O calão minderico e a língua portuguesa
O calão minderico é, era, um linguajar oral de Minde. Pensa-se que o seu uso se tenha iniciado no princípio do século XVIII por antigos cardadores e negociantes de lãs com o objectivo de esconderem as suas negociações. É pois um código ou gíria de um grupo profissional que vivia em comunidade fechada num vale entre as serras d'Aire e Candeeiros.
Este calão é constituído por palavras e expressões que permitia aos falantes dessa comunidade falarem entre si e combinarem a estratégia de preços, de compras e vendas sem serem entendidos por pessoas estranhas ao seu negócio e assim o protegerem.
O minderico era usado por um elevado número de negociantes que deviam abastecer e vender o produto de quase duas centenas de teares nos finais do século XVIII.
Os homens iam comprar lãs e couro. Percorriam todos os sítios, mesmo longínquos, onde pudesse haver os materiais que procuravam para comprar e também para vender as mantas que as mulheres fiavam e teciam.
Nestas deslocações faziam não só as trocas de produtos como também algumas trocas linguísticas, transportavam, na ida e na volta, palavras e expressões que integravam no seu linguajar.
A evolução dos costumes, a alfabetização e os meios modernos de comunicação e informação levaram a que a língua portuguesa se uniformizasse e a que o minderico perdesse o seu uso.
Actualmente só a população adulta o conhece e alguns têm trabalhado para preservar esse património linguístico.
Leite de Vasconcelos no seu estudo sobre os dialectos da língua portuguesa incluiu também este "Calão minderico - Alguns termos do "calão" que usam os cardadores e negociantes de Minde, concelho de Alcanena".
Existem também estudos académicos de Vera Ferreira e de Vanda Capaz. Exemplos que esta apresenta : " Jorda as meníseas ao terraisinho porque o grande juíz não tarranta." (Entrega as mantas ao homem porque Deus não dorme.) "O terraisinho jorda cinco cédulas por uma menísea." (O homem dá quinhentos escudos por uma manta).
Para completo esclarecimento deste tema é fundamental consultar: www.minderico.com ,de que é coordenador Vítor Manuel Coelho da Silva, que contém toda a informação sobre o tema e inclui o dicionário "Piação dos Charales do Ninhou", coordenado pelo Centro de Artes e Ofícios Roque Gameiro (CAORG), 1993.
Joviana Benedito - Profª. aposentada do Ensino Sec. e autora
07 Nov 08 - EXPRESSO
Este calão é constituído por palavras e expressões que permitia aos falantes dessa comunidade falarem entre si e combinarem a estratégia de preços, de compras e vendas sem serem entendidos por pessoas estranhas ao seu negócio e assim o protegerem.
O minderico era usado por um elevado número de negociantes que deviam abastecer e vender o produto de quase duas centenas de teares nos finais do século XVIII.
Os homens iam comprar lãs e couro. Percorriam todos os sítios, mesmo longínquos, onde pudesse haver os materiais que procuravam para comprar e também para vender as mantas que as mulheres fiavam e teciam.
Nestas deslocações faziam não só as trocas de produtos como também algumas trocas linguísticas, transportavam, na ida e na volta, palavras e expressões que integravam no seu linguajar.
A evolução dos costumes, a alfabetização e os meios modernos de comunicação e informação levaram a que a língua portuguesa se uniformizasse e a que o minderico perdesse o seu uso.
Actualmente só a população adulta o conhece e alguns têm trabalhado para preservar esse património linguístico.
Leite de Vasconcelos no seu estudo sobre os dialectos da língua portuguesa incluiu também este "Calão minderico - Alguns termos do "calão" que usam os cardadores e negociantes de Minde, concelho de Alcanena".
Existem também estudos académicos de Vera Ferreira e de Vanda Capaz. Exemplos que esta apresenta : " Jorda as meníseas ao terraisinho porque o grande juíz não tarranta." (Entrega as mantas ao homem porque Deus não dorme.) "O terraisinho jorda cinco cédulas por uma menísea." (O homem dá quinhentos escudos por uma manta).
Para completo esclarecimento deste tema é fundamental consultar: www.minderico.com ,de que é coordenador Vítor Manuel Coelho da Silva, que contém toda a informação sobre o tema e inclui o dicionário "Piação dos Charales do Ninhou", coordenado pelo Centro de Artes e Ofícios Roque Gameiro (CAORG), 1993.
Joviana Benedito - Profª. aposentada do Ensino Sec. e autora
07 Nov 08 - EXPRESSO
3 comentários:
Já valeu a pena ter colocado todo o Calão Minderico no Portal Minderico. Palavra por palavra, pois na altura foi-me recusado o suporte digital com que o livrinho zaul foi executado, e do qual fui co-autor com o Cid Manata Pires e o Sr. Prof. Abílio Madeira Martins.
Parece que foi copiado há tempos, tendo agora outros autores, que o vieram copiar ao Portal Minderico, fazendo copy/paste.
Enfim, coisas de gente culta!
Mais se informa que a Joviana Benedito é minha amiga pessoal há muitos anos. As coisas não acontecem por acaso, né?
Querem ver que também foi o literaturas que inventou o calão minderico
Querem ver que também foi este anonimus que inventou o calão minderico?
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