Saída pela porta pequena

Ao fim de mais duas décadas instalado na Câmara Municipal de Alcanena, das quais uma como presidente, Luis Azevedo acaba por sair pela porta pequena, e, por mim, nunca lá devia ter entrado.

Considerado por muitos discípulos como um dinossauro e mentor do movimento ICA, este ex-socialista, foi, na opinião de muitos, o grande coveiro do Concelho de Alcanena da última década.
Bom orador e exímio na arte de ganhar eleições através de artifícios que nada têm a ver com competência, conseguiu erguer um movimento político com base no compadrio e na ilusão dos menos informados, e cujo fim se anuncia com a retirada do seu mentor.

Para mim, este senhor, que nem é do concelho de Alcanena, não passou de um malabirista que apenas se serviu do cargo que ocupou em proveito de carreira pessoal e que nada de positivo trouxe à gestão do nosso concelho. Pelo contrário, transformou um concelho próspero num concelho brutalmente endividado, em profunda decadência onde prolifera uma gestão desastrosa repleta de obras de fachada de qualidade duvidosa e rentabilidade nula.

Considero-o um gestor medíocre (e estou a ser generoso), sem palavra, que nas últimas eleições enganou o eleitorado apresentando como nº. 2 um candidato de Minde, sendo que após a vitória e na hora da verdade, foi outro que assumiu funções de vice.

Já há 4 anos atrás, numa carta aberta publicada no Jornal de Minde, o rotulei de anti-democrata e acusei de proteccionista do seu restrito clube de eleitores. Na altura não houve censura como o tem tentado fazer nas demais diversas ocasiões, pressionando e intimidando quem não tem opinião convergente com a sua.

Até na hora de despedida acaba de sair sem qualquer dignidade ou postura. Há quase um ano que prepara a sua substituição pelo herdeiro político, demitindo-se de toda a representatividade pública, mas esquecendo-se, como foi sempre seu apanágio, que as eleições se resolvem por sulfrágio, e não por sucessão.

A deselegância e falta de respeito que demostrou pelo povo de Minde (que foi quem o colocou no poder) foi demais evidente ao não ter tido a coragem de vir a Minde apresentar aquilo que sempre prometeu, ou seja o projecto para as sedes das colectividades.
Talvez por não acreditar no mesmo, talvez por não acreditar e "admita ter dúvidas quanto à capacidade dos seus sucessores para continuarem a sua obra" como recentemente confessou ao site Tinta Fresca aquando da inauguração do Museu Roque Gameiro, ou, simplesmente por desprezo para com os Mindericos.

Desejo-lho saúde e que goze a sua reforma, mas por favor, não interfira mais com o Concelho de Alcanena.
PS: Perdoem-me estas rudes palavras na hora da saída, mas o Sr. Azevedo sabe que há muito elas me estavam atravessadas, e que até fui um pouco condescendente.