27 setembro, 2009

O embuste e a Casa das Artes


Ao dispor-me a fazer 200 Kms para ir assistir a uma apresentação do Projecto Casa das Artes promovido pela CMA na sede da JF Minde, já sabia para o que ia.

Sabia que a data, hora e local foram escolhidos para dificultar intervenções menos desejadas, previa que se tratava de um puro acto de campanha eleitoral de um partido pago pelos contribuintes, e sabia que se iria tratar somente da apresentação de um projecto, e não de uma discussão ou auscultação de ideias. Os ICAs nunca nos habituaram a esse tipo de decisões democráticas, e também não era agora que nos iam surpreender.

O próprio Eduardo Marcelino teve o cuidado de esclarecer isso mesmo, sendo perentório na afirmação de que apenas estavam ali para apresentar um projecto e não para o discutir. Não estava na mesa disponibilidade para ouvir alternativas, não interessa a opinião da população, o assunto é irreversível e o projecto e o local são pontos assentes.



Não sabia é que iria ser ultrajado pelo CONVITE À POPULAÇÃO.
O Convite era endereçado pelo Presidente da CMA, pela Direcção do CAORG e pela Direcção da SMM, mas não vi nenhum dos citados anfitriães sentados na mesa oficial da apresentação. Vi vários directores das colectividades na assembleia, mas não na mesa. Não vi o Presidente da Câmara em lado algum, mas notei a presença de quase todos os membros que integram a lista ICA, incluindo o candidato a presidente da assembleia Carlos Malaca, que no actual nada tem a ver com a CMA.
Afinal o convite era mentira. Isto não passou de um embuste.

Foi uma sessão de esclarecimento e auto-promoção promovida pelo candidato ICA e sua equipa, com o apoio quase exigido às colectividades CAORG e SMM, num ambiente de arrogância de quem está habituado a maiorias, de quem começa a ver o balão a esvaziar-se, e aposta tudo o que tem. E o que têm é este estudo prévio de um edifício de 3 milhões de euros para implantar no Largo das Eiras, e que parece agradar às 2 colectividades envolvidas.
Nós é que sabemos o que é melhor para Minde, e ninguém tem nada a ver com isso - é a mensagem ICA. Os outros, estão contra Minde...

O mais grave, é que quem paga os cheques destas descaradas auto-promoções do partido, é a CMA, uma câmara cada vez mais super-endividada. E o dinheirão que se esbanja nestes habituais carnavais e encenações, já não se gasta em mais lado nenhum.

A apresentação teve direito a uma brochura distribuída aos presentes, numa sala decorada com várias perspectivas do imóvel, e apresentação multimédia.
Eduardo Marcelino fez a apologia introdutória do projecto, que afinal não é projecto, é apenas estudo prévio, e um arquitecto do gabinete que executou este estudo prévio fez a apresentação técnica e gráfica do mesmo, respondendo a algumas questões de populares.

O candidato a presidente da CMA esclareceu que os custos desta obra já estão contemplados no orçamento da CMA, não desmentiu que este estudo prévio ainda não tem parecer técnico, e confirmou que ainda não foi votado na reunião do executivo. O candidato deu a entender que isso são situações que controlam (têm maioria), e que após uma segunda fase para elaboração do projecto, apreciação pelo Ministério da Cultura e cumprimento de outros requisitos, pretendem apresentar candidatura ao QREN.

Através de projecção de slides o Arquitecto conduziu uma apresentação das várias vertentes do projecto, com a paixão de quem já facturou 60 mil (valor do estudo) e vê perspectivas de facturar muito mais. Respondeu facilmente a algumas questões, mas falhou profundamente nas respostas sobre áreas e dimensões. Aí não tinha a lição estudada, e deixou várias suspeições no ar. Avançou ainda com uma estimativa de que os custos desta obra se situam a partir dos 3 milhões



APRESENTAÇÃO E CONCEPÇÃO
Com uma apresentação gráfica excelente, o projecto até reúne alguns consensos da expressão “está bonito”. A brochura e perspectivas estão bem ilustradas e o edifício parece-me de uma concepção moderna e com alguns pormenores apelativos e interessantes, como um grande envidraçado colorido. A vista do lado do museu, é agradável, mas se tentarmos imaginar os outros alçados e vistas exteriores. não sei se manterei a mesma opinião.

