06 fevereiro, 2009

Museu do Território de Alcanena


A edição de hoje do JORNAL TORREJANO coloca em primeira página o projecto Museu do Território a levar a efeito pela Câmara de Alcanena, com referências às três próximas inaugurações que se aproximam: Museu da Boneca, Museu Roque Gameiro (agora parece que já se chama assim) e Museu do Curtume.
O Museu da Boneca será inaugurado ainda este mês, o Museu Roque Gameiro em Abril e o Museu do Curtume para o próximo ano.
Neste post destaco apenas o Museu Roque Gameiro, podendo no ALCANENA-ONLINE ser lidos os apontamentos sobre os restantes museus.


Museu do Território de Alcanena: a cultura como estratégia de desenvolvimento
O investimento no património e na cultura como forma de desenvolvimento do concelho é uma das estratégias assumidas pelo município de Alcanena. Prova disso é o Museu do Território, um projecto museológico integrado que tem agendado para este ano as inaugurações do Museu da Boneca e do Museu Roque Gameiro e, para o ano que vem, a do Museu do Curtume. Três núcleos que, a juntar ao Carsoscópio e ao Museu do Espinheiro, pretendem, acima de tudo, preservar e divulgar o património local.

O Museu do Território promete revolucionar o concelho de Alcanena em termos culturais: no espaço de pouco mais de ano pretende a autarquia inaugurar três núcleos museológicos que farão, todos eles, parte integrante de um só projecto com objectivos bem definidos: preservar e promover o património natural, industrial e humano de Alcanena, ao mesmo tempo que desenvolve o concelho através do turismo. O Museu do Curtume, projecto-mor deste conjunto, surgiu como um dos projectos âncora da campanha eleitoral de 2001, do executivo liderado por Luís Azevedo, e tudo o que tem sido feito desde então, está prestes a tornar-se visível. Com a inauguração do Centro de Ciência Viva e com o sucesso que este tem tido, entendeu o executivo ter condições para avançar com um projecto integrado e multifacetado de museus, onde se inserem ainda o Museu Roque Gameiro e o da Boneca.
E de museus porque, como explicou fonte ligada à autarquia, o turismo é um dos principais vectores de desenvolvimento e no qual se deve investir. Não havendo castelos ou mosteiros para dinamizar em prol do desenvolvimento, o executivo liderado por Luís Azevedo entendeu ser necessário dinamizar o património existente no concelho, não menos valioso, que é o património histórico, local e industrial.

No dia 14 de Fevereiro deverá ser inaugurado o Museu da Boneca e em Abril, o Museu Roque Gameiro, em Minde. Dentro de ano e meio espera-se estar a inaugurar o Museu do Curtume, este sim a ”jóia da coroa” do actual executivo. Três núcleos museológicos que, a juntar ao Museu Etnográfico do Espinheiro e ao Carsoscópio, formarão o então designado Museu do Território, uma rede museulógica municipal.



Museu Roque Gameiro
O Museu Roque Gameiro tem também inauguração marcada para este ano, estando apenas por definir a data. Espera-se que em Abril, por altura aniversário de nascimento de Alfredo Roque Gameiro, natural de Minde, que dá o nome ao museu.

O projecto passou por recuperar uma casa histórica no centro de Minde, cuja traça arquitectónica, só por si, valoriza o núcleo, e que está intimamente ligada à história de Minde e da própria família Roque Gameiro. No espaço estará exposto o espólio do Centro de Artes e Ofícios Roque Gameiro (CAORG), um conjunto de obras de Alfredo Roque Gameiro e alguns bens pessoais do artista. A dinamização do espaço ficará a cargo do CAORG, estando agora por assinar o protocolo que definirá as regras da parceria. Além da exposição, o Museu da Aguarela, como também se designa, deverá ainda realizar outras actividades, como por exemplo ateliês de pintura, tecelagem, entre outros.

O investimento do município neste projecto, que contou também com comparticipação do QCAIII, ronda os 600 mil euros, já contabilizando as obras e os equipamentos. O início do projecto remonta já a 2001, uma vez que a casa havia já sido adquirida num mandato anterior, mas atrasos no financiamento atrasaram o projecto. Passadas as contrariedades, a população de Minde fica agora com um espaço digno para expor os trabalhos do seu conterrâneo, num edifício que dá outra vida à vila.
(...)
2010 deverá marcar a conclusão do Museu do Curtume e o arranque em pleno do Museu do Território. Outros projectos estão já identificados, mas ficam por fazer. Primeiro, é necessário saber se haverá condições para os concretizar.
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COMENTÁRIO:
"E de museus porque, como explicou fonte ligada à autarquia, o turismo é um dos principais vectores de desenvolvimento e no qual se deve investir. Não havendo castelos ou mosteiros para dinamizar em prol do desenvolvimento, o executivo liderado por Luís Azevedo entendeu ser necessário dinamizar o património existente no concelho, não menos valioso, que é o património histórico, local e industrial."

