29 novembro, 2006
Calão Minderico
Se excluirmos o Mirandês, existem poucas terras que se podem gabar de possuir um linguajar próprio. O Calão Minderico é uma riqueza que nós orgulhosamente exibimos mas não valorizamos. Apenas o CAORG tem feito algum esforço para preservar este verdadeiro património, através da edição de alguns livros, mas pouco mais tem sido feito. O Professor Abílio e mais um ou dois Mindericos ilustres também têm desempenhado um papel importante, mas os jovens apenas sabem dizer "covano do ninhou" e um palavrão ou outro em calão.
Últimamente é mais fácil ver alguns estudiosos, que nada têm de ligação a Minde, a debruçar-se sobre o estudo desta nossa linguagem, do que aquilo que nós Mindericos temos desenvolvido para que este património não se perca e caia no esquecimento.
Em Miranda do Douro as escolas já têm uma disciplina de Mirandês e em Sendim já se pensa no mesmo em relação ao Sendinês.
Porquê em Minde não começarmos a pensar num projecto similar em que nas escolas fosse dado uma hora semanal de Calão Minderico? Nem que fosse num horário extra-curricular.
Julgo ser esta a forma mais correcta de valorizar e promover o nosso dialecto, e com um pouco de boa vontade não seriam necessários grandes fundos.
A Riqueza de um Povo está na sua Cultura e suas Raízes, e Pequenas Coisas fazem as Grandes Terras e os Grandes Homens.
Neste espírito, aqui pelo Minde-Online vamos tentar começar a desenvolver algumas pequenas iniciativas para que o Calão Minderico não caia no esquecimento. Para começar um pequeno texto em Calão, que desafiamos os nossos leitores a comentar e a traduzir (sem recorrer a cábulas).
Toca a piar à modeia
«É preciso que todos os nossos cardetas façam por não deixar cair no antigo a nossa piação. O Famoso tem feito o possível para a tirar do Gualdino mas se não houver charales que continuem a piar à modeia , mais planeta menos planeta , a nossa piadeira acaba por escadeirar.
É didi ter a nossa piação quase a jordar para o canto da macaínha quando há tantos covanos doutras terrujas engenhadas nela. Deixar a nossa piação entegue ao irmão do Quiqui é condená-la à encolha dos mirantes. Há por isso uma grande classe de D.Carlos de a aguentar nos catronhos dando ao badalo na piação à modeia à moda do coxo do Covão e por brincadeira , sem ser didi para ninguém. O grupo do Mestre Migança vai emanar uma catrefa de moinhos da fonte com o paleio dos charales para que todos os engenhados em penetrar da piação os possam trocar a neto.»
In Jornal de Minde, edição nº 430
Colaboração, Precisa-se !!!
Não é fácil para quem reside fora de Minde e está uma semana ou duas sem visitar o Ninhou, estar actualizado sobre o pouco que se vai passando na nossa terra.
Sei que no fim-de-semana passado o CAORG celebrou os 20 anos e que deu um excelente espectáculo no Cine-Teatro. Sei que o mau tempo também se fez sentir em Minde e que caiu uma àrvore na Praça 14 de Agosto. E pouco mais ! Como, infelizmente, não estive presente, também não posso noticiar nem publicar fotos.
Este é um Blog que pretende ser um elo de ligação entre Minde e a vasta comunidade de emigrantes, em Portugal e no estrangeiro, mas sem conteúdos actualizados torna-se pouco actrativo.
Numa altura em que todos andamos com uma máquina fotográfica no bolso (telemóveis) não custa nada ir fazendo uns clikes e enviarem-nos umas notícias.
Deixo aqui um apelo a todos os residentes em Minde que nos escrevam duas ou três linhas sobre o que vai acontecendo e nos enviem por e-mail. O endereço até é simples: pm@minde.eu .
Nem precisam de assinar, podem pedir o anonimato, que eu publicarei em meu nome próprio e não revelarei qualquer tipo de identidade.
