Fátima vai ter Universidade Sénior

A cidade de Fátima vai ter uma universidade para a terceira idade, projecto que está a ser desenvolvido pela Câmara Municipal de Ourém. O anúncio foi feito pelo próprio presidente da autarquia, na sessão de abertura do Congresso Internacional de Envelhecimento Activo, que termina hoje, em Fátima.
A universidade irá funcionar nas instalações do antigo seminário dos Monfortinos, de acordo com David Catarino. Segundo adiantou, há gente disponível para vir dar formação a Fátima e pessoas interessadas em aprender coisas novas nesta fase mais adiantada da vida.

Antes de anunciar o novo projecto, David Catarino felicitou a RUTIS (Rede de Universidades da Terceira Idade), por ter escolhido Fátima para realizar este congresso, que contou com mais de duas centenas e meia de congressistas. “Fátima é o espaço certo para organizar este tipo de encontros”, considerou, ao acrescentar que, além da vocação religiosa, é uma cidade solidária. “As instituições de solidariedade social têm encontrado nesta cidade soluções para muitos problemas, alguns deles até à escala nacional”, lembrou.

A sessão de abertura do congresso contou com a presença do ministro do Trabalho e da Solidariedade Social. Vieira da Silva assinou, na ocasião, um protocolo com a RUTIS, através do qual o Ministério do Trabalho e Solidariedade se compromete a dar formação, consulta e apoio técnico no desenvolvimento de programas e projectos no âmbito das políticas sociais activas que promovam a expansão da rede universitária e academias associadas da RUTIS.
O protocolo prevê, ainda, a atribuição de uma comparticipação financeira no valor de 63 613 90 euros.

Na ocasião, o ministro Vieira da Silva referiu que o conceito “envelhecimento activo” é relativamente recente, mas no seu entender - com as transformações do nosso sistema demográfico - “faz todo o sentido”. Lembrando que está a decorrer o “Ano Europeu da Igualdade de Oportunidades para Todos”, Vieira da Silva referiu que o factor “idade” está entre os seis factores de discriminação existentes na sociedade.

Mais à frente, referiu que dividir a vida em três ciclos (juventude, trabalho e reforma) está, hoje, “ultrapassado”, na medida em que “o aumento da esperança de vida conquistou uma enorme evolução, mas as taxas da natividade têm vindo a cair”.
Vieira da Silva disse ainda que reformar as pessoas aos 65 anos é “um caminho sem saída”. Para o responsável, é “condenar” a pessoa à “inactividade”, além de se estar a “desperdiçar um enorme potencial”. Por outro lado, reconheceu que esta situação deu origem a um sistema financeiro “insustentável”.
Fernanda Frazão in "Noticias de Fátima"