03 abril, 2007

Detido o Burlão do Euromilhões

O homem bem vestido e bem falante que registava boletins do Euromilhões e fugia sem pagar, nas regiões do Ribatejo e Oeste, conseguiu viver cinco anos à custa deste tipo de burla. Foi apanhado pela GNR e confessou a maioria dos crimes.

Segundo as autoridades, o suspeito, de 49 anos, encontrava-se desempregado e enganava os agentes da Santa da Casa da Misericórdia para obter rendimentos com os prémios conquistados. O método era quase sempre o mesmo. Entrava no estabelecimento, registava boletins do Euromilhões com valores entre os 150 e os 600 euros, e ia guardando os comprovativos num livro ou numa pasta colocada em cima do balcão. Quando o processo de registo estava a terminar, simulava receber uma chamada no telemóvel e aproximava-se da saída do estabelecimento, alegando que estava a ficar sem rede.
Os comerciantes só se apercebiam da burla no momento em que viam que o indivíduo se punha em fuga sem pagar o jogo registado.

Após várias diligências, a GNR de Santarém conseguiu identificar o suspeito, que confessou a autoria dos crimes. Ouvido por um juiz de instrução criminal do Tribunal de Santarém, no sábado, foi constituído arguido e mandado em liberdade até à realização do julgamento.
O detido terá burlado comerciantes nos concelhos das Caldas da Rainha, Cartaxo, Tomar, Entroncamento, Fátima, Alcanena, Ourém, Torres Novas, Abrantes e Santarém, mas a GNR admite que a lista de vítimas está longe de estar concluída.

TINHA UM CÚMPLICE QUE JÁ FOI PRESO
O suspeito levantava sempre os prémios numa agência perto de casa, no concelho de Santarém, o que permitiu à GNR chegar à sua identificação. De acordo com um oficial envolvido na investigação, o homem terá iniciado a actividade criminosa há cinco anos. Começou a registar boletins do Totoloto sem pagar, à sociedade com outro indivíduo. Como o sócio foi preso, acusado da prática de outros crimes, decidiu continuar com a burla sozinho, alargando-a ao Euromilhões. Apesar de apostar forte e com frequência, garantiu às autoridades que os prémios foram sempre de baixo valor.

Francisco Pedro - in Correio da Manhã

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