25 maio, 2008

O lixo no Bairro do Carro Velho

Moradores de bairro de Minde vivem há anos rodeados de lixo.
Os moradores do Bairro do Carro Velho, em Minde, estão fartos de ter à porta uma enorme lixeira particular. Há 20 anos que lutam para resolver a situação, até hoje sem êxito. Fartos da inércia das entidades competentes os habitantes prometem mostrar ao país “a vergonha da vila”. No quintal de Carlos Flor não há lugar para flores, plantas ou relva. O espaço existente está completamente preenchido com sacos e sacos de toda a espécie de lixo, que se vai acumulando há anos.



Já não têm conta as vezes que os moradores do bairro se queixaram, quer ao próprio quer à junta de freguesia de Minde e à Câmara de Alcanena. “O que está aqui em causa é uma questão de saúde pública”, diz Isabel Moreira, que vive paredes-meias com a “porcaria”. Na sexta-feira vários vizinhos de Carlos Flor revoltaram-se e confrontaram-no novamente. Querem que ele deixe de trazer lixo para a porta deles e que limpe o espaço, de uma vez por todas.

“As pessoas têm razão mas eu não tenho outro sítio onde pôr as coisas”, admite o reformado do sector têxtil, sob o olhar conformado da mulher. A O MIRANTE, Carlos Flor disse que iria acabar com a lixeira dentro em breve mas os vizinhos não acreditam. “Há 20 anos que ouvimos isso. Se ninguém o obrigar, a situação vai manter-se por outros tantos anos”, referem os moradores.

Há cerca de cinco anos, depois de um abaixo-assinado contra a situação, a Câmara de Alcanena e a Junta de Freguesia de Minde, com a ajuda dos bombeiros locais, limparam o espaço. “Foram precisos dois dias e muitos camiões do lixo para tudo ficar limpo”, afirmam os moradores, lembrando que Carlos Flor prometeu então manter o espaço asseado. Mas foi sol de pouca dura. “Logo no dia a seguir começou a trazer mais sacos. Percorre todos os caixotes do lixo da vila e acarreta dezenas de sacos para aqui, onde os abre e escolhe o que lhe convém, deixando o resto por aí espalhado”, diz Isabel Moreira, que foi obrigada a subir o muro do seu quintal, contíguo ao de Carlos Flor, para o lixo não lhe entrar em casa.
In "O Mirante"

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