01 março, 2008

PNSAC só serve para “boicotar” o desenvolvimento

Até agora, o Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros (PNSAC) não trouxe grandes mais valias à população.

Esta foi a conclusão a que chegaram os presidentes das Juntas de Freguesia abrangidas pelo PNSAC, que marcaram presença na reunião que decorreu, recentemente, no Salão Nobre da Junta de Freguesia de Fátima, cujo objectivo principal era avaliar a influência que o parque tem tido no desenvolvimento das respectivas freguesias.

Na verdade, só tem servido para “boicotar” o desenvolvimento, consideraram os autarcas. E deram vários exemplos dessa falta de colaboração e abertura.
Entre os exemplos apontados, Albino Frazão, presidente da Assembleia de Freguesia de Fátima, recordou uma visita que fez há uns anos ao parque, com um grupo de hoteleiros. Segundo referiu, visitaram alguns dos principais pontos de interesse, como, por exemplo, o centro de interpretação, as grutas e as salinas. Os hoteleiros ficaram “encantados”, acrescentou Albino Frazão, que lamenta o facto destes locais não estarem devidamente aproveitados, nomeadamente em termos turísticos.

Natálio Reis acrescentou outra observação: Que se prende com o facto do parque ter muito pouco alojamento. Na sua opinião, podia-se apostar mais no turismo de natureza. Cristina Neves, tesoureira da Junta de Freguesia de Alcobertas, levantou outro problema: Relacionado com o facto da construção estar muito limitada. “A Mata do Rei é daquelas aldeias onde não se pode construir em lado nenhum”, exemplificou a tesoureira, acrescentando: “Está toda a gente a abalar dali”.

A presidente da Junta de Freguesia de Rio Maior, Isaura Morais, disse que estão com o mesmo problema. Quando tudo levava a querer que o futuro aeroporto de Lisboa seria construído na Ota, falou-se na possibilidade de alargar o perímetro urbano, mas o parque “não abriu mão”, afirmou Isaura Morais.

O presidente da Assembleia de Freguesia de Mira de Aire, Luís Lavado, referiu que as espécies animais que foram introduzidas no parque dão cabo das culturas – milho, feijão, etc. Luís Lavado queixou-se ainda da “burocracia” e “excesso de zelo”: “Queremos abrir um caminho não se pode. Na área industrial, para abrir os caminhos é outro problema. Se quisermos fazer um passeio temos de pedir autorização”, exemplificou.

Parques eólicos
Na troca de impressões, também se referiu a questão dos parques eólicos. Os presidentes de Junta não percebem porque é que uns projectos têm merecido parecer favorável - como foi o caso dos parques eólicos de Rio Maior, de Alqueidão da Serra e da Freguesia de Nossa Senhora das Misericórdias (ainda em fase de projecto), ao passo que outros têm sido chumbados por causa do parque, como foi o caso do parque eólico que a Junta de Fátima previa instalar em terrenos pertencentes à autarquia e localizados na área de intervenção do PNSAC.

Os autarcas acreditam que este tipo de investimento é um benefício importante para a população. A título de exemplo, Isaura Morais referiu o caso do parque eólico de Rio Maior. Segundo revelou, só a Junta de Freguesia de Rio Maior recebeu cerca de 150 mil contos pela cessão de exploração dos terrenos abrangidos pelo parque eólico, por um período de 25 anos. Já a Junta de Freguesia de Alcobertas, a outra freguesia abrangida pelo referido parque, terá recebido aproximadamente 300 mil contos, enquanto que a Câmara Municipal de Rio Maior terá recebido 450 mil contos.

Presidentes de Junta pedem reunião com responsáveis do parque
Os presidentes de Junta defenderam ainda que as freguesias que estão inseridas no parque não podem querer apenas “abrir caminhos”. “Temos que ser mais ambiciosos”, salientou Isaura Morais, para depois acrescentar:”Vem aí o novo quadro comunitário, era importante saber se existem movimentações para apresentarem candidaturas, na área do turismo, na área da valorização do património”.

