01 março, 2009

Raciocínios flutuantes


A avaliar pelo que mostraram na Festa de Carnaval, parece-me que vamos ter aí uma bem organizada festa do Espírito Santo. O grupo é forte, brioso e promete. O Caffe Ana Sonça estava à maneira e o ambiente simpático. Sobrava espaço, tal como tem sobrado nas últimas festas em Minde.

A migração de grande parte da juventude de Minde e a consequente desertificação gradual são as causas desta realidade dos tais espaços sobrantes.
É o maior problema que afecta Minde e é urgente escolher um rumo que diminua, estanque e, se possível, inverta esta situação. É o grande desafio que Minde, com os seus 850 anos de história, tem pela frente. Ou se deixa apagar, ou aguenta-se no novo cenário que se coloca neste século.

Os têxteis já foram o emblema mas já não são muleta suficiente. Não se extinguirão.. Mais um encerramento ou outro, e a indústria têxtil continuará com peso na economia da vila. Mas mesmo o mais distraído nota que Minde precisa de alternativas diversificadas senão... apaga-se mesmo. A solução não é fácil e não estará ali ou acolá, mas penso que há algumas alternativas a tentar, a trilhar, e a capitalizar.



Uma lógica em tons de positivo.
Minde como terra e como vila tem de se assumir com uma nova lógica. Já não é um local de emprego intenso, mas dispõe de outros potenciais interessantes. As condições ambientais e geográficas terão de ser pontos de partida, mas os olhos deverão apontar na cultura, no ensino, no desporto. Em resumo, na qualidade de vida.

Minde não tem que se ser obrigatoriamente o local de trabalho. Mas pode ser o local preferencial para se viver e ter família. Já muita da população assim o faz, e, com melhores acessos, mais o fariam. Acho que é um ponto de partida.

No panorama cultural estamos bem posicionados e estou convencido que será precisamente pelas portas da cultura, do ensino e do desporto que mais gente irá entrar em Minde nos próximos anos.
Minde tem uma boa estrutura social e excelente dinâmica associativista. Dispomos de equipamentos razoáveis e um enorme potencial das colectividades, o que nos distingue de muitos outros.. Há que melhorar os equipamentos, e alguns estão em vias disso, fomentar e apoiar as dinâmicas civis e associativas.

Muito badalado, o turismo em Minde está na estaca zero. Ainda no Domingo assisti a cinco jovens que tinham chegado a pé a Minde e não tinham sítio para jantar.

Parcos em património edificado, podemos oferecer um óptimo enquadramento natural e estrategicamente bem colocado na região. É necessário investir criteriosamente nesta área e aqui os Mindericos podem fazer e exigir algo mais. Impõe-se um embelezamento mais natural da vila, uma terra mais limpa e bonita com locais agradáveis. Impõe-se caracterizar a vila e não descaracterizá-la como se tem feito ultimamente.

Fácil também se perceberá que, a médio prazo, na área do turismo, o maior suporte serão os eventos locais e a boa localização a caminho de Fátima. O eco-turismo pode vir a acrescentar algo mais, mas para produzir frutos precisa de investimentos em pequenas infraestruturais e alguns ícones. Enfim, para os que dizem que está tudo feito, eu vejo é muito para fazer.

Bem, fico por aqui. Hoje estava com a corda toda. Comecei a falar do Carnaval e dou comigo quase a fazer uma redacção sobre o Minde presente, passado e futuro. Há dias assim...

Ainda há pouco tempo alguém escrevia que Minde estava moribundo. Direi que quase! É necessária um identidade mais firme e as tais VIAS ALTERNATIVAS !!
Falando e sugerindo já é um caminho….



2 comentários:

Anónimo disse...

Ó PM: Tens mesmo que te candidatar á câmara de Alcanena; Dar uma pázada (com muita força mesmo)no rabo desses governantes municipais.

Liderado por ti, tenho a certeza que iriamos ter um grupo dinâmico, moderno, com ideias extremamente futuristas.

Acho até que não te candidatas porque tens medo de ganhar.

Um Abraço e continuação de bom trabalho.

Ass: Navigation

PM disse...

Viva Navigation,
Obrigado pelos piropos, mas não tenhas tantas certezas assim.
Este teu comentários quase que dava um cartoom.

Um abraço