com satisfação.Já agora, um «Zé Pedro» é um bigode, um «terraizinho» é uma criança. Se for um «terraizinho judaico», é o Menino Jesus. Já uma «alexandrina» é uma fotografia e um «carranchano», um amigo. E, se alguém tocar um «renhomnhom», está a toca uma gaita-de-foles. (Ver PORTAL sobre o Minderico )
Publicado em "CAFÉ PORTUGAL"
como jordam?
E como jordam os passos no Ninhou? Na Terruja das Babosas o arrepia jorda ancho pra diante, até já se miranta brancana. Neste zegrega jordo-vos o parreiral da tece-tece do bruxo do cafeportugal.net onde foi gambiado a do pinto lopes um moinho da fonte sobre a vossa piação. Soletrem e gambiem a do pinto lopes os vossos ambroseios:
http://cafeportugal.net/pages/iniciativa_artigo.aspx?id=1280
Piei e gambiei a do pinto lopes à covana que engenha no cafeportugal.net que a piação não é nem linguajar nem calão mas josé grego a covana gambia a do pinto lopes no parreiral do tece-tece do bruxo que a piação é linguajar e calão. Nós piamos piamos mas as caçoas e os mirantes dos covanos dos planetários devem jordar embutidos de mari-joaquina sagalha! Colando isso, o moinho da fonte até jorda cópio e gambia a sua patente para jordar a piação terrantezmente aos mirantes dos covanos do pai da vida e isso é cópio para o engenho de todos vós.
Um chocho da carranchana que é vila franca de rejordar ao Ninhou à bia!
Vera
Minderico - Em Minde ainda se ouve a «Piação dos Charales do Ninhou»
A antiga linguagem dos mercadores de colchas sobrevive ainda hoje por terras de Minde, concelho de Alcanena. Não se sabe quantas pessoas continuam a linguajar a «Piação dos Charales do Ninhou».
Certo é que termos actuais como televisão já entraram para o vocabulário de uma variedade linguística que teima em não querer morrer e que conta com defensores acérrimos.
Que o digam Vera Ferreira e Alzira Roque Gameiro, as nossas duas interlocutoras.
Carla Santos; Fotos - Minde Online domingo, 18 de Outubro de 2009
O Centro Cultural Roque Gameiro em Minde, no concelho de Alcanena, situa-se numa pacata praça. Desde o edifício, protegido pelas sombras generosas de um jardim, ouve-se uma lingua diferente. Numa sala os alunos da Professora Vera Ferreira aprendem o calão minderico, ou a «Piação dos Charales do Ninhou». A variedade linguística de Minde tem as primeiras referências escritas pelo final do século XVII, início do século VXIII. A professora e investigadora Vera Ferreira explica, contudo, que não significa que o minderico tenha obrigatoriamente surgido nesse período.
Vera Ferreira recua na história local e encontra uma explicação para o aparecimento da «Piação dos Charales do Ninhou». A investigadora fala de uma «língua de defesa» e atribui o surgimento do minderico «ao aumento da popularidade das mantas mindericas no século XVI e o consequente aumento da actividade têxtil. Os mindericos começaram a frequentar feiras e mercados por todo o país com um grande espírito corporativista. Para protegerem e defenderem o seu negócio e tirarem mais proveito das transacções, os cardadores e os comerciantes de Minde começaram a usar o minderico». Ou seja, na génese o minderico era uma construção de palavras e expressões que permitiam aos membros da comunidade falar entre si sem darem a conhecer o significado dessa comunicação a outros, os de fora. Com o tempo o minderico acaba por extravasar o âmbito corporativista, alargando-se a toda a comunidade.
Alzira Roque Gameiro directora do Museu de Aguarela Roque Gameiro é outra apaixonada pelo minderico e frequentadora assídua das aulas. É com entusiasmo que afirma percebê-lo cada vez melhor. «Começou como uma linguagem aberta apenas a um determinado grupo social. A partir daí foi enriquecendo de tal maneira que hoje o minderico não se limita só aos termos relacionados com o comércio, permitindo alimentar qualquer tipo de conversa» explica a aluna que fala minderico desde criança. Uma vez por semana os perto de 90 alunos, de proveniência muito heterogénea e com idades entre os seis e os 60 anos, sentam-se nas cadeiras para assistir à «Piação dos Charales do Ninhou». As aulas fazem parte de um projecto que nasceu bem longe, na Universidade de Regensburg, inserido no Programa de Documentação de Línguas Ameaçadas (DoBeS). O projecto de documentação e revitalização do minderico é apoiado financeiramente pela Fundação Volkswagen. As aulas arrancaram pela primeira vez no Centro Cultural Roque Gameiro em Março de 2009.
Vera Ferreira recorda o dia que teve contacto com esta variedade linguística. «O meu pai (Bauduíno de Sousa Ferreira), corria o ano 2000, recebeu de um colega, na Batalha, um pequeno dicionário com alguns vocábulos de minderico» este pequeno livro com estranhos vocábulos viria a conduzir a professora ao misterioso mundo do minderico. «Foi esse livrinho que há quase uma década atrás veio despertar todo o meu interesse pelo minderico bem como o vontade de o estudar a outros níveis» acrescenta.
Como se manteve vivo o minderico até aos dias de hoje? Vera Ferreira atribui a preservação da variedade linguística ao isolamento geográfico de Minde. A freguesia situa-se num vale rodeado pela Serra de Santo António e a Serra dos Candeeiros. O contacto com as vilas vizinhas era praticamente inexistente. Neste momento é difícil estimar de forma clara do número actual de falantes.
