26 agosto, 2009

Comissão de Utentes da Saúde do Médio Tejo


Comunicado desta comissão de utentes, enviado à comunicação social, incluindo a este blog.

Ninguém coloca em causa que se devem tomar medidas prévias para combate a surtos epidémicos. Mas também achamos que as medidas devem ser adequadas em relação à realidade. E todas as decisões devem obedecer a alguma coerência, serem tomadas com muito bom senso e sempre em diálogo com a comunidade que, por essas medidas, vai ser beneficiada e/ou prejudicada.

O imbróglio criado com a afectação da totalidade das instalações da Extensão de Saúde de Minde (Concelho de Alcanena), para o acompanhamento dos possíveis casos de gripe A, da zona do ACES “Serra d'Aire” - que engloba os concelhos de Ourém, Alcanena, Torres Novas e Entroncamento – prova que muito ainda há a fazer no capítulo da organização dos cuidados de saúde, nos métodos de informação aos utentes e na auscultação prévia das entidades que conhecem as realidades.

Felizmente que prevaleceu algum bom senso. Afectar parte das instalações e preparar os meios necessários para o caso de haver mesmo um grande surto gripal. Incorrecto era afectar já cerca de 4000 cidadãos no acesso a cuidados de saúde de proximidade (pois todos os serviços seriam transferidos para a Alcanena, a dez quilómetros de distância), para deixar a totalidade das instalações para acudir a doentes, até agora inexistentes, com gripe A.

Infelizmente a nível nacional, as decisões parecem um pouco erráticas. Vejamos, numa primeira fase todos os casos com sintomas eram encaminhados para determinados hospitais, agora só vão receber os casos mais graves. Divulgou-se que os primeiros apoios deveriam ser obtidos através do acesso à linha Saúde 24, mas a própria Ministra veio a público manifestar o seu desagrado pela forma deficiente com que tal serviço estava a funcionar. As últimas directrizes informam que serão os Centros de Saúde a atender os casos de gripe A. Os Cuidados de Saúde Primários, o parente pobre do SNS, com mais uma responsabilidade... Esperemos que não seja mais um problema a somar aos que já existem e que têm graves consequências na prestação de cuidados de saúde às populações.

A CUSMT, certa de que a saúde é o bem mais precioso do ser humano, faz votos para que o súbito interesse de alguns candidatos às próximas eleições (depois de silêncios comprometedores e complacentes), pela organização da prestação de cuidados de saúde não se fique pelo período da campanha eleitoral. Continuem a emitir opiniões no futuro e todos os dias.
As populações agradecem.

A Comissão de Utentes da Saúde do Médio Tejo
Médio Tejo, 25.8.2009"

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