Vá lá, isto por todos não custa nada, escrever uma pequena notícia ou duas por mês não rouba assim tanto tempo e podemos realizar aqui um trabalho giro, interessante e de muito valor, principalmente para aqueles que estão longe e todos os dias gostam de continuar ligados umbilicalmente ao nosso Ninhou. Colabore !!!
Um abraço, PM.
18 novembro, 2006
20º Aniversário do CAORG
O Centro de Artes o Ofícios Roque Gameiro comemora a linda idade de 20 anos de existência, conjuntamente com o 10º aniversário do Coro Polifónico.
São já duas décadas ao serviço da Cultura e das
Artes, pelo que esta colectividade está de parabéns pelo excelente serviço prestado.
Programa das Comemorações :
25 de Novembro - Cine-Teatro Rogério Venâncio
21.15 h - Recepção das Entidades e Convidados Oficiais
21.30 h - Sessão Solene e Apresentação das Actividades do CAORG
26 de Novembro
11.30 h - Missa Solene na Igreja Matriz de Minde
11 novembro, 2006
Fotos Polémicas
Talvez não estejam publicadas no lugar certo. Se fizermos uma busca no pesquisador do referido site com a palavra Minde, são essas fotos que aparecem, e não são própriamente o melhor do Ninhou.
Das cinco seleccionei duas, referentes a uma rua que bem conheço e próxima de minha casa: A Rua dos Penedos.
Realmente aquilo foi um primor de obra que a requalificação urbana nos trouxe, à semelhança de tantas outras. Gostava de saber qual é a lei que permite uma inclinação daquele absurdo. Aquilo é uma aberração, uma ilegalidade e um atentado contra os cidadãos.
Então quando chove e a calçada fica molhada, é um mimo. Parece manteiga. Se alguma vez ali suceder algum acidente grave, eu quero ver quem é que assume as responsabilidades. Como é que uma pessoa idosa pode utilizar aquelas escadas?
Antigamente estava muito melhor, e mais seguro, do que o que ficou agora. E assim se vai gastando o nosso dinheirinho....
Quem aprovou isto devia ser preso !
09 novembro, 2006
O Mar de Minde
Em 02.FEV.2001 a Polje de Minde apresentava este aspecto. Muitos chamam-lhe o Mar de Minde. Foi a última grande enchente.
Casualmente, verifiquei um fluxo grande e anornal, de visitas ao site Vila de Minde, provenientes de um mesmo link. Segui a rota e fui parar ao fórum - "Amigos da Pagaia". É um fórum de um site sediado em Aveiro e onde participam canoístas de todo o País.
Surpresa: Ontem e hoje o tema de debate é o "Mar de Minde". Com explicações técnias e fotos. Alguns dos canoístas já cá estiveram, e deduzo que se a lagoa encher este ano, tencionam por cá passar um fim-de-semana. Vou contactar aquela malta, para a possibilidade de se organizar "qualquer coisa", mas o ideal seria o contacto partir dos canoístas de Minde. Para os interessados:
http://www.amigosdapagaia.com/ap/index.php?name=Forums&file=viewtopic&t=440
Com tão poucos pólos de interesse que Minde pode oferecer, a Lagoa de Minde é das actrações mais relevantes para captar uma certa franja de turismo sansonal. É certo que as enchentes são ocasionais (o que fortalece o desejo de aproveitar quando há), mas devíamos encarar este assunto da canoagem na Mata com mais seriedade e proveito.
Uma maior divulgação da Lagoa, principalmente junto de núcleos de canoagem e afins, criação de rotas e polos de interesse, e, montagem de duas ou três infraestruturas de apoio são apostas que devemos ter em consideração.
A Mata de Minde pode (e deve) evoluir para um Parque Natural de Actividades. No Inverno, a canoagem e actividades aquáticas, e no Verão com BTT, cavalos, raids, etc. Nada cai do céu e, para isto, é peciso trabalhar, criar estruturas mínimas e uma boa divulgação.
Cabe aqui um papel importante à J. de Freguesia e à Câmara Municipal.
Um bom exemplo deste tipo de coisas (aproveitar o que há) é o que está a ser feito na nossa vizinha "Pia de Urso".
Era uma terrinha..., que nem no mapa vinha. Agora...