Nota-se que foi concebido de acordo com um programa base exigente e defenido, e com a premissa da necessidade de construir dois edifícios individuais num espaço restrito.
As exigências em matéria de áreas são grandes, o PDM não permite construir mais de dois pisos acima do solo, pelo que a solução passou por escavar e enterrar o edifício 4 metros, incluindo o pátio, que o sr. arquitecto teimou em chamar praça.
O resultado é um conjunto de vários módulos interligados em redor de um pátio comum, para onde vão dando vários vãos envidraçados. Na prática, é um edifício de 3 pisos, sendo que um está abaixo do solo.



IMPLANTAÇÃO E LEGISLAÇÃO
O maior problema deste edifício reside na sua implantação. O indíce de ocupação do solo é exageradamente elevado (quase o triplo das antigas escolas), e a volumetria é exageradamente agressiva para o local.
A edificação proposta quase que contorna os limites do terreno, e quando se fala em dois pisos acima do solo, neste caso estamos a falar de elevações verticais de paredes com 8, 9 metros, ou mais. Não nos esqueçamos que nalguns casos, de grandes salas, como da dança, os pés-direitos têm de ser elevados, e ainda teremos de somar as infraestruras a instalar na cobertura, como painéis solares, máquinas de ar condicionado, etc.

Uma altura muito acima da média das edificações existentes, com especial atenção para a Capela de St. António que ficará completamente abafada por esta possível obra.

Na apresentação do projecto foi referido que o mesmo respeitaria toda a legislação referente ao previsto no PDM, mas temo que não seja bem assim. Duvido até que respeite, nalgumas matérias, o Regulamento Geral de Edificações Urbanas e legislações complementares para edificações desta natureza de utilização.
Já não falo no “esquecimento” de criar condições para deficientes motores acederem a um átrio de entrada, situado 4 metros abaixo do solo, mas de outras exigências. Uma edificação desta natureza obriga a uma área destinada a parqueamento automóvel, e neste caso ficamos apenas com 11 estacionamentos nas traseiras do edifício.

URBANISMO
Se deixarmos de olhar para este projecto isoladamente com a sua função e espaço, e visualizarmos a sua inserção num contexto mais amplo e urbanístico, facilmente se conclui que isto é um autêntico atentado, não só ao património histórico existente, como a qualquer correcta planificação que se possa fazer em termos de ocupação territorial.

Esbanjar uma área nobre valorizante do triângulo – Capela, Coreto, Museu -, que deve constituir uma ampliação e “respiração” do centro da vila, e construir um edificio que atrofia a zona com uma excedentária volumetria e elevado índice de utilização, não me parece nada lógico.
Quase apostaria que em 100 urbanistas, 90 devem partilhar opinião similar.

Como é que 11 lugares de estacionamento, escondidos nas traseiras deste edifício, são suficientes para toda uma área que albergará a Casa dos Açores, museu, 2 escolas de música, a capela com funerais e festas, o coreto com feiras e eventos, etc, etc.?
Isto não é projectar, é fechar os olhos. Nunca um museu, (ou qualquer coisa), pode ter hipóteses de êxito sem um estacionamento prático e funcional logo ali à frente.

PROJECTO
Como muitos diziam, os desenhos estão bonitos, mas se alguma vez este estudo passar a obra tenho sérias dúvidas sobre os resultados. Tanto funcionais, como estéticos.

Certo que tem iluminação natural, mas não nos esqueçamos que mais de 40% da área útil do edifício se situa abaixo do solo, cuja iluminação e ventilação é garantida por diversos saguões, sendo o próprio pátio um grande saguão.

O facto de ser um edifício enterrado requer muita atenção nos humidades e isolamentos, e com despesas de manutenção bem mais elevadas . Aquecimento, ar condicionado, iluminação, bombagem de esgotos, escoamento de águas e bombagens, etc.
Estes pátios e saguões, se não ficarem extremamente bem feitos, são um monte de problemas com graves probabilidades de inundações.

