17 novembro, 2009
Entrevista de Paulo Fonseca ao O MIRANTE
“O que faz falta na política é pessoas de coragem”
O socialista Paulo Fonseca ganhou a liderança da Câmara de Ourém à terceira tentativa. O autarca, líder distrital do PS, sabia que se sujeitava a uma travessia do deserto caso as coisas corressem mal. Arriscou mais uma vez e venceu. Pela frente tem quatro anos de mandato condicionados pela débil situação financeira da autarquia.
Foi deputado e governador civil, mas presume-se que este era o cargo que ambicionava há muito tempo?
Gosto muito da minha terra e há muitos anos que ambicionava dar um contributo liderando um conjunto de factores potenciais do concelho. Mas a candidatura agora foi uma ideia nova. Conseguiram convencer-me a retomar esse meu amor já em 2009.
Foi preciso uma vaga de fundo para se candidatar pela terceira vez?
Foi. Essa vaga de fundo foi relevante. O facto de haver muita gente na rua que se cruzava comigo e me dava força teve importância.
(...)
Esta terceira candidatura, caso falhasse, poderia significar também o fim das suas aspirações políticas no concelho de Ourém e mesmo a nível distrital.
O que faz falta na política é pessoas de coragem. Tenho consciência que se tivesse perdido as eleições passaria a ser persona non grata em todos os circuitos políticos, como se as minhas qualidades e os meus defeitos tivessem desaparecido de um dia para o outro. E por isso a política é muitas vezes injustamente acusada, mas justamente noutros casos, de ter elementos que não têm coragem e sentido do risco.
Há quem prefira estar assim na política, sem correr grandes riscos.
Acho até que a maioria prefere estar assim e condeno isso veementemente. Assumi muitas vezes riscos elevados e nunca me dei mal com isso. Tenho orgulho em ter amigos do peito em todos os quadrantes políticos e isso deve-se também à noção do risco. Ao facto de não termos medo de enfrentar situações, com sentido responsável, claro. Nenhum de nós é suicida, mas acho que fazem falta na política pessoas que não dependam da política, que tenham património suficiente para poderem ser livres do ponto de vista do discurso e também pessoas que não tenham medo do risco.
(...) Ler mais no "O MIRANTE"
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