Pensem nisto !!!
07 novembro, 2006
"A Tribo dos Pincéis"
É já amanhã que vamos ter oportunidade de ver reunidos, num mesmo espaço, pinturas do Mestre Roque Gameiro e obras de várias gerações de seus descendentes.
Com o nome "A Tribo dos Pincéis", esta Exposaição de Artes Plásticas, vai a efeito no bonito e agradável Museu da Água - Mãe D'Àgua - de 9 a 18 de Novembro, e é uma oportinade única para ver muitas das obras pertencentes a colecções particulares e pouco acessíveis. IMPERDÍVEL !!!
Sobre Roque Gameiro, escreve Fernando de Pamplona, no seu Dicionário de Pintores e Escultores (Livraria Civilização Editora), que:
Pode dizer-se que foi ele entre nós quem deu à aguarela pergaminhos de nobreza, criando uma verdadeira tradição. O que, neste domínio, havia antes dele quase não conta: o que de bom se fez depois dele muito deve ao seu mestrado.
(…) Roque Gameiro deixou uma obra admirável, que pede meças às dos melhores aguarelistas europeus da sua época.
Acrescenta ainda Pamplona que Roque Gameiro não se contentou em nos deixar um punhado de obras-primas:
Legou-nos também, em seus filhos e discípulos, um punhado de artistas, que lhe continuaram e honraram o nome.
A exposição "A Tribo dos Pincéis" pretende justamente lembrar o nome de Roque Gameiro.
Nesta exposição estarão representadas cinco gerações de artistas – desde os filhos até aos trinetos de Roque Gameiro – que, seguindo o gosto do Mestre pela pintura – e participando de alguma forma dos seus dotes artísticos –, e dedicaram às mais variadas artes visuais: desenho, pintura, escultura, etc.
A exposição incluirá também várias obras do próprio Roque Gameiro que, por pertencerem a colecções particulares, não são facilmente acessíveis ao público.
Quem sai aos seus não degenera, e esta "Tribo dos Pincéis" que se estende já à 5ª geração, é constituída por uma extensa lista de artistas, reunindo uma colecção ímpar de obras de arte:
Alfredo Roque Gameiro (1864-1935)
Raquel Roque Gameiro (1889-1970)
Manuel Roque Gameiro (1890-1944)
Helena Roque Gameiro (1895-1984)
José Leitão de Barros (1896-1967)
Màmía Roque Gameiro (1901-1996)
Jaime Martins Barata (1899-1970)
Ruy Roque Gameiro (1906-1935)
Guida R G O (Coimbra) (1916-1992)
José Pedro R G Martins Barata
Luísa Silva Bastos (1940-1986)
Xuncha (M. d'Assunção) G M. Barata
Ana Mantero
Manolo Mantero
Rui Mantero
Pedro Cabral
Luís Cabral
Paulo S B Martins Barata
Maria Matos Silva
Maria Madalena C Ogando
«A Obra de Roque Gameiro distingue-se pela técnica superior e grande espontâneidade que exprimia nas suas telas. Foi um expoente máximo na Agurela Nacional e um dos maiores artistas a dominar esta técnica de pintura. Os vários prémios artíscos e condecorações com que foi distinguido atestam bem o seu reconhecimento internacional e o título de um dos maiores aguarelistas de todos os tempos.»
Alfredo Roque Gameiro, nasceu em Minde a 4 de abril de 1864.
in site http://jazzminde.com/roquex.htm (Vida e Obra do Mestre)
Informações detalhadas sobre a Exposição "A Tribo dos Pincéis" com biogafrias de todos os participantes e muitas ilustrações e pinturas em : http://roquegameiro.com.sapo.pt/
05 novembro, 2006
Tromba d'àgua no Concelho de Alcanena
Uma forte "tromba d'água" assolou ontem as freguesias de Alcanena, Vila Moreira e Gouxaria. O próprio Presidente da Câmara confirmou perantes as câmaras de televisão que a chuvada torrencial não demorou mais de 20 a 30 minutos.