Duvido até, que esta designada praça seja o local agradável que mostra a perspectiva. Será um “poço” situado 4 metros abaixo do solo, onde o sol só incide ao fim de tarde, ladeado de paredes com 12 / 13 metros de altura, com dificuldades acrescidas de manutenção e limpeza.

Em matéria de acessos e acessibilidades também está longe do ideal. Em local nenhum do edíficio pode entrar uma viatura e não tem locais fáceis para cargas ou descargas de objectos pesados ou volumosos, como por exemplo, um piano.
Tem elevadores internos, que facilita o acesso entre os três pisos, mas não deixa de ser um edifício como uma mobilidade sofrível. Também o acesso externo de deficientes à tal praça enterrada 4 metros, não foi ainda previsto, e será necessário uma grande rampa.

Na estética também não acredito na obra. Se fôr para ficar com reboco à vista (tipo museu do curtume) vais ficar um mamarracho horrível. Se levar revestimento a pedra, vai custar uma fortuna , e talvez a “coisa escape”. Mas mesmo assim não acredito. Desconfio sempre deste género de arquitectura com base em blocos quase monolíticos. Sem o acabamento adequado ficam uma pobreza franciscana.

Nos desenhos é fácil pintar um quadro, mas não nos esqueçamos que se áquele edifício acrescentarmos energia solar, aquecimentos, ventilações, etc., como foi referido, imaginem a quantidade de armações e tralha naqueles bonitos telhados todos direitinhos. Isso não está nos desenhos.

Quanto à funcionalidade, pouco haverá a dizer, pois o estudo deve ter correspondido a um programa prévio das colectividades. Basicamente, parece-me ajustado, mas a sala de ensaios da SMM colocada na cave, penso estar mal localizada. Sendo a sala de maior utilização, tem fraca iluminação natural e arejamento, e acessos dificultados com escadas.

De salientar que o projecto não contempla nenhum auditório, nem qualquer espaço de exibição pública. Concertos, mesmo que pequenos, só serão possíveis no exterior.



OPINIÔES
Opiniões há muitas. Há quem queira olhar só para o seu umbigo e ache que isto é um assunto que deve dizer respeito exclusivamente à CMA, ao CAORG e á SMM. Mas também há muita gente que entende que a ocupação daquele espaço tem a ver com Minde como povoação, e o seu planeamento com vista ao futuro. É uma questão pura de urbanismo, há mais alternativas, talvez até melhores, e a lógica e o bom senso aconselham ponderação, antes de se cometerem erros irredutíveis, que podem ter consequências nefastas e que muito podem hipotecar decisões futuras.
É bom que alguém pare para pensar, ouvir, dialogar.

A melhor opinião que ouvi nesta apresentação foi a primeira: - Estão a querer meter o Rossio na Botesga. E é isso mesmo.

Querem enterrar à força (é esse o termo) mais de 3 milhões (600 mil contos) num buraco que vão abrir nas Eiras para implantar um edifício caríssimo que não é o ideal, querem atrofiar aquela zona nobre, e o resultado será o habitual nas obras que estes agora candidatos fizeram enquanto estiveram no poder: Nem largo, nem obra que se veja. Vejamos o exemplo do Museu do Curtume, ou memo a Zona Industrial.

Ficava a escrever mais umas horas, e tinha aqui matéria, mas, definitivamente, não posso concordar com esta obra neste local. Não tem qualquer lógica. È um acto contra-natura!!!.

PS: E o que é que conta a minha opinião? Nada. Cada qual tem a sua, esta é a a minha, e decidi publicá-la.
E mesmo que tudo isto que escrevi esteja errado, também não acredito na disponibilidade e vontade da CMA em investir 3 a 4 milhões num edifício para duas colectividades em Minde, quando o Museu do Curtume “só" custou 1,7 milhões, e acabaram de gastar a "fortuna" de 250 mil no Museu da Aguarela.
Se assim fosse, não haveria verbas para Minde nos próximos 20 anos.

