29 julho, 2009

Inauguração do Museu de Aguarela Roque Gameiro




Será hoje, dia 29 de Julho, a partir das 18:30h, a cerimónia de inauguração do Museu de Aguarela Roque Gameiro, em Minde, que contará com a ilustre presença de Jaime Gama, Presidente da Assembleia da República.

Instalado nas Casa dos Açores, em Minde, este Museu reúne em exposição obras do maior aguarelista português, Alfredo Roque Gameiro, no edifício que foi residência do artista.



O programa de inauguração será o seguinte:

18:30h – Recepção aos Convidados
18:40h – Guarda de Honra pelos Bombeiros Voluntários de Minde e Sociedade Musical Mindense
18:50h – Actuação do Coro Polifónico do CAORG
19:00h – Intervenções
19:20h – Bênção dos Espaços e Descerramento da Placa de Inauguração
19:30h – Visita ao Museu
20:00h – Apontamento Musical dos Alunos do Conservatório Jaime Chavinha
20:15h – Cocktail


O Município de Alcanena, o CAORG – Centro de Artes e Ofícios Roque Gameiro e a Junta de Freguesia de Minde convidam todos os interessados a participar nesta cerimónia.
(In site CMA)



Será uma honra para todos os Mindericos receber o Presidente da Assembleia da República Jaime Gama, e será com orgulho e um certo brilho nos olhos que poderemos assistir a uma das aspirações antigas de Minde que será a reabertura do Museu Roque Gameiro ao fim de 28 anos de encerramento.
A Casa dos Açores é um espaço muito digno para albergar a obra do Mestre, e a sua reconstrução um marco importante no património municipal, e no desenvolvimento cultural da freguesia.

Hoje, lá estaremos todos, e a TV MINDE irá fazer reportagem.


Mudam-se as instalações, mas o lema continua: "HONRA TEUS AVÓS".
Em 21 de Novembro de 1970 também Minde vivia momentos de grande agitação. Foi inaugurado o MUSEU ROQUE GAMEIRO e Minde recebeu a presença do Presidente da República Almirante Américo Thomaz.

Lembro-me bem. Todos tínhamos uma bandeirinha, esperávamos o Presidente por um lado e ele apareceu por outro. Veio num carrão preto e o almoço foi dos mais faustosos que se fizeram em Minde. Era garoto, mas acompanhei tudo até às últimas, e intrigava-me o porquê de tantos polícias sem fato de polícia.
O Museu permaneceu aberto até 1981 e conhecia-o por dentro como as palmas das mãos. Passei lá muitas horas. A minha casa era logo ali ao lado e a Zulmira era quem tomava conta do museu.


Alfredo Roque Gameiro,
nasceu a 4 de abril de 1864, em Minde, concelho de Porto de Mós (agora concelho de Alcanena), filho de Manuel Roque Gameiro (conhecido por Migança) casado em segundas núpcias, com a sua mãe, Ana de Jesus, retratada na sua obra com uma imagem serena e meiga de mãe.
O pai, antigo marinheiro, era um homem de princípios e fiel aos seus valores.

A Obra de Roque Gameiro distingue-se pela técnica superior e grande espontâneidade que exprimia nas suas telas. Foi um expoente máximo na Agurela Nacional e um dos maiores artistas a dominar esta técnica de pintura. Os vários prémios artísticos e condecorações com que foi distinguido atestam bem o seu reconhecimento internacional e o título de um dos maiores aguarelistas de todos os tempos.

Fernando de Panplona escreveu :
"Pode dizer-se que foi ele entre nós quem deu à aguarela pergaminhos de nobreza, criando uma verdadeira tradição. O que, neste domínio, havia antes dele quase não conta: o que de bom se fez depois dele muito deve ao seu mestrado..".



"ROQUE GAMEIRO
Quem ha ahi, em qualquer recanto, ainda o mais obscuro do nosso paiz, que não o conheça?
Podemos affoitamente responder a esta simples interrogação com uma negativa formal, com a palavra:
Ninguem!
E é a verdadeira resposta. Talentos do quilate de Roque Gameiro, d'esse imcomparavel artista que enobrece a arte e o seu oaiz, d'esse previlegiado espirito, que é ao mesmo tempo uma força e um prodigio, a verdadeira encarnação da arte portugueza no que ella tem de melhor no desenho, na sua mais perfeita e caprichosa concepção, são immediatamente conhecidos, apreciados e discutidos em todo o meio onde a arte é o melhor espelho da actividade individual.
O seu lapis obra prodigios; e quantas vezes, ao lançarmos a vista sobre a capa d'um livro ou para um desenho do glorioso artista, não nos sentimos com desejos de o beijar, pelo tom que n'elles imprime, e que nos alegra, tortura ou embriaga, consoante o assumpto?"
(...)
Publicado na 1ª página da revista SEMANA ILUSTRADA, datada de 28 de Setembro de 1905

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