20 dezembro, 2008

Esqueceram-se do apoio ao investidor


A Camara Municipal de Alcanena tem ao seu serviço aprox. 300 funcionários, e ainda sub-contrata muitos serviços e trabalhos no exterior. Será, provalvelmente, uma das maiores entidades empregadoras do concelho.
Dispõe de gabinete técnico florestal, gabinete de markting, de imprensa, acessor de presidente, muitos deputados, secretárias, etc, etc, ...mas não dispõe de um Gabinete de Apoio ao Investidor.

Como todos sabemos, a patir do próximo ano, os concelhos ficarão muito mais dependentes da riqueza gerada internamente, através da receita dos tais 5% do IRC.
Não se compreende que num concelho com forte implantação industrial, que acabou de urbanizar uma zona industrial, com projectos para uma segunda, não tenha um gabinete que esclareça, cative, promova, ajude, e simplifique a vida a todos os investimentos no concelho. Seja na indústria, comércio, serviços, ou outra àrea qualquer. Acho isto uma pecha enorme no nosso concelho.



Há cerca de dois anos passou-se este caso comigo:
Vinha de viagem do Algarve, onde tinha ido ver um terreno com um cliente para implantar um armazém com 600 m2. Ao passarmos a Vendas Novas, lembramo-nos de passar pela Câmara para obter informações sobre o Parque Industrial.
De imediato fomos recebidos por um vereador que ouviu as n/ ideias e pretensões. Esclareceu-nos logo da vontade do município em captar investimento, e conduziu-nos ao gabinete de uma senhora (o tal de Apoio ao Investidor) que nos pôs ao corrente de alguns apoios comunitários, benefícios fiscais, etc, etc. Entregou-nos uma série de plantas e documentação, e viemos embora.

Uma semana depois começou essa tal senhora a telefonar dando conta de mais esta e aquela vantagem. Ela não desistiu, os contactos intensificaram-se, e dois anos após, está construído e a funcionar mais um investimento com 600 m2 em Vendas Novas. Emprega 12 pessoas, factura razoavelmente, e, por ironia, nem foi construído no Parque Industrial, mas noutro local. Até as vias para aprovação de projectos tiveram um "tratamento acelerado".
E assim se captou um investimento que inicialmente estava orientado para o Algarve.



Em Alcanena, acham que este cenário seria possível?
Claro que não. Aqui, sem "conhecimentos", o investidor só teria problemas. Quanto muito, preenchia um impresso, mandavam-no lá ir passados oito dias para buscar uma cópia da planta topográfica, para depois, juntar a um requerimento e pedir uma viabilidade de construção. Dois ou três meses depois receberia uma resposta sintética, caso tudo corresse bem. Depois, iniciava uma longa viagem de subserviência á autarquia (ou aos funcionários), demoras, e confusões sem qualquer orientação no desenvolvimento do processo.

Com tanta oferta, qual é o investidor que tem paciência para isto?
O investimento hoje não "aparece", tem de ser captado. E para isso há que apresentar projectos actrativos e políticas sólidas, oferecer contrapartidas e facilidades, e, acima de tudo, orientação técnica e logística na candidatura a possíveis fundos e apoios.
É para isso que serve um Gabinete de Apoio ao Investidor !!

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