Muito actual e bastante pertinente é o artigo que o Prof. Abílio Martins publicou na última edição do Jornal de Minde. Por vezes o "pavoneio" e estupidez de quem nos governa é tão evidente que...
"Valha-lhes Santo Ildefonso, que é o advogado dos patetas."
Vamos a ver se nos entendemos
Afirmação negativa
Habitamos um país de pavões onde se leva a vida a fazer de conta sem se cuidar de deitar contas à vida.
Cada centímetro do troço do metro do Terreiro do Paço, recentemente inaugurado custou 294 contos.
Assim se mostra o pavoneio de quem nos governa, sem ter em conta a realidade do país por inteiro que, apesar desta febre de fi gurar no Guiness por grandes feitos, nunca mais perde o estatuto de ser o mais pobre da Europa dos primeiros quinze .
Mas vamos ao assunto que hoje me trouxe aqui.
Uma das maneiras com que os pequenos gostam de se afirmar é impor obstáculos ou dificuldades a quem pensam que se julga mais que eles.
É o que acontece, por exemplo, em pequenas povoações com a marcação de passadeiras para peões, como o caso dum lugar não muito longe daqui onde foram marcadas onze zebras, devidamente sinalizadas, quando o movimento de pessoas na rua é diminuto, sendo raro e bem visível o trânsito automóvel.
É o que se vê por aí com muita frequência com a aplicação de lombas no pavimento das estradas, autênticos e indiscriminados insultos à educação cívica de quem cumpre e não cumpre o código, e ao mesmo tempo graves atentados contra a integridade física dos veículos e a comodidade dos
seus ocupantes, que podem muito bem ter sérios problemas de saúde, como é o caso dos doentes transportados em ambulâncias.
É o que se vê no vizinho lugar do Bairro onde foi instalado um sistema de semáforos composto por vinte postes, num cruzamento sem movimento que o justifique, quando dois ou três sinais de prioridade de passagem resolviam perfeitamente a situação. Isto porque uma das vias ali convergentes dá acesso à casa de um autarca com algum peso, (É por estas e por outras que certas Câmaras ultrapassam os limites de endividamento, numa clara demonstração de má gestão dos dinheiros públicos)
E quem é que não viu já a propositada lentidão de certas pessoas nas passadeiras para peões, como uma manifestação de superioridade sobre quem circula de carro?
E quantas vezes os agentes de autoridade ou os bombeiros não exorbitam das suas prerrogativas impondo limitações ou levantando obstáculos à movimentação de pessoas e
viaturas notoriamente exagerados?
Há coisa de uns três meses passei por uma vilazinha, sede de concelho mas mais pequena do que Minde, onde já tinha estado mais vezes porque a achava deveras interessante.
Desta vez, porém, confesso que me causou um certo desencanto porque, com o objectivo de a promoverem, a encheram de placas de sinalização, muitas das quais muito mal justificadas pelo pouco movimento que a terra tem.
Uma terra assim, cheia de condicionamentos desnecessários, em vez de se promover acaba por desagradar a quem a visita e afastar quem a procura nem que seja para almoçar nalgum restaurante.
Numa sede de freguesia do nosso concelho instalaram lombas na estrada que a atravessa.
Acontece que essa estrada é bastante sinuosa mal dando por isso para nela se circular a mais de 40, o que me parece ser uma velocidade bastante segura. Desnecessária seria portanto a colocação daquelas barreiras que, neste caso, só servem para incomodar quem por ali tem de passar, levando os condutores a esconjurarem quem as lá mandou pôr.
Quererão os seus autores dizer a quem passa que aquela terra também é importante, quanto mais não seja pelo facto de ter aquelas lombinhas?
Valha-lhes Santo Ildefonso, que é o advogado dos patetas.
Quando muito poderão significar que é uma terra de pretensiosos, como o serão todas aquelas com limitações semelhantes, sejam elas aldeias, vilas ou cidades.
No que a Minde diz respeito parece que estamos a cair no mesmo erro – dificultar, em vez de dar facilidades a quem se quer movimentar dentro do nosso espaço urbano.
Vejamos:
Temos aí três ruas largas com sentido único. Porquê?
Que vantagem há em obrigar os condutores a andar às voltinhas numa terra onde o que está mal é o estacionamento e não a racionalidade da movimentação?
E que dizer das lombas do Covão que, ao contrário das do Vale Alto, nunca foram retiradas apesar da instalação do controlo automático da velocidade?
Há ali, portanto, uma penalização que agride, sem razão, tanto os veículos como os ocupantes.
Abílio Madeira Martins,
in Jornal de Minde, Dez 2007
Vamos a ver se nos entendemos
Afirmação negativa
Habitamos um país de pavões onde se leva a vida a fazer de conta sem se cuidar de deitar contas à vida.
