19 dezembro, 2006

Ditos & Feitos (Zona Industrial)



Ditos & Feitos é a célebre secção do Jornal de Minde, que o n/ estimado Prof. Abílio Madeira Martins tem vindo a manter ao longo de vários anos. É das secções que mais interesse tem despertado aos leitores e onde são referenciados, com isenção, os mais diversos assuntos que dizem respeito ao quotidiano minderico e ao concelho de Alcanena.
Da última edição do n/ jornal mensal, destacamos o seguinte título:

Zona Industrial
« Ninguém que não conheça faz idéia do que vai encontrar se defronte do cruzamento que dá para a Maxieira desviar no sentido oposto. Aquilo é que se pode chamar uma zona industrial camuflada já que da estrada de Fátima quase nada se vê.
São já pelo menos umas sete unidades empresariais de razoáveis dimensões largamente espaçadas umas das outras, dedicadas a diferentes sectores de produção ou comercialização instaladas em plena serra agreste, dum e doutro lado da auto-estrada.
É como diz o tal provérbio escocês: - Uns deixam acontecer, outros fazem acontecer e outros perguntam o que aconteceu.
Minde e Alcanena não pertencerão certamente ao grupo do meio
. »


Comentário pessoal :
Estou plenamente de acordo com o que diz o n/ professor:
Minde e Alcanena não pertencerão certamente ao grupo do meio.
É uma frase muito simples mas com um conteúdo muito intenso e vasto. Eu diria que nos inserimos no último grupo, aquele que fica a ver a banda passar.
Muitos interrogam-se do porquê agora uma zona industrial em Minde, quando já quase não há empresários na n/ terra. Eu respondo que conheço bem algumas daquelas unidades industriais que estão instaladas junto à Maxieira, e que quase nenhuma pertence a empresários locais. Sei até que alguns se teriam instalado em Minde, caso a n/ zona industrial já estivesse concluída há mais tempo.
Instalar-se-íam em Minde caso a ZIM oferecesse condições para isso.
Mas o problema é que não vejo grandes princípios à n/ polémica zona industrial. Basta observar o dimensionamento de algumas dessas unidades industriais para concluir que poucas se instalariam num reduzido lote de 1000 m2, onde só é possível edificar metade da àrea, como é o caso dos lotes pevistos nesta designada Fase 1.
Podemos argumentar que 500 m2 é uma àrea razoável. Nalguns casos talvez, mas depois onde está o espaço para uma possível ampliação ?
Podemos dizer que quem quiser pode adquirir mais que um lote. Mas isso será subverter todo um planeamento que um parque industrial deve ter, e a zona industrial transformar-se-à num aglomerado de barracões ao jeito das necessidades de cada um.
A ZI de Minde deveria oferecer maior diversidade de opções.
A homegeneidade na dimensão dos lotes irá diminuir a procura e provocar a desorganização urbanística.
Vejamos o que, a outro nível, aconteceu na Urbanização das Saramagas. No papel, os projectos tinham de obedecer a determinados requisitos e limitações de área, mas depois imperou a lei do desenrasca e dos favores, onde alguns construiram em dois lotes, onde as àreas impostas para construção foram totalmente desrespeitadas e as obrigatórias zonas verdes foram "à vida", porque os lotes eram visívelmente diminutos.
Mas este é o esquema que interessa aos autarcas, porque assim sempre podem ir concedendo uns "favores" (a alguns) através de autorizações especiais, e em contrapartida receber esses mesmos favores na altura dos votos.

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