O discurso continua a falar em turismo. Mas o que se tem feito em prol do mesmo? Que melhor aposta do que realmente uma boa estrada que ligasse esse tal turismo a um dos maiores centros turísticos do país que é Fátima?
Não temos castelos ou mosteiros para dinamizar, mas temos alguma natureza. Com excepção da àrea do Alviela, que apoios e iniciativas se tem feito nessa dinâmica? O Polje de Minde, que é uma das 17
RAMSAR do país, e a 13 Kms de Fátima, bem merecia ser visto com outros olhos. Precisa é de infraestruturas e equipamentos complementares. Tal como a Nascente do Alviela, garantidamente este tipo de ecoturismo atrairá mais gente do que o conjunto de todos os museus do concelho. Basta ver a experiência que se fez o ano passado com o BTT MINDE e que se repetirá este ano.

9 comentários:

Anónimo disse...

O Museu do Curtume só é inaugurado em 2010?!! Será porque não há condições, de momento, para colocarem lá dentro os equipamentos? Afinal a obra parece estar pronta! Bem, lá teremos de continuar a pagar 400€ por mês ao pai do vereador/chefe de gabinete/secretário/estudante profisional Daniel Café para ter as máquinas guardadas no seu armazém.

Anónimo disse...

Nunca é mau para todos.
Para alimentar essa gente há dinheiro, para os eventos que cá se fazem e trazem mt gente, não há...

Neles não voto eu.

PM disse...

O comentário inicial é um tanto venenoso. As máquinas têm têm que estar guardadas nalgum lugar. Se a CMA não tem espaços é natural que se alugue.
Não vejo que haja qualquer problema nisso nem qualquer relação entre esse facto e os apoios a outras coisas.

Anónimo disse...

Mas alguém acredita que são estes museusecos, como o aborto que construiram em Alcanena, que vai trazer turismo ao concelho? Só mesmo estas cabecinhas pensadoras dos icas têm estas ideias iluminadas. Ainda vão ter que pagar para alguém lá ir.
Com tanta necessidade no concelho esta politica dos museus é de um absurdo que não cabe na cabeça de ninguém. Anda tudo tonto e o zé povinho que vá apertando o cinto para estes vaidosos de cabeças ocas.
VOTEM NELES........

PM disse...

Sou um pouco da mesma opinião. Hoje em dia tudo se faz em nome da cultura, mas o que se vê mais é a falta dessa mesma cultura.

O Museu Roque Gameiro tem toda a lógica, assim como é compreensível o museu da boneca e talvez mais algum projecto ou outro.
Mas esta coisa do Museu Territorial com 13 museus acho um exagero nesta época, onde os investimentos deveriam ser canalizados para algo mais necessário. Já para não falar nos posteriores custos de manutenção.

Não discuto a vontade ou necessidade do Museu do Curtume, mas aquele mamarracho que "encavaram" em Alcanena é de bradar aos céus. Mais parece um infantário ou algo do género.

Se tanto queriam um Museu do Curtume, ou faziam algo em condicões com um mínimo de dignidade, ou aproveitavam uma qualquer antiga fábrica desactivada. Para mim, aquilo não é nada. É dinheiro gasto à tôa, e... há tanto onde o aplicar.

Anónimo disse...

MUSEU DO CURTUME - 2 700 000€
MUSEU R. GAMEIRO - 600 000€
MUSEU DA BONECA - 200 000€

TOTAL - 3 500 000€

Temos um concelho bué de rico!!!

Anónimo disse...

Já me cansei de malhar no executivo da Câmara! Para quê?
Quem é burro de nascença, nunca pode aprender nada; quando muito pode, segundo dizia o Pavlov, ir aprendendo a ser menos burro com a repetição das asneiras! Mas para isso teriamos que os aturar não sei mais quantas legislaturas!
Arre macho!

Anónimo disse...

Caro PM,

Concordo com quase tudo, mas há uma coisa, quando dizes que nesta altura os investimento deviam ser canalizados para algo mais necessário, tem que se ter em conta a netureza das fontes de financiamento. Quer isto dizer que uma parte dos montantes para esses investimentos vem de candidaturas a fundos givernamentais ou europeus e que, após adjudicados, não podem ser redireccionados para outras actividades.
De qualquer forma é questionável a opção pelos 13 museus.
Ou seja, estamos perante um caso em que o que se pode questionar é opção e não a execução.
Por outro lado, a aposta nos museus para amplificar o potencial de turismo do concelho é algo que padece de uma análise mais aprofundada. Acredito que alguma coisa de bom podem trazer.
E atenção, têm um cariz de permanência completamente diferente de um JazzMinde, ou de um BTT, ou de outro tipo de actividade/evento que se esperam regulares mas que não serão contínuos.
AV

PM disse...

Certíssimo. Subscrevo as suas palavras.