O presidente da Câmara Municipal de Alcanena, Luís Azevedo (ICA), não concorda com a localização do novo quartel da GNR que o ministro da Administração Interna, Rui Pereira, anunciou num emcontro do Partido Socialista em Alcanena, em resposta a um requerimento sobre o assunto feito pela deputada socialista Fernanda Asseiceira, que é também vereadora na Câmara de Alcanena.
O novo quartel deverá ser edificado em terrenos localizados à saída da localidade, em Pousados, Bugalhos, e que foram cedidos pela autarquia em 1998 para essa finalidade.
Mas Luís Azevedo defende que as actuais instalações da GNR, localizadas no centro urbano e já dísponíveis para venda, responderiam com mais qualidade e eficiência às necessidades dos munícipes.
“Há um erro com a construção do quartel no sítio previsto. A localização não traz nenhum benefício nem serve os interesses da população”, disse Luís Azevedo durante a última reunião de executivo camarário. O autarca informou ter exposto estas suas dúvidas numa carta enviada em Setembro ao ministro da Administração Interna. Missiva que ainda não obteve resposta.
“Não estou contra a construção de equipamentos novos em Alcanena, como me acusam os socialistas, mas prefiro não ter um quartel novo e ter um no local que indiquei, que ofereça dignidade e segurança à população”, afiançou. Para o autarca, esta solução não só seria mais funcional como mais económica, uma vez que ao ser comprado e remodelado o actual edifício “poupava-se o dobro” do que caso se avance para a construção de um edifício de raiz.
Concordando com a posição do presidente de câmara, a vereadora social-democrata Ana Cláudia Coelho referiu que o anúncio do ministro da Administração Interna “foi de mau tom”, uma vez que o mesmo foi feito num encontro do Partido Socialista. “Não percebo o desmembramento desta questão, uma vez que andamos todos a defender o interesses da terra”, apontou.
Já o vereador António Laurentino Menezes (PS) não considera que a construção de um novo quartel no local previsto afecte a eficiência dos serviços da GNR. A deputada socialista, e também vereadora, Fernanda Asseiceira, que espoletou toda esta questão, não compareceu a essa reunião de câmara.
Fonte: JORNAL O MIRANTE
COMENTÁRIO:
Casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem rezão.
Neste caso parece-me que é um pouco o inverso. Há o "pão", e todos têm um pouco de razão.
O Engº. Azevedo entende, e a meu ver bem, que o novo quartel da GNR deveria ter uma localização mais central na vila de Alcanena.
Mas sabendo que a Câmara, já desde 1998 (ele estava lá), tinha disponibilizado o terreno em causa para a construção do quartel, porquê só agora acordou, após a deliberação tomada pelo governo, e vem agora propor a compra do terreno do actual posto da GNR? Duvido que esse local tenha condições e dimensões para um quartel condigno.
Porquê não propôs, por exemplo, o terreno dos Celeiros, onde agora encavalitou aquele mamarracho de edifício a que chamam Museu do Curtume. Não havia outro local para a construção do Museu? Uma fábrica desactivada, por exemplo?
A Drª. Asseiceira (PS), aproveitando provavelmente o facto de ser parlamentar, mexeu-se e tentou fazer algo de útil pelo concelho, pressionando para que o quartel da GNR fosse uma realidade. De louvar. Mas não poderia ter conciliado mais a sua acção com o executivo da Câmara ?
A Drª Ana Claudia (PSD) não concorda com o novo quartel pelo facto do anúncio da sua construção ter sido efectuado pelo ministro num encontro do PS e não num local apropriado. Tem toda a razão. Não foi o local certo. Mas isso é motivo "palpável" para discordar com a obra?
Em minha opinião, todos querem é tirar partido político da situação, e ninguém tem culpa do presidente Azevedo andar do "costas voltadas" com o seu ex-PS. Parece-me que com estas "guerrinhas" partidárias quem ficará a perder é o Concelho. E isso interessa a alguém?