Certo é que o minderico é uma variedade linguística muito ligada à terra onde nasceu e à associação de lugares, história local e costumes. A directora do Museu de Aguarela Roque Gameiro é peremptória ao afirmar que «se não encontrarmos a palavras o poder criativo leva-nos a rodeá-la com outras imagens da própria terra». Alzira Roque Gameiro exemplifica dizendo que «televisão em minderico diz-se «figurona do Mindinho» porque Minde fica rodeado de superfícies elevadas, e uma das antenas de televisão está num sítio muito rochoso que se chama mindinho. A antena tem um ar de dominar todo o espaço, que faz figura de gente grande e daí figurona do Mindinho», conclui com satisfação.Já agora, um «Zé Pedro» é um bigode, um «terraizinho» é uma criança. Se for um «terraizinho judaico», é o Menino Jesus. Já uma «alexandrina» é uma fotografia e um «carranchano», um amigo. E, se alguém tocar um «renhomnhom», está a toca uma gaita-de-foles. (Ver PORTAL sobre o Minderico )
Publicado em "CAFÉ PORTUGAL"
9 comentários:
Pelo que já se pode ler no site "Café Portugal", há senhores a quem o conceito de língua aplicado ao minderico os incomoda muito. Apelo que deixem também a vossa opinião, acima de tudo enquanto falantes do minderico. Defendam o que é vosso e que outros apenas "criticam" por total DESCONHECIMENTO.
Eu já deixei a minha!
Chochos da carranchana
Vera
É muito estranho ainda não ter aparecido aqui ninguém a solidarizar-se com o Carlos Amoroso.
Muito estranho, mesmo!
Vítor
O Carlos Amoroso, a quem estimo muito enquanto pessoa e amigo, tomou a decisão que deveria tomar por motivos de saúde, tal como me comunicou atempadamente. Que maior solidaridariedade se pode mostrar por um amigo e colega de trabalho que não o apoio TOTAL e votos de rápidas melhoras? Isso não é preciso ser feito publicamente, só porque parece bem, mas sim nos actos diários - aqueles que muitos têm dificuldade em ver!
Cumprimentos
Vera
só gostaria ainda de acrescentar um ponto para, desde já, esclarecer possíveis dúvidas: o Carlos continua a trabalhar comigo de forma directa e activa, apoiando-me a 100% neste projecto de documentação e revitalização do minderico, língua que lhe é tão querida.
Vera
Não morreu ninguém smplesmente decidi parar com as asulas por diversos motivos sendo o mais forte o agravamento do meu estado de saúde. Não pretendo criar guerras entre as pessoas pois esse nunca foi nem será o meu objectivo, Quanto ao apoio à Drª Vera 100%. Peço toda a gente que a apoio fortemente, pois esta trabalha mito em prol desta terra que tanto amamos. Tudo pcor Minde nada contra Minde. Vamos apoiar conforme pudermos.
Carlos Amoroso
As melhoras e continue a apoiar este projecto. Todos os Mindericos o terão em alta estima, mesmo que por vezes pareçam não estar agradecidos ou ser excessivamente exigentes ou críticos. É a maneira de ser da terra. Se não fosse assim, nunca uma terra encalhada entre 2 serras e com apenas 2.200 habitantes tinha a força e o impacto sócio-económico (agora menos), cultural e até político que Minde tem e teve.
Por vezes, somos tão exigentes que tendemos a não reparar que certas características que passam despercebidas ou que até são tidas como defeitos ou excessos, são a nossa maior força.
Parabéns pelo projecto.
Caro Carranchano Carlos,
A tua decisão é soberana, mas, pessoalmente, espero que este PONTO FINAL seja apenas uma VÍRGULA, umas RETICÊNCIAS, ou, quanto muito, um PONTO DE INTERROGAÇÃO.
A tua saúde está, e estará, sempre em primeiro lugar, mas espero que muito em breve possas retomar as tuas funções de Grande Mestre e Touquim da Piação do Ninhou.
Quanto ao DR e às bocas e contra-bocas de certas pessoas, o melhor será sempre fazeres orelhas moucas e responder como me costumas responder a mim: - Hã? Ouvi à primeira, mas....
Tu és o MAIOR na Piação do Ninhou!!! (tanto em tamanho como em conhecimento)
Um Cruzeiro, e espero ver-te no Aniversário da Banda.
PM
Bom dia
Era suposto haver aqui muito mais declarações de apreço pelo Carlos Amoroso. Quer de DRs quer de não DRs.
Quanto à Drª Vera Ferreira, não se preocupe porque não era para si a pergunta colocada no Portal Minderico.
Aconselho a Drª Vera Ferreira a estar atenta no final da redacção do seu trabalho sobre a Língua Minderica, não vá dar-se o caso de no documento aparecerem outras assinaturas, que não a sua.
Quanto aos DRs da declaração do Carlos Amoroso, as "coisas" explicar-se-ão por si.
Felicidades para a Drª Vera Ferreira e que seja frutuosa a colaboração entre si e o Carlos Amoroso.
Um abraço para ambos.
Vítor
Obrigada sr. Vítor pelo seu conselho de amigo mas quanto a isso não se preocupe porque neste tipo de projectos também não será directamente a minha assinatura a aparecer.
Cumprimentos
Vera Ferreira
Enviar um comentário