29 fevereiro, 2008

Salvar o Alviela

Estudo aponta conclusões óbvias para salvar o Alviela

No dia em que foi apresentado o Estudo de Recuperação do Ecossistema do Alviela, o presidente da Junta de Freguesia de Vaqueiros denunciou mais uma descarga poluente no rio, que cobriu as águas de espuma branca e matou peixes. Uma prova de que, mais do que estudos técnicos com conclusões mais ou menos esperadas, é mesmo necessário avançar-se com acções práticas para que o rio se livre dos atentados ambientais de que é regulamente vítima há largas dezenas de anos.

O estudo encomendado pela Câmara de Santarém à empresa Hidroprojecto diz que todo o ecossistema da bacia hidrográfica do Alviela tem recuperação desde que seja garantida a qualidade da água do rio. A conclusão parece óbvia e apenas vem reforçar aquilo que há muito se vem dizendo: é necessário suprimir as fontes poluidoras, reparando o sistema de saneamento de Alcanena, cuja ETAR é responsável por descargas poluentes no rio, e tratando os resíduos das inúmeras explorações pecuárias da zona.

A indústria de curtumes, as pecuárias e também as ETAR de Amiais de Baixo e de Pernes, que funcionam em deficientes condições, são em grande parte responsáveis pela constante poluição no rio. A que acresce o reduzido caudal que se regista no Alviela em boa parte do ano.

Para resolver a situação são necessárias soluções integradas para o tratamento dos esgotos das pecuárias – na zona da bacia do Alviela estão registados 13 mil porcos – e reabilitação do sistema de saneamento de Alcanena. O presidente da Câmara de Santarém, Francisco Moita Flores (PSD), afirma-se convencido que há “sensibilidade do Governo” para resolver “um problema que não é só de Alcanena”.

Para isso é preciso muito dinheiro e os mentores do estudo consideram essencial a criação de uma estrutura que agregue todas as entidades envolvidas, que tenha força jurídica, para apresentar uma candidatura a fundos comunitários. Entre as linhas de acção preconizadas está a elaboração de um projecto de regularização do rio que defina um caudal mínimo e a execução de um plano de emergência de defesa relativamente à poluição do Alviela. O estudo traçou um diagnóstico ambiental da bacia do Alviela, através da compilação de dados fornecidos por várias entidades, como a CCDR-LVT, Direcção Regional de Agricultura ou Instituto da Água. In "O Mirante"



COMENTÁRIO:
Estudos, entrevistas, reuniões, projectos, festivais, assembleias, etc., etc.
Muita conversa, muito teatro, e afinal o que se tem feito para salvar o Alviela? Nada!
Como diz o presidente da Junta de Freguesia de Vaqueiros, no próprio dia em que foi apresentado este referido estudo houve mais uma descarga poluente. Quase todos os dias sucede o mesmo. Em Janeiro foi a CM Alcanena a fazer as denúncias. Hoje são uns e amanhã são outros.
Será assim tão difícil verificar de onde vêm as descargas e punir severamente os prevaricadores, cortando o mal pela raíz?
A mim, isto cheira-me muito a esturro... Mas mesmo muito!


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