23 comentários:

wolfinho disse...

Pensar curto só traz desvantagens.

Exemplo 1: Agrupamento das escolas de Minde – Localizada num local de difícil crescimento futuro.

Exemplo 2: ZIM – Atrasada no tempo e implementada no sitio errado.

Exemplo 3: Pavilhão Gimnodesportivo – Não vergaram o seu mentor (Nascimento Silva) e hoje todos concordamos que ele tinha razão.

Será que dar um bolo a uma criança cheia de fome é a solução!

Pensar curto é comprometer o desenvolvimento das terras, pensar curto é comprometer o futuro das gerações seguintes, pensar curto é olhar para o nosso umbigo e não pensar no dos outros.

Lá diz o ditado: Com papas e bolos se enganam os tolos.

Unknown disse...

Parabéns pela tua análise.
Quando eu falei em pôr o Rossio na rua da Betesga reparei que muitos fizeram uma careta de desdém e quando perguntei pelos metros quadrados não souberam responder correctamente porque não sabiam bem ou não lhes interessava.
Não sou cobarde, assino sempre o que escrevo,
Américo Manha

vmcs disse...

Calma pessoal. Meçam o terreno do Largo das Eiras e depois vejam se cabe lá tanta construção.

É mais que óbvio que este projecto nunca será ali construído. Por muitas razões, a principal das quais, e que o inviabiliza à partida, é que fere toda a regulamentação em vigor.

Querem que explique? Ná, não vou explicar - se o projecto for enviado às Entidades que terão de dar pareceres (e que são muitas), virá lá tudo explicadinho. Nessa altura leiam se tiverem pachorra.

Mas, se o querem fazer, caberá de certeza no terreno que o CAORG tem junto da Zona Desportiva - 8.000 m2.

É engraçado que todos os técnicos Mindericos achem que construir ali é uma aberração e duas direcções + 1 executivo camarário considerem que sim senhor, que ali é que fica bem. OS MESMOS, NOTE-SE, QUE FIZERAM AQUELA ENORME COISA A QUE CHAMAM MUSEU DE AGUARELA!

Haja Deus!

Anónimo disse...

O Marcelino diz que a construção disto já está previsto no orçamento da Câmara. Deve ser como todas as previsões feitas em documentos financeiros por este executivo, que ou bateram mal, ou não se fizeram ou fizeram-se muitos anos das datas previstas.

De qualquer modo, esse Senhor está a faltar à verdade. O que está previsto num plano plurianual de investimentos da Câmara para este edifício é apenas uma verba de € 1.340.000.

Anónimo disse...

minde no seu melhor,uma praça ou um largo penso eu que é aquele espaço não foi o que eu vi naquele desenho,bonito está ele mas só no papel.

Anónimo disse...

...sim senhor!
então querem fazer ali uma zona verde para que? Jogar golfe? para umas pessoas iremm dizer para lisboa que também têm zona verde cá na terrinha?
ou será mesmo para o piruças lá ir dar uma cagadinha de vez em quando?
este pessoal que vem para aqui mandar estes bitaits, não podem ser de Minde, nem querem ver Minde crescer nem tão pouco ajudam a desenvolver as colectividades da nossa terra.


pensem um bocadinho mais antes nas colectividades da nossa terra...

ass: 人.

Anónimo disse...

Então o Presidente da Câmara não esteve lá?! Já renunciou ao mandato?! Não subscreve aquele projecto?! Aquilo é uma medida eleitoral de um grupo de candidatos ou é algo apresentado em nome da Câmara?!

Se não há mais que um estudo prévio, se ainda não foi votado em reunião do executivo ou em assembleia e se não há candidaturas apresentadas a nada, nada daquilo é definitivo, certo? Portanto, saindo os ICAs da Câmara, há espaço para outras pessoas e instituições serem ouvidas (como a Junta de Freguesia).

Na planta não vejo nenhum auditório. Não está previsto nenhum, nenhuma sala para receber público, dar concertos e espectáculos?!!

