Até agora, o Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros (PNSAC) não trouxe grandes mais valias à população.
Esta foi a conclusão a que chegaram os presidentes das Juntas de Freguesia abrangidas pelo PNSAC, que marcaram presença na reunião que decorreu, recentemente, no Salão Nobre da Junta de Freguesia de Fátima, cujo objectivo principal era avaliar a influência que o parque tem tido no desenvolvimento das respectivas freguesias.
Na verdade, só tem servido para “boicotar” o desenvolvimento, consideraram os autarcas. E deram vários exemplos dessa falta de colaboração e abertura.
Entre os exemplos apontados, Albino Frazão, presidente da Assembleia de Freguesia de Fátima, recordou uma visita que fez há uns anos ao parque, com um grupo de hoteleiros. Segundo referiu, visitaram alguns dos principais pontos de interesse, como, por exemplo, o centro de interpretação, as grutas e as salinas. Os hoteleiros ficaram “encantados”, acrescentou Albino Frazão, que lamenta o facto destes locais não estarem devidamente aproveitados, nomeadamente em termos turísticos.
Natálio Reis acrescentou outra observação: Que se prende com o facto do parque ter muito pouco alojamento. Na sua opinião, podia-se apostar mais no turismo de natureza. Cristina Neves, tesoureira da Junta de Freguesia de Alcobertas, levantou outro problema: Relacionado com o facto da construção estar muito limitada. “A Mata do Rei é daquelas aldeias onde não se pode construir em lado nenhum”, exemplificou a tesoureira, acrescentando: “Está toda a gente a abalar dali”.
A presidente da Junta de Freguesia de Rio Maior, Isaura Morais, disse que estão com o mesmo problema. Quando tudo levava a querer que o futuro aeroporto de Lisboa seria construído na Ota, falou-se na possibilidade de alargar o perímetro urbano, mas o parque “não abriu mão”, afirmou Isaura Morais.
O presidente da Assembleia de Freguesia de Mira de Aire, Luís Lavado, referiu que as espécies animais que foram introduzidas no parque dão cabo das culturas – milho, feijão, etc. Luís Lavado queixou-se ainda da “burocracia” e “excesso de zelo”: “Queremos abrir um caminho não se pode. Na área industrial, para abrir os caminhos é outro problema. Se quisermos fazer um passeio temos de pedir autorização”, exemplificou.
Parques eólicos Na troca de impressões, também se referiu a questão dos parques eólicos. Os presidentes de Junta não percebem porque é que uns projectos têm merecido parecer favorável - como foi o caso dos parques eólicos de Rio Maior, de Alqueidão da Serra e da Freguesia de Nossa Senhora das Misericórdias (ainda em fase de projecto), ao passo que outros têm sido chumbados por causa do parque, como foi o caso do parque eólico que a Junta de Fátima previa instalar em terrenos pertencentes à autarquia e localizados na área de intervenção do PNSAC.
Os autarcas acreditam que este tipo de investimento é um benefício importante para a população. A título de exemplo, Isaura Morais referiu o caso do parque eólico de Rio Maior. Segundo revelou, só a Junta de Freguesia de Rio Maior recebeu cerca de 150 mil contos pela cessão de exploração dos terrenos abrangidos pelo parque eólico, por um período de 25 anos. Já a Junta de Freguesia de Alcobertas, a outra freguesia abrangida pelo referido parque, terá recebido aproximadamente 300 mil contos, enquanto que a Câmara Municipal de Rio Maior terá recebido 450 mil contos.
Presidentes de Junta pedem reunião com responsáveis do parque Os presidentes de Junta defenderam ainda que as freguesias que estão inseridas no parque não podem querer apenas “abrir caminhos”. “Temos que ser mais ambiciosos”, salientou Isaura Morais, para depois acrescentar:”Vem aí o novo quadro comunitário, era importante saber se existem movimentações para apresentarem candidaturas, na área do turismo, na área da valorização do património”.
Assim, na reunião ficou decidido pedir à directora do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, engenheira Sofia Castelo Branco da Silveira, uma reunião para conhecer as actividades e os projectos de investimento em perspectiva.
Esta foi a primeira vez que os presidentes da Juntas de Freguesia que estão inseridas no Parque se reuniram. Estiveram presentes na reunião o presidente da Assembleia de Freguesia de Fátima, Albino Frazão, o presidente da Junta de Freguesia de Fátima, Natálio Reis, o presidente da Assembleia de Freguesia de Mira de Aire, Luís Lavado, a presidente da Junta de Freguesia de Rio Maior, Isaura Morais, a tesoureira da Junta de Freguesia de Alcanede, Cristina Neves, o presidente da Junta de Freguesia de Chancelaria, Henrique Reis, e o presidente da junta de Freguesia de Minde, António Fresco.
Entretanto os presidentes irão juntar-se novamente. Desta vez, o encontro será na freguesia de Alcanede.
Fernanda Frazão In "Notícias de Fátima"
COMENTÁRIO:Concordo totalmente com as conclusões deste grupo de Presidentes de Juntas de Freguesia.
Este PNSAC não é nada. Não passa de um mero gabinete cheio de directores e funcionários que vivem à custa do orçamento e se passeiam em bons jeeps.
Este PNSAC, em vez de ser uma ponte e uma porta para o desenvolvimento regional, na realidade apenas serve para atravancar esse mesmo desenvolvimento.Lembram-se de uma série de e-mails que enviei (com fotos e mapas) a pedir ajuda para ajudar a salvar o carvalho da mata que está a secar? Nunca recebi sequer uma resposta. Isto diz tudo.