Assim, na reunião ficou decidido pedir à directora do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, engenheira Sofia Castelo Branco da Silveira, uma reunião para conhecer as actividades e os projectos de investimento em perspectiva.

Esta foi a primeira vez que os presidentes da Juntas de Freguesia que estão inseridas no Parque se reuniram. Estiveram presentes na reunião o presidente da Assembleia de Freguesia de Fátima, Albino Frazão, o presidente da Junta de Freguesia de Fátima, Natálio Reis, o presidente da Assembleia de Freguesia de Mira de Aire, Luís Lavado, a presidente da Junta de Freguesia de Rio Maior, Isaura Morais, a tesoureira da Junta de Freguesia de Alcanede, Cristina Neves, o presidente da Junta de Freguesia de Chancelaria, Henrique Reis, e o presidente da junta de Freguesia de Minde, António Fresco.

Entretanto os presidentes irão juntar-se novamente. Desta vez, o encontro será na freguesia de Alcanede.
Fernanda Frazão In "Notícias de Fátima"


COMENTÁRIO:

Concordo totalmente com as conclusões deste grupo de Presidentes de Juntas de Freguesia.
Este PNSAC não é nada. Não passa de um mero gabinete cheio de directores e funcionários que vivem à custa do orçamento e se passeiam em bons jeeps.
Este PNSAC, em vez de ser uma ponte e uma porta para o desenvolvimento regional, na realidade apenas serve para atravancar esse mesmo desenvolvimento.

Lembram-se de uma série de e-mails que enviei (com fotos e mapas) a pedir ajuda para ajudar a salvar o carvalho da mata que está a secar? Nunca recebi sequer uma resposta. Isto diz tudo.

22 comentários:

Mindericus Vulgaris disse...

Este meu post está fora de contexto aqui neste artigo. Mesmo assim, como vai ser lido por todos, resolvi colocá-lo aqui:

A questão é esta:

Alguém consegue colocar aqui a lista de propostas feitas pelos actuais vereadores da CMA, nestes 2,5 anos?

Suficientemente explícito e por nomes...
Vereador X --- propostas a, b, c etc

Depois vamos todos ler e verificar.

Estou curioso para saber QUANTAS propostas fizeram, cada um, para a Freguesia de Minde.

vmcs

PM disse...

Apesar de muito poucas (que eu conheça), esse é um trabalho um pouco exaustivo. Mas podemos encontrar algumas nos blogs dos partidos e nas actas de reuniões.

Mindericus Vulgaris disse...

Olá, boa tarde

Certamente que os 7 Vereadores colocarão aqui, ou nos seus blogs, um resumo e a lista das suas propostas.

E eu quando falo em propostas, refiro-me a OBRAS que desenvolvam a Freguesia de Minde e o Concelho de Alcanena.

Mas também podem apresentar as outras, isto é TODAS.

vmcs

PS: Também deveriam apresentar aqui as propostas de OBRAS apresentadas pelos seus Partidos na Assembleia Municipal.

Anónimo disse...

Mas porque carga de água não fazes estas perguntas/propostas no portal minderico?????

Não está em funcionamento????

Anónimo disse...

Voltando ao tema do post...

Concordo plenamente que os presidentes das juntas de freguesia inseridas na área do PNSAC se reunam e debatam o modelo de desenvolvimento das suas terras! Ainda melhor se ao debate se juntar os responsáveis do PNSAC!

O que aqui quero dizer, é que se encontram abertas as candidaturas para apresentação de projectos de investimento no âmbito do QREN(2007-2013)e que é uma oportunidade UNICA para se dinamizar o parque e as vilas e aldeias nele contidas!

Projectos de conservação da natureza, conservação e restauro das infaestruturas existentes (locais de lazer, recuperação dos moinhos existentes, criação de percuros pedrestres, de BTT, )ecoturismo, etc...

Sobre o Polge de Minde:
Porque não criar um circuito entre Minde e Mira d'Aire desde a antiga lixeira ao longo de toda a costa da serra?
um local onde os visitantes possam saber o que é o polge, como se criou, como se desenvolveu, que espécies existem, etc...

Há que aproveitar os €€€€ da europa, caso contrário, vão pra outro lado!!!!