Poxa, não percebo como é que continuam a acreditar nesta gente.

Anónimo disse...

O dono deste blog esteve na sessão de apresentação do projecto caladinho que nem um rato. Agora vem para aqui dizer mal da coisa. Porque não disse lá? falta de coragem ou medo de perder votinhos nas autárquicas? Ai ai Ai coisa feia esta de dizer nas costas aquilo que se deve dizer na frente!

JMQ disse...

Tantos anos e só agora, em plena campanha eleitoral, se apresenta um estudo prévio! Tenho uma opinião formada sobre este assunto mas fui-a adiando devido a nunca se saber o que era concretamente a «Casa das Artes».

Agora que transparece alguma coisa deste projecto, poderei fazer o artigo que está na minha cabeça há mais de um ano. Mas só depois das eleições autárquicas. Não estou para contribuir para ninguém.

Tenho pena é que pessoas que valorizo andem a fazer «favores» destes.

Zé Cueca disse...

E pensava eu que era o mais mentiroso.

Ao pé dos icas sou um aprendiz.

E o parvo sou eu!

Anónimo disse...

A Banda queixa-se de falta de espaço e condições para ensaiar. Com um cine-teatro que está 99% do tempo fechado, não dava para fazer um acordozinho com o Henrique Lobo para passarem a ensaiar lá?

Isto sou eu a pensar.

Tiago Guedes disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Tiago Guedes disse...
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Anónimo disse...

Tiago, grande comentário. às vezes de fora vê-se melhor do que de dentro. Obrigado pela tua opinião de profissional e de mindrico. Quem dera que em Minde pudessemos ser assim tão objectivos e sensatos.

Anónimo disse...

O Tiago tem montanhas de razão. Sobretudo, parece-nos que há que repensar muita coisa. O tempo vai-se passando e novos dados surgem ... e alternativas.

Pena é que a parolice impante detenha todo o poder.

Ao Tiago irá acontecer aquilo que já aconteceu a outros - ser odiado por pensar e dar opiniões sensatas e avalizadas.

PM disse...

Para o Tiago, um abraço e, mais uma vez, um obrigado pelo comentário, sempre clarividente, como nos tens habituado

Para o Anónimo mais acima, que se refere a mim, quero dizer-lhe que o "dono beste blog" tem nome, ao contrário de V. Exª, que não passa de um anónimo.
E também não sou dono do blog. Sou um colaborador activo.


Estive na referida apresentação do projecto e não me pronumciei porque se tratava somente de uma apresentação e não discussão do projecto ou auscultação de ideias.
Os promotores vincaram bem esse ponto.
Sou educado e sabia que não estava ali para dar opinião ou contestar o que quer que foose.

Também não tenho esse problemas dos tais votinhos, nem estou a falar nas costas de ninguém.
Escrevi, assinei, e publiquei a m/ opinião, como o tenho feito regularmente, e nada me obriga a nada.

Se estivesse preocupado com os tais votinhos nas autárquicas, possivelmente estaria calado e só falaria depois. Ou será que estou errado?

V. Exª, em vez de comentar o ridículo, dê a sua opinião sobre o projecto, talvez fosse mais útil. Ou será que sobre isso não tem opinião?

Calos disse...

Ainda ninguém falou noutro aspecto de extrema importância que reforça a negação da construção da Casa das Artes naquele sítio: se o CAORG e a SMM mantiverem a tendencia de crescimento ascendente que se tem verificado nos ultimos anos, tanto a nível de número de alunos como de actividades, a médio prazo, as áreas destes edificios poderão ser insuficientes e os mesmos necessitarem de ampliações. E depois? Deita-se abaixo a capela? O coreto? Ou estanca-se o crescimento provável destas instituições? Caros mindericos: vamos trabalhar para que as gerações vindouras se orgulhem de nós e que não lamentem a falta de visão das gentes de hoje.

vmcs disse...

Falou bem a Kate,

A vida sofre tais acelaramentos que aquilo que pode ser uma boa solução hoje, pode revelar-se uma má solução muito em breve.