Cada centímetro do troço do metro do Terreiro do Paço, recentemente inaugurado custou 294 contos.
Assim se mostra o pavoneio de quem nos governa, sem ter em conta a realidade do país por inteiro que, apesar desta febre de fi gurar no Guiness por grandes feitos, nunca mais perde o estatuto de ser o mais pobre da Europa dos primeiros quinze .
Mas vamos ao assunto que hoje me trouxe aqui.
Uma das maneiras com que os pequenos gostam de se afirmar é impor obstáculos ou dificuldades a quem pensam que se julga mais que eles.
É o que acontece, por exemplo, em pequenas povoações com a marcação de passadeiras para peões, como o caso dum lugar não muito longe daqui onde foram marcadas onze zebras, devidamente sinalizadas, quando o movimento de pessoas na rua é diminuto, sendo raro e bem visível o trânsito automóvel.
É o que se vê por aí com muita frequência com a aplicação de lombas no pavimento das estradas, autênticos e indiscriminados insultos à educação cívica de quem cumpre e não cumpre o código, e ao mesmo tempo graves atentados contra a integridade física dos veículos e a comodidade dos
seus ocupantes, que podem muito bem ter sérios problemas de saúde, como é o caso dos doentes transportados em ambulâncias.
É o que se vê no vizinho lugar do Bairro onde foi instalado um sistema de semáforos composto por vinte postes, num cruzamento sem movimento que o justifique, quando dois ou três sinais de prioridade de passagem resolviam perfeitamente a situação. Isto porque uma das vias ali convergentes dá acesso à casa de um autarca com algum peso, (É por estas e por outras que certas Câmaras ultrapassam os limites de endividamento, numa clara demonstração de má gestão dos dinheiros públicos)
E quem é que não viu já a propositada lentidão de certas pessoas nas passadeiras para peões, como uma manifestação de superioridade sobre quem circula de carro?
E quantas vezes os agentes de autoridade ou os bombeiros não exorbitam das suas prerrogativas impondo limitações ou levantando obstáculos à movimentação de pessoas e
viaturas notoriamente exagerados?
Há coisa de uns três meses passei por uma vilazinha, sede de concelho mas mais pequena do que Minde, onde já tinha estado mais vezes porque a achava deveras interessante.
Desta vez, porém, confesso que me causou um certo desencanto porque, com o objectivo de a promoverem, a encheram de placas de sinalização, muitas das quais muito mal justificadas pelo pouco movimento que a terra tem.
Uma terra assim, cheia de condicionamentos desnecessários, em vez de se promover acaba por desagradar a quem a visita e afastar quem a procura nem que seja para almoçar nalgum restaurante.
Numa sede de freguesia do nosso concelho instalaram lombas na estrada que a atravessa.
Acontece que essa estrada é bastante sinuosa mal dando por isso para nela se circular a mais de 40, o que me parece ser uma velocidade bastante segura. Desnecessária seria portanto a colocação daquelas barreiras que, neste caso, só servem para incomodar quem por ali tem de passar, levando os condutores a esconjurarem quem as lá mandou pôr.
Quererão os seus autores dizer a quem passa que aquela terra também é importante, quanto mais não seja pelo facto de ter aquelas lombinhas?
Valha-lhes Santo Ildefonso, que é o advogado dos patetas.
Quando muito poderão significar que é uma terra de pretensiosos, como o serão todas aquelas com limitações semelhantes, sejam elas aldeias, vilas ou cidades.
No que a Minde diz respeito parece que estamos a cair no mesmo erro – dificultar, em vez de dar facilidades a quem se quer movimentar dentro do nosso espaço urbano.
Vejamos:
Temos aí três ruas largas com sentido único. Porquê?
Que vantagem há em obrigar os condutores a andar às voltinhas numa terra onde o que está mal é o estacionamento e não a racionalidade da movimentação?
E que dizer das lombas do Covão que, ao contrário das do Vale Alto, nunca foram retiradas apesar da instalação do controlo automático da velocidade?
Há ali, portanto, uma penalização que agride, sem razão, tanto os veículos como os ocupantes.
Abílio Madeira Martins,
in Jornal de Minde, Dez 2007
1 comentário:
"Temos aí três ruas largas com sentido único. Porquê?
Que vantagem há em obrigar os condutores a andar às voltinhas numa terra onde o que está mal é o estacionamento e não a racionalidade da movimentação?"
E porquê tantos prumos?
E porquê tantos proibidos?
Porquê tantos sentidos únicos sem nexo e que ninguém respeita?
Porquê tanta complicação, onde tudo poderia ser mais simples e harmonioso ???
"Valha-lhes Santo Ildefonso, que é o advogado dos patetas."
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