Fica o repto!
Tiago

Mindericus Vulgaris disse...

Caro Arre Gaita

Por várias razões, a saber:

1 - Já poucos têm a pachorra de consultar o Minderico

2 - Aqui vem muito mais gente e colocam comentários

3 - Ando cansado de colocar artigos no Minderico. Tornei-me repetitivo

4 - Gosto de vir aqui

5 - Gosto do seu nick "Arre Gaita"

Cumprimentos

vmcs

Anónimo disse...

O camarada Mindericus está hoje de mt bom humor
...conseguiu escrever s/ dizer mal de ninguem???

Anónimo disse...

Caro Vitor
Provavelmente o Portal baixou as visitas por falta de cultura democrática.
Quem gere um site (mesmo sendo dono) conectado com uma Povoação/freguesia, deve ter algum cuidado com os seus próprios comentário ou comentar os comentários dos outros.
O portal Mindrico nasceu segundo li, como sendo um local de convergência de informações de uma terra, das suas colectividades etc..
O que se tornou foi num local de provocação, onde tudo serve de arma de arremesso, local de guerra com algumas colectividades (especialmente o CAORG), assim não me parece que o principio para o qual foi criado tenha atingido esse fim.
MAS É SÓ UMA OPINIÃO
Opinião essa que me levou a deixar de visitar tal local na rede.

Peço deculpa ao gestor deste blog pelo comentário, mas é o endereço que utilizo para saber de coisas de Minde.

Mindericus Vulgaris disse...

Caro Arre Gaita

Ah Ah Ah - falta de dultura democrática - acusação interessante por quem assina com pseudónimo!

Ah ah

Ó homem, não me faça rir! Vê a razão porque gosto de vir aqui?

Você nem assina, nem chama os bois pelos nomes!

HA HA

gAz disse...

Porque é que quando, em Portugal, se criam regras para alguma coisa (nomeadamente de índole ambiental) se diz sempre que são apenas entraves ao desenvolvimento, e nunca se querem cumprir regras básicas de sustentação ambiental como é regra em todos os países da Europa.
Porque insistimos em ocupar de forma anárquica tudo o que é natural?
Para fazermos remakes de belas intervenções como as que temos no Algarve?
Então não é mais fácil dizer que o Parque não faz nada e nada deixa fazer, então se é para o parque fazer alguma coisa que se veja não é necessário dinheiro, e o Ministério do Ambiente não é daqueles ministérios com menos fundos.
E as Câmaras e as Juntas o que fazem, uma manutenção adequada aos equipamentos (lembrei-me da pista de manutenção)? Novos percursos pedestres (pois porque as juntas podem implementá-los), já se pediu ajuda ao Parque para isto?
Ou é mais fácil queixarmo-nos e dizer que ninguém faz nada (apenas para servir de desculpa do nosso próprio imobilismo)?
E por hoje já chega, um abraço

Anónimo disse...

Gostava tambem de saber o que dizem esses grupos de directores e funcionários que vivem à custa do orçamento. Será que é mesmo assim?? Onde podemos encontrar os motivos que leva o PNSAC a travar o desenvolvimento???

Penso que devemos ter sempre conhecimento de ambas as partes para que se possa fazer um bom Juizo.

Anónimo disse...

Porra, voltamos agora ao mesmo?

Há aqui pessoas que parecem crianças mimadas a quem não deram chucha.

É pá, abram a pestana.

A net é livre. Cada pessoa é livre de ir aos sites que quiser. Se um blog permite comentários, qualquer pessoa os lá pode colocar (com alguns limites). Se o Eng. Vítor é dono do Portal Minderico, tal como o Pedro Micaelo é do Minde Online, pode lá colocar e escrever (com alguns limites) o que quiser.

Pode lá colocar críticas ao poder instalado, dar a sua opinião, barafustar quanto aos abusos de poder e o cagaço que anda instalado.

Pode meter gajas nuas, padres tatuados com suásticas, escrever asneiras, paneleiragem, etc, etc.

Acordem para a vida!

Estamos em 2008.

Mindericus Vulgaris disse...