Já escrevi, há pouco tempo, que uma pausa para meditação e debate salutares é necessária.

Parece-me ( e isto é apenas um simples "feeling"), que o aparecimento em plena campanha eleitoral deste projecto, não passa de uma birrinha do senhor luís azevedo, que se julga um grande líder e quer deixar uma marca no Concelho.

Isto pode parecer pura especulação, mas as atitudes deste senhor ao longo doa anos, levam a pensar que o cavalheiro nem sequer se apercebe que neste momento, em que ainda detém formalmente o poder, não passa de um zé ninguém, e zé-ninguém será o resto da vida.

Seguramente que dentro de dias, após 11 de Outubro, se irá aperceber que os supostos amigos que julga ter no Concelho se vão estar marimbando para a sua preciosa pessoa.

É lamentável, mas este senhor será sempre lembrado com um verdadeiro nabo político.

Caro luís azevedo - as pessoas só lhe prestavam alguma atenção, não por si, mas apenas pelo seu cargo, entende?

Anónimo disse...

Concordo integralmente com o Tiago.

Além disso, acho que arquitectonicamente aquele edifício naquele sítio nunca ficará bem. Mas isto é como diz o Tiago, é subjectivo…

Não percebo é como que este projecto anda a ser discutido há tantos anos e só agora, a 2 semanas das eleições, é que o vêm apresentar à população, utilizando o nome de duas colectividades - que efectivamente precisam urgentemente de sedes e merecem-nas - para ganhar votos. Principalmente quando é um projecto que já tanta tinta fez correr e que, por mais voltas que se dê, suscitará sempre muita polémica.

É um projecto que sempre foi escondido da população e que se lhe pretende impor “à força”. Pelos vistos, é um projecto mal concebido, que não tem plano para o seu financiamento (pelo menos é desconhecido) e que não foi aprovado em sessão de Câmara ou discutido em sede de Assembleia Municipal.

Parece-me, por isso, que até ver não passa de mera propaganda política e um projecto de uma lista candidata à Câmara de Alcanena.

Há ainda aqui uma questão que desconheço. Não sei se estará prevista nos protocolos que terão sido assinados com a Câmara. é uma lebre que convém levantar, para depois não existirem surpresas. Como se sabe tão pouco sobre isto...

Depois da construção disto, a propriedade do edifício passará para as colectividades? Ou será um equipamento municipal, pagando o município as despesas e o IMI, pagando depois as colectividades uma renda ou utilizando-o a título gratuito?

Tiago Guedes disse...
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Anónimo disse...

Acho uma incoerencia total criar um edificio com estas caracteristicas. Não sou de nenhum partido, mas o projecto que o novo rumo tem para as eiras é claramente inovador e credivel para o futuro da nossa vila.

vmcs disse...

Comentários apagados, posts retirados ... começaram as retaliações .... (ai eles que são tão cultos!) ... mas a história vai saber-se (aliás, já corre em Minde à boca calada) - e nem serei eu a contar ;-)

o memória longa disse...

Eu também não concordo nada com isto.

O que tenho a dizer a quem irá mandar é apenas o seguinte, como alguém escreveu há uns tempos:

“Senhor Presidente da Câmara: não teime em não ouvir o povo. Custa muito mais refazer uma má solução que a fazer bem de raiz.”

Permitam que nós contribuamos para a solução!
Desmintam a frase anterior. E as 2 frases seguinte:

“Pode falar-se muito, mas a oportunidade de participar nas decisões relativas à futura instituição está vedada. Este espírito é contrário à formação política da maioria que governa a Câmara.”

Só para informação de todos e verem bem a hipocrisia. Quem escreveu estas frases extremamente críticas relativamente às políticas e à forma de trabalhar dos ICA’s foi o Sr. Carlos Malaca. E quando as escreveu estava a referir-se exactamente ao Centro Cultural de Minde e ao Museu Roque Gameiro.

Podem ver aqui:

http://www.minderico.com/minderico/artigo.asp?cod_artigo=162242

http://www.minderico.com/minderico/artigo.asp?cod_artigo=162050