O Museu Roque Gameiro é o grande projecto do Centro Roque Gameiro (CAORG), uma instituição que nasceu em 86, precisamente com a missão de preservar e divulgar a obra do grande aguarelista natural de Minde, Alfredo Roque Gameiro. Em 86, o edifício do antigo museu deixou de ter condições de segurança e o acervo artístico do aguarelista e de outros seus familiares teve que ser enviado para Museu Malhoa, nas Caldas da Rainha, onde ainda hoje se mantém preservado. O objectivo do CAORG é criar um museu na Casa dos Açores, uma antiga casa de habitação de um dos irmãos do pintor e que foi adquirida pela Câmara de Alcanena. O edifício precisa de obras de recuperação e adaptação, algumas das quais já avançaram com verbas da autarquia, que viu para já recusada a candidatura ao Programa Operacional de Cultura (POC) do Ministério da Cultura. Ainda assim, o projecto está concluído e a autarquia vai lançar o concurso para adjudicar a obra, aguardando depois verbas do POC ou do próximo quadro comunitário de apoio.
Esta casa apresenta uma traça arquitectónica similar à Casa dos Patudos de Alpiarça, da autoria de Mário Lino, um grande amigo de Alfredo Roque Gameiro. Rodeada por um vasto jardim e dispondo de várias valências, está previsto que este edifício possa acolher também o atelier de pintura e desenho, dinamizado em tempos pela CAORG e que agora está desactivado por falta de instalações.
Alfredo Roque Gameiro nasceu em 1864, em Minde, e foi um dos grandes aguarelistas do seu tempo. Participou na edição da primeira História de Portugal Ilustrada, da autoria de Manuel Pinheiro Chagas. Colaborou ao lado de nomes como o de Columbano Bordalo Pinheiro, José Malhoa e Rafael Bordalo Pinheiro e foi frequentador dos salões anuais da Sociedade Nacional de Belas-Artes.
Publicado in "O Ribatejo"
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