Boa tarde

Apoio totalmente o texto do Gaz.

Quanto ao texto do 850 votos= 1 vereador, acho que também "falou" bem.

Anda por aí um "jesuíta" "anónimo" a querer chatear o xaral do Portal-que-não-é-Portal.

Vamos lá a ver se não me sobe a mostarda ao nariz, novamente ;-)

JMQ disse...

Bem, não quero voltar ao mesmo, mas já percebi que logo que alguém escreve (mal) sobre o Portal Minderico, eu levo logo por tabela!

Sr. Eng. Vítor, ainda não percebeu que não preciso de me ocultar sobre pseudónimos anónimos para o criticar? Eu quando aqui escrevo, assino.

O «jesuíta anónimo» como me chama, não é o «arre gaita» (e depois sou eu que começo a chatear...)

P.S. Numa coisa estamos de acordo: também gosto do pseudónimo!

Mindericus Vulgaris disse...

Boa noite

De facto, ainda não percebi! E tenho razões para isso ;-) Muitas, mesmo (cala-te boca)

Peace on Earth

Cumprimentos

vmcs

Anónimo disse...

Bem pelo menos consegui por 2 "inimigos" a gostar do mesmo, o meu nick.

Já valeu a pena

Anónimo disse...

O quê?

Outra vez!!!!! Não, por favor! Ò Mindericus Vulgaris, se gosta de por aqui andar, não começe outra vez com bocas às pessoas que contribuem com conteúdos para este blogue.

E o JMQ que não responda mais a provocações desse senhor. Senão eu deixo de consultar os comentários. Não há paxorra!

Mindericus Vulgaris disse...

"Senão eu deixo de consultar os comentários"

Vou sentir a sua falta, Dr.

JMQ disse...

Lá está o senhor Vitor a indiciar que fui eu o autor do ultimo comentário. «vou sentir a sua falta, Dr..

Não tem nada a ver com a minha vida mas no dia 05 de Março entrei no hospital de Aveiro às 00h05 e estive em observação até às 9h38 de hoje, dia 6. Estive todo o dia 5 nas urgências do hospital. Como vê, não fui eu que coloquei aquele post.

Não acredita? Ou será preciso enviar-lhe por email a digitalização da alta? Como vê, nem tudo o que parece é. É capaz de deixar-me em paz?

Mindericus Vulgaris disse...

Olá, bom dia

Há mais "marias" na terra!

Peace on Earth

vmcs

Anónimo disse...

É pá, a sério.
O que é demais enjoa.
Que eu saiba, 'dôtores' e 'inginhêiros' em Minde há muitos. Basta consultar o Jornal de Minde nos últimos 20 anos. Já lá vai o tempo em que eram meia-dúzia (à imagem do país, diga-se).

Anónimo disse...

Era só para dizer, que em relação ao artigo "PNSAC só serve para "boicotar" o desenvolvimento" na minha opinião, discordo totalmente dos Presidentes das Juntas de Freguesia. Um Parque Natural é para preservar a vida selvagem ao máximo e impedir que o Homem interfere nesses ambientes, caramba! [Os presidentes] não podem achar que o PNSAC lhes deve permitir construir em tudo o que é sítio! E "esses locais não estarem devidamente aproveitados, nomeadamente em termos turísticos"? Se é para preservar, é para preservar! Não é para construir e atufalhar esses lindos sítios de turistas! E o que mais me indigna, foi Luís Lavado ter dito que certas espécies animais dão cabo das culturas! Quer dizer?! Esses animais têm todo o direito de viver no parque. Aliás eles já lá deviam existir, mas provavelmente devido à acção destrutiva do Homem relativamente ao ambiente, tiveram de ser reintroduzidos! Deveremos então dar prioridade, a essas plantas (que nem são autóctones! o milho veio da América!!)e que invadiram este ecossistema único, e que tomou o lugar dos freixos e carvalhos cerquinhos? Pois, é isto que eu acho (e poderia continuar com outros argumentos, mas nunca mais saía daqui e o meu stress em relação a isto, iria aumentar).
Peço desculpa, por parecer tão bruta mas isto enerva-me.