Os pequenos ribeiros transbordarm e provocaram muitos estragos com intensas inundações e fortes correntes de àguas que arrastavam tudo no seu caminho. Os telejornais mostraram imagens preocupantes, tendo ficado dasalojadas algumas pessoas.
Várias estradas foram cortadas, e o trânsito na auto-estrada A1 foi interrompido devido a um aluimento de terras. Saber mais »»»
01 novembro, 2006
"Os princípios" da Zona Industrial
Após quase um mês do início das tão esperadas obras da ZIM, já começa a ficar delineada a área abrangida por esta designada primeira fase da Zona Industrial.
O terreno já se encontra decapado e está a ser montado o estaleiro.
Estranho é em nenhum local da obra existir um único placard com o nome do empreiteiro e dos responsáveis pela obra.
Mas, já estamos a ficar acostumados a estes secretismos. Ninguém, mesmo contrariando a lei, tem nada que saber. Se a obra fosse de um particular, já tinham passado a multa (conforme o particular).
Também não é muito grande a àrea destinada a esta fase inicial.
Não sei o que se pretende, mas se não forem construídos já bons acessos, o mesmo será dizer que tudo está condenado à nascença.
Outra questão, muito pertinente, que poderá condicionar o sucesso desta àrea industrial, é o preço que a CM Alcanena irá pedir por M2.
Já ouvi falar num mínimo de 15 euros. Acho muito exagerado.
Se atendermos ao preço a que a Câmara expropriou os terrenos, e que só se poderá construir em 50% do terreno, não é muito apelativa a proposta da CMA.
O sucesso e viabilidade desta Zona industrial só serão reais se os preços a praticar por M2 forem meramente simbólicos, devendo, em contrapartida, a CMA ser exigente na qualidade das edificações.
Também não concordo nada com os índices de ocupação de solo, que me disseram estar previstas para os lotes.
50% é um índice muito elevado e, aliado ao alto preço por M2 irá levar ao aproveitamento máximo do terreno com anexos, alpendres e outros.
Resultado: Vai originar um amontoado de construções e barracões sem um mínimo de áreas verdes e livres.
Lotes maiores e menor ocupação de solo é a solução para quando se pretente um Parque Industrial e não um aglomerado de pavilhões e barracões inacabados.
Perante estes sumários indícios não me parece que a ZIM leve bons príncipios.
Mas será que a CMA pretende alguma vez construir um Parque Industrial em Minde? A mim parece-me que não.
A ser verdade que os preços vão ser altos (como se prevê), os gestores da CMA apenas estão a pretender que ninguém lhes toque.
No futuro, não serão obrigados a construir mais fase nenhuma, e a Zona Industrial de Minde fica feita. Se não houve clientes para a fase 1, não será necessário construir mais fase nenhuma. Essa irá ser a conclusão.
O problema fica resolvido, sem grandes investimentos, calam as pessoas e dão como cumprida mais uma promessa eleitoral.
Assim se vai fazendo política no n/ Concelho. Deus queira que me engane!
Mas vamos esperar e dar o benefício da dúvida. A obra terá que aparecer (julgo eu), os preços terão de ser divulgados e então logo saberemos.
Este assunto vai ter pano para mangas !!!
Melhoramentos na Terra
Acabou de ser pavimentado o prolongamento da Rua dos Bombeiros. Ficou jeitoso. Com umas lombas desnecessárias e bermas por arranjar, mas... Está a pedir agora os passeios.
Bom seria agora que seguissem este exemplo e dessem o mesmo tratamento a uma série de ruas existentes. Mas, se calhar, o PDM não o permite, ou, o orçamento não dá. São contingências...
Mas estou certo que a CM de Alcanena vai dar a volta a isto. Se num ano já se pavimentou esta rua, que inicialmente até começou por ser um loteamento, daqui a três anos as ruas de Minde estarão todas num mimo.
A propósito de ruas: Em amena cavaqueira com o ex-Presidente da Junta, este lamentava-se por ter pena de não ter pavimentado, durante o seu mandato, a rua que serve a sua fábrica. "Talvez o meu amigo Azevedo me visitasse mais vezes" (palavras do próprio).